Uma semana e meia depois.
04 DE JULHO.
Eu pretendia continuar dormindo. Eu realmente pretendia.
Respirei fundo, mantendo os olhos fechados. Visualizei o espaço, cheio de estrelas, no vácuo silencioso.
— EU VOU MATAR VOCÊ!
Respirei fundo outra vez, ignorando o baralho das coisas caindo do outro lado da porta.
— VOCÊ NÃO SABE SE FUI!
— QUEM MAIS FOI?
— E EU QUE VOU SABER?
— SÓ VOCÊ SABIA.
— QUE VOCÊ É UMA MULHERZINHA?
Outra coisa quebrada.
— Zabdiel... — Lara se virou na cama, girando embaixo do meu braço. — Você não vai conseguir voltar a dormir.
— Vou sim — respondi ainda de olhos fechados.
— Você tá todo tenso. Se você me apertar mais um pouco vai começar a machucar.
Soltei minha mão de sua cintura.
— Desculpe, não vi que tava fazendo isso.
Senti seus dedos em minha bochecha, seguido de um beijo na boca.
— EU VOU TE MATAR KIMBERLY!
— OU, OU, OU, MINHA MULHER NÃO, RICHARD.
— SAI DA FRENTE ERICK.
Bufei, me soltando de Lara, jogando o lençol de lado e levantando. Avancei até a porta, a abrindo bem na hora em que um sapato de salto voava em minha direção. Me abaixei, completamente chocado.
Olhei para dentro do quarto e depois para fora, encarando Kimberly, Richard e Erick.
— Eu vou matar vocês. Eu juro que vou.
Eles arregalaram os olhos e saíram correndo.
— Voltem aqui agora! — Sai do quarto, indo para a sala, que estava destruída. As almofadas tinham sido jogadas no chão, um sofá estava virado, e cartas, LEGOS, sapatos e maquiagens estavam espalhados pelo tapete sujo. Um pote de suco tinha sido derramado, e uma grande bacia manchava o chão com água rosa.
Senti Lara se aproximando, parando ao meu lado. Virei o rosto e a olhei. Ela vestia uma regata branca minha, deixando as pernas completamente expostas, e o cabelo caia em longas mechas até a cintura.
A raiva dentro de mim pareceu se esvair conforme eu a encarava, com o rosto sereno e pálido pelo sono.
— O quão puto você tá agora? — perguntou.
Passei a mão nos olhos.
— Só to cansado.
Me virei, voltando para o quarto.
— Onde quer comer hoje? — perguntei a Lara, enquanto abria o guarda roupa.
— Não sei. — Ela se sentou na minha mesa do computador, balançando as pernas como uma criança. — A gente podia comer panquecas — sugeriu.
— A da semana passada? — Confirmou com a cabeça. — A gente pode aproveitar para passar na joalheria.
— Que joalheria? — perguntou Barbara, entrando no quarto com Chris.
— Não sabem bater? — Os olhei.
— Tava aberta. — Ela deu de ombros.
— Vão casar? — Chris veio atrás de mim, parando ao meu lado e olhando minhas coisas. — Essa blusa não é minha?
YOU ARE READING
Byron Bay
ספרות חובביםPara aproveitar as férias de verão, Lara resolve viajar a Byron Bay, uma pequena cidade no litoral da Austrália. Preocupados com a segurança da única filha, seus pais pedem para que o segurança pessoal dela, Zabdiel, a acompanhe. Surpreso, ele agora...