43. Um pouco de drogas.

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— Christopher! — O agarrei pelos ombros, encarando seus olhos. Ou tentando. As coisas estavam começando a ficar embaçadas. — Preciso da sua ajuda.

— Com o que?

— Eu to muito bêbado. 

Ele me analisou por alguns segundos, franzindo a testa como se não acreditasse em mim. Ele e os meninos eram os únicos que sabiam realmente identificar quando eu estava em efeito de bebida ou drogas. 

— Tá bom... — concordou, em tom de duvida. 

— Você não pode me deixar fazer merda. 

— Que tipo de merda?

Olhei para o lado, onde Lara e Kimberly dançavam. 

— De todos os tipos. 

Chris respirou fundo, analisou alguma coisa ao nosso redor, passou a mão no nariz e na boca, inspirou outra vez e puxou a calça para cima. 

— Cara — começou, colocando uma mão no meu ombro — nós estamos de férias, tira esse autocontrole de você e fique tão louco quanto eu sei que você tá.

— Christopher...

— Vai achar uma mulher pra você, talvez até duas. Vai beber, cheirar, fumar, sei lá, essas coisas que você gosta de fazer.

— Eu... Mas eu não... Eu...

— Todo mundo sabe que você cheira, Zabdiel. 

Abri a boca, chocado.

— Eu não uso drogas, Christopher!

Ele cerrou os olhos e me analisou outra vez.

— Ok, você tá bêbado. 

— Como você sabe? — perguntou Barbara, surgindo de trás de Chris. — Pra mim ele tá normal. 

— Zabdiel teve um problema com drogas durante um dos treinamentos. Se a gente toca no assunto quando ele tá sóbrio, a gente apanha.  Tipo, de verdade. Somos proibidos de falar disso.

— Você tá falando agora. — Fechei a cara. 

— E você não está me batendo. 

— Você é patético. 

— E você é lindo! — Ele segurou meu rosto e beijou minha bochecha. — Zabdiel bêbado adora afetos. — Ele me abraçou, deitando a cabeça em meu ombro. 

— Não adoro não. Sai, Christopher. 

— O quão agitado você tá agora? — me perguntou, saindo do abraçado. 

— Bastante.

— Muita vontade de transar?

— Muita. 

— Garotos... — murmurou Barbara, cruzando os braços e nos observando. — Vai transar então.

— Não posso.

— Por que? Fez voto de castidade?

— Não. — Fiz uma careta. 

Barbara fez como Chris, parou e me analisou.

— Pra quem você precisa pedir desculpas, hein? — perguntou após alguns segundos.

— Oi?!

— Você tá com cara de culpado. 

— Não to não. 

— Tá sim. 

— Não to.

Byron BayWhere stories live. Discover now