05. Vodka e menta.

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Conforme as horas passavam mais gente começava a chegar. Eu fiquei espantado de ver tantas pessoas naquela casa. A música alta e o cheiro de bebida me deixavam zonzo. Ou talvez fosse apenas meu mal humor.

Eu não sabia que horas eram, mas parecia que a festa ainda não tinha nem chegado na metade, e todos já estavam começando a ficar bêbados.

Não vi mais os meninos, em vista que as meninas toda hora vinham me atormentar.

— Zaaaabidi... — chamou Kimberly, vindo até mim e apoiando os braços no meu ombro. — Viu a Natálie por ai? — perguntou, observando as pessoas. — Ela ta te procurando.

Revirei os olhos, não acreditando que iria ouvir aquilo de novo.

Natálie misteriosamente resolveu que ter uma quedinha por mim era uma boa ideia. Ou talvez ela nem resolveu isso, as vezes acontece. Mas as meninas descobriram, e ficaram me enchendo muito por conta disso. Até Zac, que parecia me odiar na maioria do tempo, tinha vindo me falar sobre.

— Kim, que tal você ir lá beber um pouco de água de novo, hm? — sugeri, segurando em seu ombro e apontando para a cozinha.

— Uh, boa ideia. — Ela sorriu, logo indo para onde eu tinha apontado.

Já era a terceira vez que eu a mandava ir beber água. E ela ia em todas. Ao menos estava se hidratando...

— Zabdiel! — gritou Barbara, aparecendo do nada em minha frente com um pulo. — Vamos jogar verdade ou desafio?

Não tive a chance de dizer não, porque ela me pegou pela mão e me arrastou por entre as pessoas, indo para um dos corredores do primeiro andar. Entramos em uma das salas de estar, em que os móveis tinham sido arrastados para as paredes. Diversas pessoas estavam jogadas pelos sofás, enquanto algumas sentadas em um circulo no tapete.

— Não vou jogar — falei, me soltando ela.

Barbara revirou os olhos, se jogando no chão ao lado das amigas. Fui até uma parede que estava vazia, me encostando nela e cruzando os braços.

Eu não acredito que iria ficar para ver aquilo...

A luz da sala era baixa, e o som vibrava nas paredes. O cheiro de álcool e perfume estava por todo o lugar. Assim como o de doces e balas.

Meu Deus...

— Lara... — disse Barbara, de uma forma tão sexy que eu me perguntei se aquele era o jogo que eu me lembrava. — Verdade ou desafio?

— Desafio.

— Hm... — Barbara sorriu, olhando ao redor. Levantou o rosto, me encarando. Assim que vi o olhar malicioso dela, falei que não, apenas com os movimentos da boca. — Te desafio a jogar sete minutos no paraíso com o Zabdiel.

Respirei fundo, descruzando os braços. Por que elas nunca me obedeciam?

Lara se levantou, vindo até mim e pegando minha mão.

— Vamos babá, vamos jogar — disse, indo em direção ao armário.

Eu nem me dei ao trabalho de protestar, porque sabia que não iria adiantar de nada.

Entramos no armário, e alguém nos fechou lá dentro, trancando pelo lado de fora.

Me encostei na parede e cruzei os braços.

— Por que você é sempre tão mal humorado? — me perguntou, virando de lado e me observando.

— É só pra manter a cara de durão.

— Hm... — murmurou, cogitando a ideia. — Então você não é durão?

— Nem um pouco.

— Qual seu signo? — perguntou.

Byron BayOnde histórias criam vida. Descubra agora