10. A caixa negra.

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— Quem está pronto para festejar? — pergunta Chris balançando no ar uma garrafa de tequila.

— Finalmente! Você foi para Nárnia buscar essas bebidas? — perguntou Richard roubando a garrafa das mãos de Chris.

— Vamos brindar a quê? — Joel pega os copos para bebermos.

— Às bocas que vamos beijar essa noite! — Erick puxa o brinde.

Não bebemos o tanto que eu achei que beberíamos, o que eu agradeci, já que tive que dirigir. Fiquei me perguntando que tipo de pessoa eu sou, para saber o que sei, e ter coragem de dirigir após beber. Eu odiava pessoas que faziam isso...

Quando chegamos ao lugar da festa conseguimos ver mesmo por fora que já estava cheio. Tinha três estacionamentos, um atrás e dois dos lados, e estavam quase cheios. O prédio da festa era de dois andares, e mesmo assim era consideravelmente baixo. No segundo andar todas as janelas eram espelhadas. 

Subimos ao degraus que levavam a entrada, entregando os convites para os seguranças e entrando na festa. Do lado de dentro o teto era baixo, como imaginado, apesar de uma parte ser aberta para passarelas no segundo andar. Passarelas que levavam as salas VIPs, como Barbara já tinha comentado com a gente. Todas as paredes eram pretas, assim como teto. Luzes de todas as cores estavam em todos os lugares, desde a parede, as mesas altas redondas às garrafas coloridas atrás dos balcões de bebidas.

Estava cheio, de fato. Com pessoas fantasiadas surgindo entre os pontos de fumaças por causa das maquinas. Tudo tinha muita luz, com intensidade neon, mas não era uma iluminação que cegava. 

Os únicos lugares para sentar eram os sofás nas paredes, e alguns conjuntos de pufes espalhados; nem mesmo o bar tinha bancos. Não ao menos o bar que dava para ver.

Ficamos em roda, olhando o lugar, até percebermos que o Chris sumiu.

— Cadê o Christopher? — perguntei, olhando por todo o local, o procurando.

—Deve ter ido atrás da Barbara, duvida? — me responde Richard, ao pegar algumas bebidas no bar e distribuir para nós.

— Hey, eu não sabia que a Barbara andava com esse pessoal... — comenta Erick, cutucando Joel no braço, enquanto olha para um grupo de garotos da faculdade deles.

— Ela na verdade não anda. Mas parece que eles vieram como convidados de outra pessoa — responde Joel, tomando um gole do seu drink.

Um garçom passa por nós com mais shots de uma bebida de coloração meio alaranjada. Provo aquela que Richard nos trouxe e no primeiro gole, sinto um gosto amargo, que aos poucos se transforma em doce e alcoólico. A sensação é estranhamente boa.

— Parece uma limonada com muito álcool. — Erick brinca ao tomar um gole de outro drink de cor verde.

Então, Natálie aparece. Não pensei que ela iria ficar tão sensual com essa fantasia na hora que fomos à loja para escolher, mas pelo visto, me enganei. O tempo parece passar mais devagar enquanto ela caminha na minha direção, com duas taças de champanhe nas mãos.

Natálie usa um body de veludo preto, assim como suas meias quase transparentes. O salto preto alto estalando no piso, nos punhos mangas brancas e orelhas também brancas. Um colarinho branco com detalhe vermelho fechava a fantasia.

Por conta de uma estúpida aposta com os meninos, nossas fantasias são da Playboy. Eu usava apenas um roupão de veludo vermelho, uma cueca e um boné de marinheiro. Eu não usava mais nada, e metade do meu peito estava exposto.

Byron BayWhere stories live. Discover now