41. Inicio dos desejos.

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15 DE JUNHO

Após voltarmos para casa todos pareceram sumir por no mínimo três dias. Tudo ficou tão parado que eu passava a todo instante no quarto de cada um só para ver se eles realmente estavam lá. Acampar pareceu sugar todas as energias deles, fora os diversos acontecimentos que tivemos em menos de vinte e quatro horas.

Christopher ficou trancado o tempo todo no quarto.

Joel e Zac haviam conseguido finalmente começar o programa de intercâmbio deles, que era a desculpa que tinham usado para virem e Byron Bay. Mas eles de fato estavam tendo algumas aulas experimentais em uma faculdade da cidade, no programa de intercâmbio de verão. Não era nada sério, mas exigia algumas horas durante os dias de semana.

Kimberly passava a maior parte do tempo jogando com Erick.

Richard não parava em casa, já que tinha entrado em um site de namoros e todo dia tinha um encontro.

Barbara e todas as outras meninas ficavam trancadas no quarto juntas, comendo o dia inteiro.

Eu fiquei sem nada para fazer. Ficava zanzando por ai. Era incrível que quando eu tinha algo para fazer eles apareciam como o Diabo para me infernizar, mas agora eu morria de tédio.

No primeiro dia eu só fiquei confuso, mexendo no celular o dia todo.

No segundo cuidei de assuntos pendentes.

No terceiro fiquei jogando com o Chris, para tentar animar ele. Nem mesmo zumbi e mulher pelada pareciam melhorar a situação. E ele parecia não tomar banho desde que tínhamos voltado do acampamento.

Estava difícil ajudar ele, que dizia não precisar de ajuda. Apenas dei tempo a ele para curar a ferida.

Quanto a Lara e eu... Bem, ela ainda ia todas as noites para o meu quarto, se enfiando embaixo da coberta e dos meus braços.

Foi só no sábado que as coisas começaram a voltar ao normal. Zac e Joel conseguiram animar todos para irmos a balada.

Ao cair da noite todos corriam pelos corredores procurando por roupas e sapatos.

Eu fiquei na mesa da sala de jantar, montando um castelo de cartas com Zac.

— Você conseguiu o que eu te pedi no começo da semana? — perguntou baixinho.

Olhei para os lados, vendo o primeiro andar vazio.

— Vem — o chamei, me levantando.

Fomos até meu quarto, que era bem ao lado da cozinha e de frente para a sala de jantar. A cama de casal estava arrumada e a cortina aberta, voando pela porta da sacada.

Segui até o armário perto da porta que levava ao banheiro, pegando a caixinha cinza. Zac ficou em minha frente e eu levantei a tampa para ele ver aquilo que havia pedido para eu fazer.

— Parecem muitos reais — comentou, pegando uma e olhando.

— Acredite se quiser, eu também aprendi isso no FBI.

— Achei que você nunca tinha trabalhado no FBI, só feito treinamentos...

Dei um sorriso de lado e pisquei para ele.

— Eu nunca disse isso.

Ou talvez tivesse dito. Mas não era verdade.

— A gente entrega antes de sair — falou. Confirmei com a cabeça e devolvi a caixa no lugar. — Vou me arrumar. Até.

— Até.

Ele saiu do quarto, e eu fui tomar banho.

Eu tinha raspado a cabeça ontem, e ainda era estranho passar a mão por ela e sentir o leve roçar dos fios curtos. Sem a desculpa de ter que lavar o cabelo, meu banho foi rápido.

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