capítulo 38

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REBECA

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REBECA

Ainda estou em choque, quando chego a mansão e subo ao meu quarto, desejando me exilar de tudo e de todos. Meus olhos toldados de lágrimas percorrem o apo­sento com desanimo. Devagar, me aproximo da cama, e me sento na beirada, sentindo o corpo dolorido e a cabeça latejando im­piedosamente, porque não paro de pensar no plano obscuro que Alexander preparou para o nosso filho... não, não posso, me manter paralisada diante de um futuro tenebroso, me rebelo interiormente, sentindo as emoções chegando ao pico. Com tudo isso em mente, imaginei que ja estivesse esgotado minha cota de decepção para um dia, mas encontro com Antonella na praia, acabou por sinalizar algo tão chocante quanto o que está por acontecer em minha própria vida. Rock a mantem presa e a humilha constantemente das piores maneiras possíveis. E a prova, é que aquele pequeno encontro no fim da tarde, só foi lhe concedido porque a prisão estava minando suas emoções.  Numa certa distância, os soldados a vigiando o tempo todo. Cheguei à conclusão de que Rock não é o tipo de homem que que eu imaginava. Ele é igual a Alexander. Frio e covarde. Só de lembrar tudo o que Antonella me revelou esta tarde, sinto uma dor aguda no coração. Respiro fundo, sentindo a mágoa e a angustia me corroendo. E, quando finalmente consigo me levantar, como um autômato, caminho até a janela. Me debruço no peitoril, vendo as luzes do jardim começando a acender e acima do céu a lua já aparece por detrás do castelo; o símbolo de resistência da dinastia Castellari. A construção antiga serviu de cenário para meus sonhos de adolescente. Eu brincava de ser princesa. E sonhava com o príncipe encantado. Era encantador imaginar um mundo de fantasia e sonhos, com príncipe em cavalo branco.
Eu gostava de me isolar para deixar a mente voar.
Até que na noite do meu baile de quinze anos, eu percebi que meu sonho poderia se tornar realidade. O tempo todo, o príncipe dos meus sonhos estava diante dos meus olhos e, foi só quando ele me chamou para dançar que eu o reconheci. No entanto foi estranho. Principalmente considerando as histórias escabrosas a seu respeito. Ao mesmo tempo que ele era encantador, também era assustador, enigmático. As garotas da minha idade eram obcecadas por ele. Sabiam tudo a seu respeito. As histórias mais picantes, as mulheres que ele escolhia. Os relatos muitas vezes me incomodaram, mas eu não tinha experiencia para entender a amplitude das minhas inquietações. Até aquela noite do baile.
Já estava saindo da pista de dança com um garoto, quando Alexander puxou-me pelo braço com gentileza e pediu uma dança.
Meu corpo reagiu com força ao seu toque.
Meu coração deu solavancos dentro do peito... eu tentei respirar, mas não conseguia por causa da forte emoção.
Quando dançamos no meio dos convidados, parecia que não existia ninguém mais. Só eu e Ele.
Me perdi nos olhos azuis mais tentadores e lindos que já vi.
Eu soube naquele momento que Alexander era o príncipe que eu ansiava e que em algumas noites povoou meus sonhos.

De repente, a porta do quarto se abre e Brianna entra, fazendo-me dispersar as lembranças. Ela atravessa o recinto, encosta na janela ao meu lado, e com as mãos cruzadas, estudando-me, mostrando-se preocupada.

-- Tudo bem?

Balanço a cabeça, negativamente.

-- Você foi falar com Alexander, não foi? –continua, me olhando seriamente.

UMA TRAMA DO DESTINO- RELEITURAWhere stories live. Discover now