UMA TRAMA DO DESTINO- RELEITURA

Prólogo

"Querido diário,

Ontem eu sonhei com ele mais uma vez. E agora, todas as noites eu  tenho sonhado . A primeira vez que sonhei, foi meio que assustador,  porque ele me beijava.  

Foi muito  estranho,  ver ele  no café da manhã. Derrubei a xicara de café porque minhas mãos nao paravam de tremer.  Pior foi perceber o olhar dele de impaciência. eu juro que queria que o chão se abrisse, só para que eu pudesse sumir ali mesmo. Que vergonha.

 Agora , toda vez que o vejo, minha respiração fica demasiadamente curta,  e  meu coração acelera quase saindo do peito.  Está cada dia mais difícil ficar perto dele. Acho que estou apaixonada por ele, por Alexander Castellari, o temido assassino da máfia. O que se pode fazer quando seu coração faz uma péssima escolha? Ele nao tem nada a ver  com os príncipes que sonho. Gosto de gentilezas e sorrisos sinceros. e ele nao é  nada disso. Seus olhos podem até  serem azuis cintilantes  e o rosto  pode ater parecer  de  de um anjo,  mas ele é tão cruel  quanto  o demônio... 

Mas agora tudo piorou. Porque que ele quis dançar comigo? será que sabe  dos meus sentimentos? Foi difícil nao admirar  boca dele,  para o sorriso devastador e nao sentir um desejo enorme de ser beijada. Dançar com ele, foi como flutuar em nuvens de algodão. As pessoas ao redor, já não existia, era só Eu e Ele.

E quando ele me apertou em seus braços, eu compreendi que era ali, que eu queria estar. Para sempre.

Mas tudo foi rápido demais. A musica parou e ele se afastou, desfazendo aquele momento mágico. Ele capturou meus olhos e o assombro em meu coração, fez me entender, porque eu tinha medo de Alexander Castellari. Era ele o príncipe que alentava meus sonhos. Desde sempre foi ele! Como vou conseguir sobreviver sendo negligenciada por ele. Meu amor é impossível"

Lembro quando eu escrevi isso, foi a quatro anos, na minha festa de quinze anos. E depois de tantos anos, nada mudou, meus sentimentos são os mesmos. E desde aquela festa, Alexander nunca mais se aproximou de mim.

Faz oito anos, que estou vivendo na Itália. Mas quando cheguei neste país, tinha apenas dez anos. Na ocasião, meus pais haviam sofrido um acidente automobilístico, e não sobreviveram aos ferimentos.
Por ser a parente mais próxima, a irmã do meu pai fora comunicada.
Ela morava em Nápoles com o marido. Assim que soube do ocorrido se prontificou de tomar todas as providências necessárias para o funeral e o enterro.

Antes da morte dos meus pais, vivia em Blue Island, uma pequena cidade do estado americano de Illinois no Condado de Cook. Morávamos numa casinha amarela, de janelas brancas. Na frente havia um jardim, onde minha mãe cultivava suas roseiras, quando não estava trabalhando.

Eles eram professores em uma Universidade de Chicago, e três vezes por semana lecionavam. A distância de Blue Island para Chicago é curta. De carro é dura mais ou menos vinte minutos. E foi numa dessas viagens, entre idas e vindas que o acidente ocorreu. Os dois, morreram na hora. O outro motorista, saiu intacto, sem sofrer nenhum pequeno arranhão.
Quando percebeu o estrago que havia feito, fugiu do local sem prestar socorro.
Na época as autoridades policiais explicaram que não havia como identifica-lo porquê a câmera de vigilância não registrou o ângulo em que aconteceu a tragédia. Mas pessoas que testemunharam o acidente relataram que o rapaz que conduzia o outro veículo demonstrava sinais de embriaguez.

E dessa forma, as duas pessoas que eu mais amava neste mundo partiram, de repente, sem se despedirem de mim.

Eu tinha impressão de que estava vivendo um pesadelo, e que a qualquer hora, eu acordaria e poderia abraça-los.
As vezes pensava que nunca conseguiria me recuperar da dor de ter perdido eles. Por horas chorava todos os dias, inconsolável .
Encontrei no amor e na força da minha tia todo apoio e encorajamento que precisava para superar minha perda. Tia Norah foi meu porto seguro, nos momentos em que eu estava prestes a sucumbir, me ajudou a levantar.
Sou grata por tudo que fez por mim, de maneira incondicional.