REBECA
-- Ainda não tenho certeza, mas pelos sintomas, acho que estou grávida! – digo cheia de contentamento.
-- É quase certo que esteja—tia Norah reforça
Pela expressão do rosto dele, posso dizer que a notícia não o deixou nada feliz. Na verdade, há uma fúria em seus profundos olhos azuis e uma tensão incontida no semblante, quando me olha rigidamente, como se eu tivesse cometido um erro terrível.
Ele sacode a cabeça, demostrando insatisfação.
--Não pode estar falando sério! —Ele exclama perplexo.
— O que você quer dizer com isso? —pergunto notando sua reação aborrecida. – Não está contente?
-- Eu nunca lhe disse que queria filhos. —Declara num tom acusatório.
-- Nunca conversamos sobre isso. --
-- Engravidou de propósito?
-- Claro que não. --respondo com dificuldade.—mas porque está tão aborrecido? Estamos casados.
-- Você não passa de uma irresponsável— esbraveja, batendo os punhos fechados na borda da mesa, o que ocasiona um solavanco na louça.
Todos a mesa ficam espantados, olhando para ele.
--Ora, pare com isso Alexander! —o pai ralha, indignado – sua mulher pode estar esperando seu primogênito. E é assim que recebe a notícia? Deveria está comemorando.
-- Já lido com problemas demais, para ter que me preocupar com uma criança! --Ele replica olhando o pai enviesado. – E, por favor, gostaria que não opinasse.
--Sua conduta é inaceitável.
--Nem todo homem nasceu para a paternidade. E esse sou eu.
-- Daqui a alguns anos será necessário que aponte seu sucessor. E não existe alguém melhor que um filho. – O pai preceitua.
Enquanto os dois, discutem calorosamente, um redemoinho de violentas emoções, me prendem a cadeira. Raiva e decepção se misturam. E dor.
-- Parem! –Grito abruptamente, trêmula e chorosa. – Essa discussão é totalmente desnecessária... --e dando um suspiro profundo para ocultar o embargo na voz, acrescento:-- uma vez, que a gravidez é apenas uma suspeita.
Alexander, fixa os olhos em meu rosto, respira fundo e levanta-se:
-- Venha, vamos conversar em nosso quarto. — Determina, agarrando minha mão. Ao subir as escadas, tenho receio de desmaiar, e somente quando entramos no quarto e ele me faz sentar na beira da cama, e senta-se ao lado, é que permito-me relaxar.
—Desde quando suas regras faltaram? – pergunta com uma calma estudada.
Respirando fundo, levanto os olhos esperançosos para ele.
-- Acho... que... que dois meses. – Balbucio.
-- Dois meses? –Ele solta um suspiro de impaciência. -- Não percebeu quando sua regra faltou?
-- Não. – Respondo vagarosamente. --Na verdade, mal tive tempo para reparar. ...você sabe que estive muito ocupada em organizar nosso casamento.
Ele levanta-se, e anda até a janela, onde fica olhando para fora. Enquanto isso, continuo sentada, num esforço de me manter calma.
Alexander endireita os ombros largos, e vira-se em minha direção.
--Honestamente, não gosto dessa situação. Me desculpe se estou magoando-a, mas esta é a verdade. – Declara, áspero. E depois de uma curta pausa, emenda:--Era sua responsabilidade ser cuidadosa para que isso não acontecesse.
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UMA TRAMA DO DESTINO- RELEITURA
RomanceRebeca tinha oito anos quando os pais morreram em um acidente de carro. Levada para itália pela tia, nem desconfia que ficará sobre o mesmo teto do homem que provocou o acidente. Sem contar que dez anos depois, ela se apaixona por ele: Alexander C...