Rebeca
Diante do espelho, verifico fascinada meu lindo vestido de festa de um azul transparente com fenda lateral. Um modelo elegante e charmoso. Nunca me senti tão bonita e atraente. Sento-me na poltrona junto a penteadeira dando um último retoque a maquiagem, quando de relance vejo tia Norah entrando no quarto. Seu semblante está carregado de preocupação. Ela posiciona-se atrás de mim, ao grande espelho e me examina.-- Está muito bonita! -- elogia.
Noto-a mordendo o lábio inferior, antes de puxar uma cadeira e sentar-se ao meu lado, me observando pintar os lábios. Mesmo sem olhá-la diretamente, pressinto sua tensão sobre mim. Penso que ultimamente, tia Norah não tem sido a mesma. Talvez a maternidade, a tenha deixado mais precavida. E, imagino que se sinta responsável por minhas escolhas.
Giro na poltrona para olha-la, erguendo uma sobrancelha.
--Algo a perturba? -- inquiro, buscando seus olhos, uma vez que ela, sempre se mostrousensata e cautelosa.
-- Passei o dia pensando em você. -- diz num murmúrio. E levantando-se, completa: -- Não acha que se precipitou em reatar com Alexander?
Pronto! Aí está ela, confirmando meu pensamento.
-- Não, não acho.
Ela solta um suspiro pesado.
-- Precisa pensar bem na decisão que está tomando. Um relacionamento com Alexander é uma grande carga. E ele mal saiu de um relacionamento conturbado.
-- Ele terminou com a Petra. Vai se casar comigo. -- Adiciono incisiva, tentando não me abater com suas observações eloquentes.
-- Mesmo assim, pode estar cometendo um erro. Ele não pode fazê-la feliz.
-- Por que diz isso? Eu o amo. É claro que seremos felizes!
-- Tem noção das falhas dele?
-- Não tenho ilusões a esse respeito; eu sei que ele é um criminoso. O chefe de uma organização.
-- Eu tinha outros planos para você. No fundo queria que tivesse uma vida diferente; onde pudesse andar pelas ruas sem medo. Sem um monte de seguranças seguindo seus passos a cada lugar que for. Não sente falta disso? ...da liberdade que tinha?
--Pior seria passar o resto dos meus dias lamentando ter perdido o amor da minha vida. -- afirmo, num tom dramático. --Veja a senhora. É casada com Enrico e é feliz. Por que comigo e Alexander não poderia acontecer o mesmo?
Ela mante-se em silêncio impassível. Mas uma gota de lágrima escorre em seu rosto, ela tenta esconder baixando a cabeça para a enxugar.
-- Você não entende. -- menciona, erguendo a cabeça e estudando-me.
-- O que não entendo? -- Pergunto, sentindo-me perdida com suas colocações evasivas.
-- Não quero que mais tarde...Nesse momento uma batida soa na porta, interrompendo nossa conversa. Maria surge na entrada.
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UMA TRAMA DO DESTINO- RELEITURA
RomanceRebeca tinha oito anos quando os pais morreram em um acidente de carro. Levada para itália pela tia, nem desconfia que ficará sobre o mesmo teto do homem que provocou o acidente. Sem contar que dez anos depois, ela se apaixona por ele: Alexander C...