Capítulo trinta e três

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Duas semanas depois.

Avice estava dentro de uma cabana, no alojamento dos rebeldes. Faltavam apenas três dias para que eles pudessem atacar o rei, que após a explosão do campo de treinamento se trancou no castelo e deixou uma grande quantidade de soldados prontos para qualquer ataque, contudo o rei se esqueceu de uma entrada. A entrada que ficava atrás do castelo, escondida por uma pedra debaixo da cascata que despejava água no lago.

— Júlia coordena os arqueiros — disse Avice — assim que os homens da torre forem atingidos nós entraremos pela passagem atrás da pedra. O risco é grande, mas vale a tentativa, quando Nate e eu éramos crianças, adorávamos ficar lá pois era um lugar esquecido por meu pai.

Thomaz pôs a mão sobre o ombro dela, consolando-a. Imaginava o quanto a dor de perder o irmão ainda a assolava, só de pensar que Júlia poderia ter sido uma das vítimas, se desesperava. Sabia que sua força não chegava aos pés da força que Avice transmitia.

— Precisamos de homens que se arrisquem na frente — disse ele, indicando no mapa do castelo — até que soe o alarme e os outros soldados que estão dentro do castelo saia como reforço.

— Os soldados vão se importar com a parte mais visível; a frente — completou Daniel — por isso é necessário que mais da metade dos rebeldes estejam lá.

— Exatamente — Órion concluiu — se tivermos em poucos eles vão desconfiar que é uma armação e irão rondar o castelo inteiro.

— Começaremos atirando flechas em chamas — disse Avice — eles vão revidar de todos os lados. Esse é o momento ideal para a distração.

— Então recuaremos — Júlia encarou os arqueiros, enquanto ajustava a luva no punho — com passos para trás, com o arco e as flechas em riste.

— Nessa hora nós já estaremos dentro do castelo — Thomaz encarou os aliados — o rei provavelmente estará escondido em seu aposento.

— No aposento? — indagou Órion.

— Ele ama demais o luxo de seu aposento — Avice encarou o tio, que ficou surpreso.

— Entramos no quarto, cercamos ele e finalmente... — disse Daniel — o prenderemos por traição.

— E se forem atacados? — considerou Júlia — vocês pensaram nessa hipótese, certo?

— Traição é a pior acusação — Avice mencionou — de acordo com o livro da lei, se um rei é acusado de traição, ele perde o direito de governar até que se prove o contrário. O que pode dar errado é ele não querer aceitar, mas os soldados têm em mente essas leis, cabe a eles serem honestos ou não.

— Eu estou com um pé atrás ainda — confessou — sei que vocês estão convencidos de que esses soldados irão perseverar com as acusações, mas me lembro bem que alguns soldados estavam com o rei no dia em que ele matou minha mãe e eles não pareciam tão honestos.

— Vamos tomar o reino, o acusando ou não — Daniel falou, perseverante — ele sabe que está errado e sabe os motivos pelos quais estamos acabando com isso. Se preciso, o pressionamos até que ele abdique do trono.

— E você será o rei — Avice o encarou, aliviada — é claro que algumas coisas podem ser diferentes do que realmente esperamos, mas estou confiante. O povo está do nosso lado.

— Estou tão confiante quanto você, minha irmã — Daniel segurou em suas mãos — mas, eu não quero ser o rei, vou abdicar.

Todos que estavam reunidos na cabana, o encararam surpresos.

— Isso significa que a coroa passará para você.

— Daniel, você não pode fazer isso — ela caiu em si — eu não estou preparada para governar.

A princesa prometidaWhere stories live. Discover now