Capítulo quatro

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Depois da luta a qual a deixou completamente perplexa, Avice foi para o seu quarto. Queria saber por quais motivos Thomaz a encarava daquela forma. Não sabia como identificar o que ele sentia através do olhar, por mais que em alguns momentos o olhar de seu soldado era de total admiração, ela sentia bem no fundo de seu peito que havia algo errado. 

Caminhou até uma cômoda e tirou da gaveta a lista dos passageiros que embarcaram com ela no navio. 

A vela estava acesa ao seu lado, enquanto ela folheava as páginas com um único objetivo, descobrir se Thomaz Righ era casado. Ela analisou cada nome, cada rodapé das folhas, quando já estava exausta, avistou um nome o qual fez seu coração acelerar, não queria acreditar no que se punha diante de seus olhos, mas, era inevitável. 

88 - Julia Righ, ajudante de cozinha, 18 anos. 

. . . 

— Princesa. Já faz três dias que a senhorita não vê a luz do dia, fica enfiada nesse quarto escuro. — falou Léa, acendendo uma das velas. 

— Não me incomode por favor, você está acabando com a minha paz. — Avice virou para o outro lado da cama. 

— Diga-me, o que houve? — pressionou a amiga, agitada. 

—  Estou cansada e entediada. Só isso!

— Talvez a princesa só precise se distrair. Ontem nós vimos uma baleia, a senhorita ficaria encantada com tamanha perfeição! 

—  Já lhe disse, não se preocupe, estou cansada de verdade — Avice a encarou e logo cobriu a cabeça com um manto — logo estarei bem.

— É por causa do casamento? — mais uma vez, Léa tentou insistir. 

Sabia que Avice funcionava sob pressão. 

— Léa eu já disse, não se preocupe. Eu estou bem. — Avice falou em tom grosseiro — só estou desanimada, deve ser porque nunca naveguei por tanto tempo. 

— Espero que sim — respondeu um tanto furiosa — eu como sua companheira preciso zelar por...

— Seu estado físico e emocional — Avice descobriu a cabeça e encarou Léa. — eu sei!

Avice não queria ouvir sequer uma palavra, descobrir que o soldado Righ era casado, a deixou tão perplexa que ela se isolava do mundo para não ter que olhá-lo nos olhos novamente, contudo, é claro que não confessaria.  

. . . 

Depois de muito pensar, a ruiva decidiu sair. 

Como um zumbi caminhou pelos corredores do navio sem se lembrar que haviam mais pessoas com ela, apesar de estar cercada de guardas e pessoas que faziam tudo para o seu bem estar, ela se sentia sozinha e a pior sensação é se sentir só no meio de um monte de gente. 

Guardas faziam reverência, empregadas também e ela  não dava a mínima para a presença deles, nunca pensou que pudesse ignorá-los com tanta facilidade.

Ela estava descontrolada, e isso precisava mudar. 

Ser destinada a um homem em seu ponto de vista era constrangedor, ela não conhecia o príncipe Nolan, ele não a conhecia. E mesmo assim teriam uma noite de núpcias?!

— Princesa Avice, o que faz nessa ala do navio? 

— Só estava checando se estava tudo em ordem Louise.

— Minha querida, notei que está sumida... — Louise segurou na mão da princesa, encarando-a carinhosamente — inclusive, os bolinhos não sumiram mais... 

A princesa prometidaWhere stories live. Discover now