Capítulo vinte e um

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Já era dia, a festa se prolongou por toda a noite. Convidados ainda bêbados devido a grande quantidade de álcool, saíam do castelo quase que arrastados para fora.

O rei Mizar e a rainha Adhara, foram para seus aposentos assim que a dança de Nolan e Avice acabou.

O castelo estava um caos, sujeira para todos os lados, copos de bebida jogados aos cantos e muitas coisas danificadas. O que na noite anterior estava totalmente deslumbrante, pela manhã estava destruído.

Nobres não são tão nobres quando tem bebidas grátis.

O café da manhã já estava pronto, todos já estavam à mesa, exceto Avice, que devido ao sono atrasou-se por alguns minutos.

Ao entrar no local, caminhou ágilmente e se sentou no lugar vazio, percorreu os olhos pela mesa até parar em seu pai, o olhar de reprovação não negava o quanto ele estava irritado com a postura dela. Sem descrição alguma, Ara pronunciou ávido, repreendendo-a:

— Onde está a princesa que eu criei? Parece até uma garota do campo sem modos e sem um pingo de educação.

— Oh Ara, não seja tão ríspido com a princesa, certamente está exausta devido a noite intensa que teve — a rainha Adhara interferiu — a propósito, gostou da festa querida?

O rubor do rosto de Avice desapareceu assim que a voz suave da rainha quebrou o clima tenso do ambiente.

— Foi incrível — mentiu.

A conversa se estendeu por mais meia hora, todos falavam e riam dos convidados que perderam os modos no decorrer da festa.

Estar ali, ao lado de seus pais era bom; apesar de reconhecer que em breve tudo isso acabaria.

Não imaginava quais seriam as consequências de toda sua rebeldia, mas sabia que seus pais jamais a perdoaria por se levantar contra eles. Mas que culpa tinha? O erro deles era gigantesco demais para ser totalmente ignorado, os rebeldes estavam certos, infelizmente.

— Avice? — o sussurro de sua mãe a tirou de seus devaneios.

A ruiva virou o rosto e apreciou mais uma vez o olhar carinhoso de sua mãe. Seu coração pulou dentro do peito e novamente mais perguntas tomaram sua mente.

Será que sua mãe sendo tão rica de compaixão estava a favor de seu pai tão pobre de amor?

— Gosto de falar de assuntos bons — o rei Mizar interrompeu — mas devo permitir que falemos de algo não tão agradável. Soubemos que muitos rebeldes do seu reino migraram para cá e estão se hospedando em nossos vilarejos.

O rosto de Avice perdeu a cor. Seu coração tremeu e o sangue em suas veias congelaram, Thomaz estava em um desses vilarejos. Sabia que o rei faria o que fosse preciso para eliminar de vez esses rebeldes de seu reino.

Ao notar o quanto Nolan e Avice estavam aflitos com a conversa, o rei se pôs de pé e continuou:

— Acho que não devemos falar desses assuntos aqui, afinal, a felicidade de um casamento não pode ser destruída por causa de delinquentes — ele estendeu a mão para a esposa e fez um gesto para que Ara e Alya o seguissem — os deixaremos a sós.

Nolan desviou o olhar para Avice, que nitidamente estava desesperada.

— E agora, Nolan? — questionou com a voz trêmula — sabemos quais serão as medidas tomadas...

— Daremos um jeito, Avice... Confie em mim.

. . .

— Soube que ontem teve a primeira valsa real. — falou Órion, se aproximando do filho.

A princesa prometidaWhere stories live. Discover now