Capítulo trinta

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Ao chegar em casa, Avice sentiu-se aliviada em saber que já haviam conquistado cinco territórios, só faltava um, que eles deixaram para o próximo dia, devido à distância.

Assim que entrou na pequena casa, tirou os sapatos e preparou um banho quente na pequena banheira da casa. Enquanto jogava as pétalas de rosa na água já aquecida, seus pensamentos recordam de Léa, ela fazia isso tão bem que se duvidasse saberia a temperatura ideal da água sem ao menos tocá-la, a saudade tomou conta de si, e a obrigou a tornar a pensar que a culpa foi sua, se ela não fosse tão imprudente Nate e Léa estariam vivos, e Charlotte teria os pais. Avice se concentrou em não lembrar disso, movimentou a água com as mãos, tirou suas roupas que já não eram tão bem trabalhadas como as do castelo, e mergulhou na pequena e confortável banheira. O seu corpo cabia perfeitamente, o que a fez pensar em como Thomaz que era muito maior que ela, cabia. Ela sorriu, em pensar que ele deveria flexionar as pernas para caber inteiro, enquanto ensaboava o seu corpo, escutou o ruído da porta de madeira se abrindo, e assim que ergueu os olhos se deparou com o impressionante semblante apaixonado de Thomaz Righ.

Apesar de estarem juntos por um tempo considerável, os dois ainda não tinham se conhecido de maneira mais íntima. Thomaz levou as mãos a cabeça desconcertado e com os olhos fixos na princesa coberta por pétalas de rosas disse:

— Se você me disser que deseja esperar a oficialização da nossa união, eu irei respeitar — ele ergueu os ombros — mas eu não aguento mais olhar para você todos os dias e não pensar em...

Avice em provocação mordeu o lábio inferior deixando o rapaz ainda mais instigado, ela olhou para o teto, e pensou calmamente no assunto, se entregar para ele era seu maior desejo naquele momento, seria injusto consigo mesma dizer que não. Mesmo tendo sido ensinada que sua virtude deveria ser tirada por seu marido, mesmo não sendo oficial, Thomaz já era o seu, era inegável. Todos, já a consideravam dele e vice e versa. Seu coração disparou, assim que o seu pescoço movimentou em um sinal de consentimento, e quando a garota caiu em si, já era tarde demais para mudar de ideia. Thomaz já estava próximo demais, pronto para tornar aquele anseio real.

. . .

A noite intensa a deixou ainda mais revigorada, parecia que até os pássaros cantavam mais bonito naquela manhã, nem Charlotte, que costumava acordar toda a madrugada e chorar, acordou. Avice caminhou lentamente até a ponta da cama em que havia dormido com Thomaz, e com muita paixão o acordou com beijos e um saboroso café da manhã, ela finalmente via cores novamente, até a rosa que outrora em sua concepção era preta, ganhou a cor mais intensa, o vermelho. Avice enfim se sentia feliz, e estar com Thomaz e Charlotte, bastava.

O jovem rebelde ergueu os olhos até a princesa, e sorriu. Avice prometeu para si mesma guardar dentro de seu coração aquela imagem para sempre, assim que ele se levantou observou a bandeja que ela segurava, um pedaço de pão, ovos e um copo com suco de laranja, ele deu risada ao lembrar que a princesa mal conseguia fazer um suco, quem dirá fritar ovos, entretanto, tudo estava perfeito, mas o que mais chamou sua atenção, fora o semblante iluminado que Avice estava naquela manhã, se ele não estivesse com tanto medo de tê-la machucado, diria que era devido a noite incrível que tiveram.

— Você está linda — foi a primeira coisa que ele disse — e esse café da manhã está com uma cara deliciosa.

— Eu queria agradecer, Thomaz — ela o encarou — Você conseguiu me devolver algo que estava perdido.

— Você me fez ser melhor Avice — ele acariciou os cabelos da jovem — e eu amo você por isso. Você se tornou algo que eu jamais imaginei...

— Uma rebelde? — ela sorriu debochada.

— A minha esposa.

Avice sorriu sem jeito, e logo que entregou a bandeja para Thomaz, escutou o choro forte da pequena criança que dormia no outro cômodo, ela apertou os passos e correu para pegar Charlotte, que já ficava sentada no berço de madeira.

A princesa prometidaWhere stories live. Discover now