Uma semana depois...
Todos já estavam preparados para a guerra; na frente de batalha estavam Órion, Nolan, Júlia, Thomaz e Avice. Felizmente eles conseguiram uma armadura, todos estavam protegidos e carregavam suas espadas; Júlia com sua aljava carregava o arco e as flechas. Uma quantidade considerável de camponeses se juntaram a eles, existia uma resistência e ela era grande. Apesar de Avice ser sempre positiva ela sentia uma apreensão em seu peito, hoje todos eles poderiam morrer e então, qual seria o destino da pequena Charlotte?
. . .
Mais uma vez o terrível som se reproduzia em seus ouvidos, gritos, espadas se chocando, desespero e angústia. Até quando teria que suportar isso?
— Não é hora para lamentações princesa, você entrou na guerra, agora é preciso lutar — falou Júlia, reparando que Avice estava desatenta.
— Eu não consigo mais matar ninguém.
As duas se olharam e foram surpreendidas por um soldado, Júlia com muita agilidade atirou a flecha que atravessou o pescoço do mesmo. O cavalo passou por elas, mas o homem ficou estirado no chão, segurando a caricatura de uma criança que com certeza era especial para ele. Os olhos de Avice lacrimejaram.
— Parem! — ela gritou — por favor parem!
— Não tem como acabar com essa guerra, desista, princesa — falou um soldado atacando-a.
Thomaz chegou e feriu o homem que caiu no chão agonizando.
— Você deve sair daqui, agora!
— Não irei a lugar nenhum sem você.
— Se defenda ou então saia daqui — Thomaz a encarou.
— PAREM! — a voz do Rei Mizar interrompeu a luta.
Os soldados pararam e em respeito a eles os rebeldes também, seria injusto lutar contra pessoas paradas.
— Nolan, sua coragem me atormenta, você sabe que vocês não têm chance contra os meus soldados.
— Queremos a mudança em Guersi pai, e não desistiremos sem lutar.
— Meu número de soldados é bem maior que o seu número de aliados.
Nolan assentiu, realmente não era páreo contra aquele exército, mesmo assim não se deu por vencido, em segundos buscou em seus pensamentos alguma resposta. Lembrando-se dos ensinamentos arcaicos de seu pai o príncipe cuspiu as seguintes palavras:
— Décimo mandamento papai; pensai exclusivamente na guerra.
O rei sorriu em resposta, sem rodeios desceu do cavalo e encarou o filho de maneira desafiadora, pretensiosamente falou:
— Prove-me que pensa exclusivamente nisso; mate-me agora e morrerei feliz, ao saber que finalmente você aprendeu algo.
Dito isso, o rei se ajoelhou aos pés do filho.
— Vamos Nolan! Mate-me! — instigou o rei.
— Piedoso, íntegro, fiel e humano — falou o príncipe com autoridade — O senhor também me ensinou isso, mesmo dizendo que eu não devia segui-los — o príncipe jogou a espada para longe — mas hoje, diante de todos os cidadãos eu declaro que esses são os princípios que eu vou seguir e como futuro rei, concederei benevolência à todos.
Pouco a pouco os soldados foram tirando suas armaduras e lançando para longe suas espadas. O rei calado fitou o filho com desgosto, pois o príncipe conseguiu o respeito de todos sem violência e sem muito esforço.
Nolan virou-se para observar com clareza o que havia conquistado. Aquilo sim era algo digno de ser lembrado, estava feliz por ser diferente e grato por seus homens que desistiram de tanta maldade.
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A princesa prometida
FantasySer princesa é abdicar da própria vida com o objetivo de proporcionar ao seu reino a melhor chance, Avice sabia bem disso, fora ensinada desde antes de aprender a falar sobre os seus deveres e era claro que isso incluía um casamento arranjado, porém...