Capítulo 24

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DAVID

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DAVID

Acordo suando e ofegante no meio da noite por conta de um pesadelo que me deixou atordoado. Agora que acordei, me lembro vagamente do que se tratava, só sei que envolvia Crystal, uma floresta escura e sombria e um lobo que a perseguia. Era tão real e vívido, faz anos desde a última vez que tive um pesadelo assim, pareceu até uma premonição. Pff, que bobagem, premonição do quê?

Levanto-me para ir jogar uma água no rosto para ver se essa sensação ruim passa, mas o movimento súbito faz a minha cabeça latejar de dor e caio sentado na cama. Olho para mim mesmo e noto que ainda estou com as mesmas roupas, eu nem mesmo troquei para dormir, na verdade, nem sei como vim parar na minha cama. Isso é muito estranho, nem na época que eu costumava beber eu ficava baqueado com apenas uma taça, isso não faz sentido.

Despertando melhor, percebo que Crystal não está aqui comigo e o lado dela da cama não está dormido, o que é estranho, pois significa que ela não esteve deitada aqui. Respiro fundo e passo a mão pelo meu rosto tentando aliviar um pouco da minha dor de cabeça, mas sem nenhum sucesso.

Olho para o chão e vejo que os sapatos dela estão aqui, o que significa que ela não resolveu ir embora, e isso me tranquiliza um pouco. De qualquer forma, levanto-me novamente para ir ao banheiro lavar o rosto para ver se dá uma melhorada no meu mal-estar. Jogo uma boa porção de água fria no meu rosto para despertar e logo me arrependo, pois a água estava congelante. Esqueci completamente que é inverno lá fora.

Molho um pouco a minha nuca e meus pulsos também, com a água aquecida dessa vez, e, em seguida, coloco meus sapatos para ir procurar pela minha namorada. Deixo para trocar de roupa depois.

Quando abro a porta do meu quarto, vejo que um silêncio perturbador está preenchendo a casa, portanto não faço ideia de onde Crystal possa estar. Decido ir em direção à sacada que fica no final deste corredor, pois imagino que talvez ela não tenha conseguido dormir e foi observar a neve caindo lá fora.

Ao chegar à sacada, constato que o meu pesadelo não é aquele que tive alguns minutos atrás enquanto estava dormindo; na verdade, ele está acontecendo exatamente agora, enquanto estou com os olhos bem abertos, pois dou de cara com a última cena que gostaria de ver, que faz uma dor dilacerante rasgar meu peito em dois e faltar todo o oxigênio ao meu redor.

- O... O que está acontecendo aqui? - questiono com um nó na garganta já sentindo as lágrimas quentes escorrendo involuntariamente pelos dois lados do meu rosto. É como se uma espada de dois gumes estivesse atravessando o meu corpo e alma de uma só vez e meu coração estivesse sendo estilhaçado em um milhão de caquinhos como um vidro que é atirado ao chão.

- Ficou cego, irmãozinho? Quer uma outra demonstração para ver melhor? - Asher indaga com o maior cinismo existente na face da Terra, estampando um sorriso debochado no rosto, se divertindo com a minha dor. Fico pasmo como ele não demonstra ter qualquer tipo de ressentimento ou remorso.

Crumble to Ashes | Phoenix Love #2Where stories live. Discover now