Capítulo 43

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DAVID

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DAVID

Quando eu e Evangeline entramos no carro, respiro fundo várias vezes e tento me acalmar para que eu tenha condições de dirigir. Meu peito está doendo e respirar ainda é um pouco difícil, mas me esforço para clarear a minha mente e colocá-la em ordem. Gasto alguns minutos até sentir que estou bem o suficiente e finalmente ligo o carro para irmos embora. Evangeline ficou em silêncio o tempo todo, respeitando meu momento e meu espaço, e eu aprecio isso.

- Fizeram alguma coisa com você? - Eva pergunta assim que saímos do estacionamento.

- Não exatamente - respondo e respiro fundo. - Mas não precisa se preocupar comigo, você já tem os seus próprios problemas para lidar.

- Você está subestimando a minha capacidade de sentir empatia, David - ela rebate. - Não é porque eu tenho problemas que eu não sei sentir compaixão pelo que as outras pessoas estão passando.

Sinto seu leve tapa na minha cara com luvas de pelica. Ela tem razão. Preciso parar de achar que não tenho o direito de desabafar com as pessoas.

- Desculpe. Falamos disso quando chegarmos na minha casa, está bem? - indago ao que a minha amiga responde positivamente com a cabeça.

Ligo o rádio para me distrair durante o caminho e o aleatório cai em uma música que parece ter sido uma provocação especial para mim: "Bet U Wish U Had Me Back" do Halestorm. Eu realmente aposto que quando a Crystal perceber que esses caras idiotas só a veem como uma vadia sem valor, ela vai se arrepender de ter feito o que fez comigo. Mas, honestamente, não sei se a quero de volta. Sim, eu ainda a amo e sinto a sua falta absurdamente, porém eu estou cansado - na verdade, estou exausto - de ter o meu coração quebrado por ela tantas vezes. Não consigo mais remendar o meu coração tantas vezes seguidas e em espaços tão curtos de tempo. Eu preciso de tempo para me recuperar, para colar novamente os caquinhos que já foram estilhaçados tantas vezes. Pela minha própria saúde mental.

Mais alguns minutos se passam até que eu finalmente chego em casa. Evangeline e eu subimos do estacionamento no subsolo para o andar principal ainda em silêncio, mas, então, decido quebrá-lo.

- Você quer tocar comigo? - sugiro. - Quero extravasar um pouco na música antes de conseguir desabafar.

- Claro - ela concorda, sorrindo. - Eu também me sinto mais leve depois de tocar e colocar meus sentimentos para fora na bateria.

- Aliás, a minha bateria é nova, quase não toquei nela. Eu tenho ciúmes dos meus instrumentos, então esse convite significa mais do que você imagina - comento.

- Eu me sinto honrada, obrigada. - Evangeline sorri novamente e eu fico feliz por ela ter a música como uma paixão e um refúgio, assim como eu, pois podemos nos expressar dessa forma sem precisarmos dar muitas explicações.

Abro a porta do meu quarto de música e vejo uma expressão de surpresa no rosto da garota ao meu lado.

- Você realmente toca guitarra? - ela pergunta, ainda impressionada. - Sei que você já me falou isso outro dia e comentou em uma das aulas de música, mas achei que fosse só conversa para se enturmar com o pessoal da bateria.

Crumble to Ashes | Phoenix Love #2Where stories live. Discover now