- Então por que você está estranha comigo? – ele insiste.

- Eu não estou estranha... Bem, talvez eu esteja um pouco. – confesso. – A verdade é que eu não sei bem como agir depois de tanto tempo em um relacionamento saudável. Com o Sean era manipulação o tempo todo, ele comigo e vice-versa, então não sei como essas coisas funcionam num relacionamento "normal", me desculpa. – tento ser o mais sincera possível mas ainda de forma que não o magoe.

- Você tem razão, eu que peço desculpas por ter te pressionado. – ele diz, mal sabendo que não tem culpa de absolutamente nada. – É que só de imaginar meu irmão perto de você me apavora. Eu não posso te perder. – sua voz lembra a de um garotinho inseguro e amedrontado, o que só faz meu coração apertar ainda mais, pois, apesar da fortaleza que ele aparenta a maior parte do tempo, sei que no fundo ainda há um garotinho frágil e cheio de traumas.

- Não se preocupe, isso não vai acontecer. – garanto, acariciando o seu rosto com as minhas mãos e abaixo o meu tronco em sua direção para beijá-lo. Um beijo doce, de carinho e de afeto.

- Pode passar esta noite comigo? – David pergunta, lutando para reprimir uma expressão de carência enquanto aperta a minha mão com firmeza, como se tivesse que ficar me segurando para me manter junto a ele. – Preciso de você. Agora e quando for reencontrar meu irmão amanhã.

- Claro que sim, eu não pretendia ir embora mesmo. – respondo com um sorriso amigável e trago a sua mão entrelaçada na minha até a minha boca para lhe dar um beijo.

David se ajeita no meu colo e continua assistindo ao filme enquanto eu fico mexendo nos seus cabelos macios e brilhantes, um gesto que eu adoro fazer e que percebo que traz uma sensação de aconchego para ele.

Confesso que também estou nervosa para conhecer o tal Asher amanhã. O nome dele me provoca calafrios desde a primeira vez que ouvi e tenho medo dele realmente me balançar por conta da relação estremecida em que eu e David estamos. O cara tem fama de Don Juan por um motivo e beleza e charme são algo que eu já sei que estão intrínsecos no gene Allen.

Depois de alguns minutos, percebo que David acabou adormecendo no meu colo, e eu o cutuco levemente, o chamando para ir dormir na sua cama. Levantamo-nos e vamos para o seu quarto. Pego a minha bolsa e troco de roupa, colocando meu pijama de frio. Geralmente eu prefiro dormir com alguma camiseta de David, mas esta noite está congelante demais para dormir com as pernas de fora, então acabei optando pelo pijama mesmo.

Sem que eu estivesse esperando, David me abraça por trás e dá um beijo na minha nuca.

- Senti falta de admirar o seu corpo assim. – ele sussurra no meu ouvido, me fazendo arrepiar, ainda que eu não esteja no clima.

Em seguida, meu namorado me vira de frente para ele e me dá um beijo ardente, ao qual eu correspondo, porém não deixo estender muito.

- Desculpa, Dave, mas eu acho que agora não é um bom momento. – interrompo-o e me solto dos seus braços, me afastando um pouco dele.

- Você não me deseja mais, não é? – ele pergunta, e identifico sua voz magoada, mesmo sem estar olhando para ele. – Eu sei que não sou o cara mais atraente do mundo, mas...

- Não é nada disso. – eu o interrompo novamente e volto a olhar para ele. – Você é muito atraente, eu já disse inúmeras vezes, é só que seu pai e sua irmã estão bem aqui do lado, eu não me sinto muito confortável. Além de que você está cansado, estudou o dia inteiro, e eu também estou cansada por ter ajudado minha mãe no escritório hoje. Vamos deixar para outro dia, está bem? – indago, acariciando seus ombros para que ele não se sinta chateado, e dou um beijo de leve nos seus lábios.

Crumble to Ashes | Phoenix Love #2Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ