— Ah... — suspirei — Eu tinha que entregar a jaqueta dele. — ergui a mão mostrando a jaqueta.

      — Claro! — meu pai olhou cúmplice para a minha mãe — Amor, você viu como o Adam está diferente?— ele dizia olhando para a minha mãe que sorria.

       — Sim, muito bonito por sinal... — minha mãe moveu o rosto para a minha direção — Adam é muito bonito, um bom partido para qualquer garota, não é Mary?

       Tive que prender os lábios para não rir. Ela achava mesmo que Adam era um "bom partido" para uma garota? Que ridículo. Adam não era bom nem para ele mesmo, quem dirá para outra garota. Provavelmente, meus pais — que conheciam Adam há muito tempo — não o conhecia o bastante e muito menos sabiam quem era ele de verdade. Adam Ashworth era um cara legal, mas, pelas coisas que todos sabiam na faculdade, se envolvia com coisas erradas e além do mais, dorme com alguém a cada dia. Se meus pais achavam que ele era um bom garoto para uma garota — vulgo eu — estavam enganados.

      — Concordo, mãe — sorri para ela, foi o sorriso mais falso que dei para minha mãe — Aliás, um bom partido para Hanna. — me virei e comecei a andar em direção às escadas, ouvindo alguns sussurros.

Suspirei pesadamente, tentando relaxar os ombros e manter a cabeça no lugar. A ideia de Adam e eu, juntos, passa pela minha cabeça e não me agrada muito, seria a coisa mais estranha que poderia acontecer entre ele e eu. E a coisa mais ridícula que alguém poderia pensar.

Olhei o horário no celular e vi que tinha bastante tempo, o bastante para andar no campus tranquilamente.

Era segunda, exatamente 7:22am e eu estava super cansada. O domingo passou mais rápido que eu esperava e a segunda chegou com uma semana super pesada e cansativa. De cara, cada professor falara o dia da sua prova sendo que mal começou o período. Já vi que terei que passar a semana inteira estudando e estudando, sem ter tempo para respirar.

Ajeitei o moletom no meu corpo e abracei meus próprios braços. A manhã estava muito fria e com muita ventania, tive que prender meu cabelo, pois o mesmo estava todo bagunçado por causa da droga do vento.

Assim que entro para dentro do corredor da faculdade, vejo já o movimento agitada dos alunos passando pra lá e pra cá. Vejo Hanna acenando e pulando para mim toda animada. Alguma coisa tem! Penso. Quando vou chegando perto da mesma, ela vem saltitante na minha direção e me envolve com seus braços, me apertando.

— Bom dia, flor do dia! — diz cantando. Tá, legal. Assim até os passarinhos da Cinderela
se assustam.

— Bom dia! — sorrio para ela — Posso saber o motivo dessa felicidade em plena segunda? —arqueio a sobrancelha enquanto Hanna me solta dos seus braços.

Mais uma vez, minha amiga sorri alegremente e suas bochechas ficam vermelhas.

— Ontem eu saí com Adam...— comenta com um sorriso bobo e apaixonado. Por Deus! — Ele foi super atencioso comigo e ele me levou para jantar em um restaurante maravilhoso e chique — Um brilho intenso tomou conta dos seus olhos como ela estivesse lembrando do momento — Ninguém nunca me tratou assim, como Adam me tratou. Comemos, conversamos e nos beijamos — um suspiro apaixonado escapou dos lábios dela.— Mas essa não é melhor parte... — Hanna deu mais um pulinho levantando a mão e mostrando um anel. No começo eu não entendi muito bem, mas depois fiquei paralisada.

Aquilo era um anel de compromisso? Ou eu estava alucinando? Eu não sabia o que era real ou o que não era. Minhas sobrancelhas se franziram e eu abri os lábios. Não estava acreditando, mesmo. Eu não conhecia Adam, mas sabia que ele poderia ir tão longe, como havia me dito. Ele havia me dito que gostava de Hanna, mas lá no fundo, eu sentia que o mesmo estava a usando para a família lucrar. E eu senti uma pontada de raiva. Ele poderia magoar Hanna com esse negócio de "namoro", e eu não queria isso.

Eu estava muito feliz por Hanna, se ela havia aceitado o pedido de namoro do Adam, quer dizer que ela esqueceu o babaca do ex-namorado dela e conseguiu seguir em frente, e isso realmente me deixava aliviada e feliz. Mas por outro lado, esse namoro poderia ser ruim. Porém a minha amiga estava feliz, saltitante, ela gostava muito dele e eu não poderia deixar esses pensamentos negativos me transbordar.

Coloquei o meu melhor sorriso no rosto e mais sincero.

— Sério? Eu não acredito nisso, Hanna — coloco as mãos na boca — Estou muito, muito feliz.—estiquei meus braços e a puxei para um abraço apertado.

— Eu sei que eu conheço ele há pouco tempo, mas eu não poderia recusar, ele é tudo o que eu sempre quis — escondeu o rosto entre as mãos quando eu a soltei.

— Não pense nisso. Você gosta dele, de verdade — sorri a confortando.

— E tem mais... — mordeu os lábios e ficou vermelha — Saímos do restaurante por volta das oito da noite e fomos para um hotel e... — parou de falar por conta da sua vergonha e logo entendi.

Abri a boca em um perfeito "O" e fiquei mais que surpresa. Quanta informação para uma manhã só.

— Hanna, oh céus... — foi a única coisa que eu consegui dizer e fiquei imóvel por alguns segundos.

— Ele não é nada carinhoso na cama, pelo contrário, Adam é muito bruto transando — Me contou e eu revirei os olhos com aquela informação— Mas não deixa de ser um príncipe.

Engoli em seco. Okay! Eu não precisava de tanta informação, ainda mais sobre isso. Claro que era de se esperar que ela me contaria algumas coisas, mas quando o assunto era sexo, eu não sabia como reagir. Sempre ficava constrangida.

Pequenas mentiras Where stories live. Discover now