Coloquei minha mochila em cima do banco, entre as minhas pernas e passei o cinto pelo o corpo. A porta se fechou sozinha. Mas que porta independente! Quase sorri com os meus próprios pensamentos, mas o quase sorriso desapereceu no momento que o irritadinho fechou a porta do lado dele com força. Ele apoiou as duas mãos no volante e respirou fundo. Eu olhava-o com curiosidade. Afinal, por que estava assim?

        — olhando o que? — perguntou rude.

       — Eu... — tentei reformular alguma pergunta, mas fiquei sem saída. — Por que está irritado? — senti meu coração se acelerar quando terminei de fazer aquela pergunta.

       — Porque... — e agora quem estava sem saída era ele — Não é nada... — negou com a cabeça e me olhou.

       Concordei com a cabeça enquanto molhava os lábios com a língua. Adam se recompôs no mesmo momento e girou a chave, ligando o carro. O celular dele começou a vibrar no seu bolso da calça jeans o que atraiu o meu olhar para sua calça e me arrependi no mesmo momento... Olhei para um lugar que eu nunca deveria ter olhado, ou ter olhado sem querer, como agora. No meio das suas pernas, onde a calça "felizmente" cobria, tinha um volume. Mas parecia ser um volume normal, dele mesmo e não como ele estivesse... Excitado... Era apenas o volume normal do que Adam possuía entre as pernas. Xinguei aquela maldita calça justa dele de todas as maneiras.

       Virei o rosto para a janela e tentei disfarçar o bastante enquanto ele falava com alguém no celular. Eu estava com muita vergonha, minhas bochechas queimavam mais que qualquer coisa. Oh, deus!

       — Mary... — Adam me chamou assim que desligou o telefone. Eu me virei para ele ainda vermelha — Se importa de passarmos na casa dos meus pais antes de eu levá-la? — ele hesitou um pouco.

       — Sem problemas! — dei de ombros e me virei novamente para a janela.

      

       Eu estava parada, ao lado de Adam, em frente à uma enorme porta enquanto ele abria a porta com a chave.

       Assim que cheguei aqui, quase tive um infarto. A mansão dos Ashworth era enorme e maravilhosa, eu nunca havia visto nada igual. Ela tão grande que não cabia no meu campo de visão. Era branca com uma mistura de cinza, possuía um enorme e belo jardim na frente da casa e até um Chafariz branco com uma água Clarinha. Eu poderia descrever o tão bela que aquela casa era.

       Eu dei o primeiro passo para dentro da casa e me surpreendi mais com o Hall da casa, ele era perfeito! Era da cor creme e tinha alguns quadros abstratos na parede e esculturas. Continuei caminhando atrás de Adam e quase tomei um susto quando uma senhora gritou o nome do Adam

       — Mãe... — ele disse meio sem graça.

       Quando olhei para a senhora, percebi que Adam era uma cópia sua, completa. Assim que nos aproximamos mais dela, pude ver seu rosto detalhado e fiquei mais espantada com a semelhança. O rosto fino dela parecia ser bem cuidado e continha poucas rugas. Seus olhos eram azuis intensos, tinha um brilho lindo, igual a do filho. O cabelo dela era castanho escuros e ia até a altura dos ombros. Ela tinha as maçãs do rosto avermelhadas e os lábios mais finos do que o de Adam.

         — Oh, querido. Está tão lindo! — exclamou com seu sorriso de dentes alinhados e brancos — Você não tem vindo mais aqui. Fiquei com saudades. — Colocou as mãos no rosto de Adam e depositou um beijo na bochecha dele.

       O rosto de Adam ruborizou na hora e eu fiquei tão surpresa, pois nunca havia o visto ficar com o rosto vermelho de vergonha e conclui que ele era tão fofo daquele modo. A mãe dele me notou e me analisou bem, seu sorriso cresceu mais do que eu esperava, foi a única forma dela soltar o filho. Ela caminhou para mais perto de mim.

        — Adam, querido... — chamou pelo filho — Não sabia que estava namorando com essa bela moça — a senhora disse tão inocente que eu quase ri, mas ao invés disso, fiquei com muita vergonha.

        Pelo o que notei, o sotaque dela era britânico e era mais carregado que o de Adam. Pelo visto quase todo mundo era britânico... Mas acabei por me lembrar de Ellie, nunca havia parado para reparar, mas o seu sotaque não era tão carregado como o de Adam e o da mãe. O sotaque dela era mais americano, com uma suave pitada do britânico.

        — Ela não é minha namorada, mãe — Adam disse me olhando por cima dos ombros da mãe. — É apenas uma amiga.

— Amiga? — a mãe dele disse — Mas que estupidez, Adam. Essa menina é muito bonita para ser só sua "amiga". — fez aspas com as mãos.

        — Acho que a Mary é muito para o nada do Adam! — uma voz me chamou atenção para um lugar da sala,a escada.

        Vi Ellie parada no pé da escada com o mesmo sorriso debochado que Adam tinha. Ela vestia um short jeans claro desfiado e um casaco de moletom curto que mostrava sua barriga. Seu cabelo estava amarrado em um coque mal feito e o rosto da mesma parecia cansado.

         — Muito engraçada você! — Adam dizia revirando os olhos.

— Então o nome desse anjo é Mary. — a mãe deles disse com um sorriso gentil e sincero — A propósito, o meu é Diana.

— O nome dela é Mary Angel, mãe. — Adam a "corrigiu" o que me fez revirar os olhos.

       — Esse nome combina bastante com ela, tem a feição de um anjo! — a senhora Diana disse com o seu sorriso ainda armado no rosto.

Pequenas mentiras Where stories live. Discover now