Rosa

81 4 2
                                    

Eu encontrei uma Rosa na porta do meu castelo, ela estava amassada, jogada... havia pétalas pra todo lado!
Eu a apanhei rapidamente e ela gritou: me solte agora!
Ninguém jamais havia gritado com um príncipe, certamente aquela Rosa era diferente, era especial.

Mesmo a contra gosto eu a mantive sob meus domínios, cuidei dela, dei água, sombra, sol, corrente de ar, tudo na medida certa, era quase que uma dança o nosso ritual, era o momento mais feliz do meu dia, o momento em que eu sentia me vivo, eu tinha importância para alguém, ela era a minha princesa, só que ela era uma Rosa.

Minha proteção, meu amor e meus cuidados a sufocavam, ela já não era mais Rosa, ela era minha Rosa. Mas eu nunca tive Rosa, então ela se anulava pra ser uma projeção frustrada de uma ideia real. Eu amava aquela Rosa, e eu tenho certeza que ela amava meus cuidados, mas ela deixou de ser Rosa pra ser minha Rosa e aquilo era inadmissível.

Então, minha Rosa deixou de ser minha, pra ser só Rosa como as outras, mas ela jamais será como as outras por que ela é perfeita.

"Rosa, te coloquei uma redoma por proteção, mas essa por vez, te sufocou. Nunca foi minha intenção te isolar...
Então vá, seja Rosa como as outras mas seja tu, saberei te achar. Por que tu jamais foste minha, foste apenas Rosa."

Marcone Ricardo Pereira

Vozes da alma Where stories live. Discover now