Casando Com o Inimigo

Outro Jantar

Elize POV:

— Que estão juntos, ficou meio óbvio. Mas Elize, você tem certeza? — Dizia meu pai do outro lado da linha.
Sentei na minha cama tentando me controlar.
— Por que está tão preocupado em eu estar em um relacionamento real com ele, se não se preocupou com isso na hora de me fazer casar pra salvar a sua empresa? — Eu disse. Tentando não parecer exaltada.
— Filha, eu só quero o melhor pra você. Eu não imaginei que isso aconteceria. —
— Mas aconteceu. E não precisa se preocupar, ele está diferente pai. —
— Ok, tudo bem. Só tome cuidado com esse menino. —
Revirei os olhos. Não consigo lidar com essa atitude hipócrita do meu pai. Tudo bem que eu me disponibilizei a fazer isso por conta própria, mas ele só não me forçou por que sabia que eu não tinha saída, ele sabia que as instituições que ajudo são as coisas mais importantes para mim. Ele não pareceu ligar para o que aconteceria comigo em eu me casar com um cara que já tinha feito bullying comigo na escola. Mas agora que estou em um relacionamento real com ele, quer bancar o pai preocupado.
— Eu sei me cuidar... Sempre soube. —
Então nos despedimos e desliguei.

Ouvi a porta da sala da sala se abrir e fui até lá, vendo Liam chegando em seu agora rotineiro terno.
— Da pra acreditar? Meu pai agora resolveu ser um "Pai Zeloso". —
Ele olhou para mim com um olhar preocupado.
— Ele não gosta de mim né? — Ele disse, com receio em sua voz.
— Não é isso. É que ele conhece a sua... "Fama". E acho que está preocupado em você partir meu coração ou coisa assim. — Eu disse, cruzando os braços tentando encontrar cabimento nisso tudo.
Liam veio até mim e beijou minha testa.
— Mal sabe ele que é sua garotinha quem é mais provável de brincar com meus sentimentos. —
Eu olhei para ele e sorri.
— Eu já disse que sou toda sua agora. Fique tranquilo. —
— Ok, espero que realmente pegue leve com meu coração. — Ele disse com levando sua mão dramaticamente ao peito, me fazendo rir.
— Eu só vou te machucar se você merecer. — Eu disse.
— Eu sei. Eu sei bem do que você é capaz e não pretendo querer te ver me ferrando de novo. —
Eu sorri de forma travessa para ele.
— Está reclamando do seu pai... Por que não ouviu minha mãe hoje. —
— Ela também te ligou? —
— Sim. E ela está animada. Muito animada. — Ele disse com um olhar preocupante.
— Quanto? — Perguntei.
— Ela marcou um jantar. — Ele disse, sério.
Eu ri.
— Na verdade eu sempre achei que secretamente ela torcia para ficarmos juntos. — Eu disse, me lembrando da animação dela em todos os momentos do casamento.
— Acho que mães sempre sabem tudo. Por mais que a gente nunca queira acreditar muito nisso. E de alguma forma ela sabia que eu precisava de uma garota incrível para me fazer ver que eu precisava mudar. —
— Você me acha incrível? — Perguntei, apenas para ouvir de novo, enlaçando meus braços eu seu pescoço, ficando de frente para ele.
— Não só incrível. Você é a melhor pessoa que já conheci. — Ele disse, acariciando meu rosto e parando em meu queixo, então ele aproximou seu rosto e juntou nossos lábios, me envolvendo com um beijo. Eu amava a suavidade dos seus lábios, cada beijo dele me levava as nuvens.
Eu parei para fazer uma pergunta.
— E quando vai ser esse jantar?
— No final de semana. —
— Para que exatamente ele serve? Seria tipo, uma segunda versão do primeiro jantar? —
Ele olhou para cima e prensou os lábios.
— É, talvez seja isso. —
— Vou para o banho. — Ele disse.
— Ok. — respondi, enquanto ele saia em direção ao seu quarto.
— Considere como um convite. —
Sorri, apesar de parecer irresistível, eu o esperei na sala.

—

Eu e Liam entramos na casa dos seus pais, fazia algum tempo que eu não vinha aqui.

Ao chegarmos na sala de jantar, a grande mesa já estava ocupada por seus pais e inclusive, também pelo meu.
— Ta sentindo essa nostalgia? — Eu disse baixo para Liam, que riu levemente.
Cumprimentamos todos e nos sentamos, lado a lado. O Sr. Suller parecia já estar um pouco impaciente, ele assim como meu pai, é muito focado na empresa, então imagino que deve estar irritado e achando isso uma perda de tempo. Já o meu pai, estava encostado na cadeira, olhando para Liam, e a Sra. Suller estava com um enorme sorriso, como de costume.
— Então, eu os reuni aqui para que pudessemos tratar sobre o relacionamento de Liam e Elize. — Disse ela.
— Mãe, não tem nada a tratar, nosso relacionamento não é um negócio. Pelo menos não mais. — Liam disse.
— Mas vendo que fomos nós que pedimos que fizessem isso, e sabendo que existe um contrato no meio disso, é sim um negócio, querido. — Ela disse.
Ele pareceu irritado.
Ok, acabei de chegar na família e já estou  presenciando desentendimentos familiares. Empolgante!
Bebi um pouco de água que estava em um copo no meu lugar na mesa.
— Cecília, isso não influencia absolutamente em nada no contrato. — Disse o pai de Liam.
— Minha única preocupação é se seu filho é ideal para a minha filha. —
— PAI! — Eu disse com um olhar de advertência.
Eu não acredito que isto está acontecendo.
Liam abriu a boca, mas parece não ter encontrado nada para dizer, e parecia um pouco assustado.
— Liam é um bom menino. E está se tornando um homem incrível, e creio que devo créditos a sua filha. — falou a Sra. Suller direcionada ao meu pai, que pareceu um pouco menos indignado.
Liam olhou para a mãe com um olhar de agradecimento. E então pareceu finalmente ter coragem de direcionar a palavra ao meu pai.
— Sr. Gilleard. Liz é realmente uma garota maravilhosa, eu não vou fazer mal nenhum a ela. Na verdade minha maior preocupação ultimamente é colocar um sorriso no rosto dela. —
Eu sorri para ele, que olhou para mim para mim com um olhar amoroso.
Resisti a vontade de beijá-lo.
— Olhem como estão apaixonados! — Disse a Sra. Suller.
Me fazendo desviar o olhar de Liam e corar.
— Só quero que saibam que não queremos acabar com isso que surgiu entre vocês. É até melhor, para as empresas, para a mídia... Estou feliz por vocês. — Ela disse, olhamos para ela e sorrimos.

Quando o jantar chegou tal assunto se encerrou e não surgiram mais momentos tensos na mesa.
Rolaram até umas risadas, principalmente entre nossos pais, que por serem sócios, agora parecem estar cada vez mais próximos.