Velhos Hábitos

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Liam POV:

Deitei na minha cama extremamente irritado com Elize.
Eu fui no abrigo a pedido dela, e até achei que estavamos começando a nos dar bem, mas ela ficou toda estressadinha do nada e começou a dizer que eu estava "fingindo ser um cara legal".

Eu só queria sair de casa e esvaziar a cabeça disso, então me lembrei que hoje é sexta-feira, e faz um tempo que não vou a uma boa festa. Até por que meu pai me disse que eu tinha que mostrar mais "integridade" para conseguir ao cargo, mas ele deu o cargo para Elize e agora eu quero mais é que se foda, por que hoje eu vou me divertir.
Mandei uma mensagem para Ricardo, e ele me passou o lugar que iriam hoje a noite.

Cheguei na boate e encontrei Matheus e Ricardo, provavelmente Kevin também por estava lá, e eu espero não esbarrar com ele por que ainda estou com raiva deste traste.

Algumas horas já tinham se passado e eu estranhei só ter bebido dois copos de Whisky, não conseguia focar muito na festa, na música e nas pessoas ao redor, eu estava de cabeça muito cheia por causa de Elize e continuava pensando no que ela disse. Então decidi que iria chegar em uma garota, acho que é exatamente o que eu preciso para relaxar essa noite.
Avistei uma garota loira que olhava pra mim descaradamente, era bonita, alvo fácil.
Fui até ela.
— Posso te pagar uma bebida? — Eu disse.
Ela me olhou com um sorriso malicioso.
— Claro, uma Margarita seria legal. —
Eu pedi ao barman, e logo o drink chegou.
— Que tal se eu provar esse drink através da sua boca? — eu disse, antes de beijar ela. Incrível como essas garotas são fáceis.
E entre aqueles beijos, fomos para o Motel.
Estávamos nos beijando ferozmente deitados na grande cama redonda.
Ela veio pra cima de mim e começou a tirar minha roupa, enquanto beijava meu pescoço. Eu tentava focar no momento, no prazer, mas enquanto olhava para o espelho no teto do quarto, enquanto olhava para meu próprio reflexo, tudo o que estava na minha mente era a voz de Elize dizendo que não acreditava que eu podia mudar. Que eu sempre vou ser um playboy mimado. E eu não sei por que, mas eu queria que ela acreditasse em mim.
Eu realmente gostei de estar lá, com as crianças hoje.
“Você é um playboy mimado que gasta todo o seu dinheiro com mulheres fúteis, bebidas e festas” Ela disse, e foi exatamente o que eu fiz hoje, era exatamente o que eu estava fazendo.
Tem uma garota em cima de mim e eu nem sei o nome dela. Eu nem sei o que estou fazendo, eu me rendi a velhos hábitos e eu não estou nem ao menos realmente gostando.
Minha cabeça começou a girar, e eu nem tinha bebido tanto.
— Sai de cima. — Eu disse.
— O que? —
— Sai, só sai! —
A garota saiu, assustada e sentou do meu lado na cama.
— Você ta bem? — Ela perguntou
eu não respondi e então ela continuou falando — Olha se você estiver bêbado e passando mal, avisa logo que eu vou embora, eu não vou ficar com homem vomitando perto de mim não. Ninguém merece.— Ela parecia irritada.

Não muito tempo depois, ela soltou um xingamento e começou a se vestir, e então saiu do quarto, batendo a porta.

Eu continuei deitado lá, eu nunca tinha dispensado uma garota dessa forma antes, bem na hora H.
É tudo culpa de Elize, que não sai da minha cabeça. Por que eu me importo com o que a merda dessa garota pensa sobre mim?

Eu sai do motel e voltei pra casa, decididona ir resolver isso, foda-se, eu preciso falar com ela.

Quando cheguei, a casa estava silenciosa.
Eu fui até a porta do quarto dela e ia bater, mas parei, e pensei: o que eu diria?
E alguma coisa que eu dissesse faria diferença?

E além de tudo eu continuava me perguntando: "por que me importo com o que ela pensa?"

Eu desisti de bater, afinal já era de madrugada e ela provavelmente estava dormindo, eu entrei no meu quarto. Tentei dormir, e voz dela continuava rondando minha cabeça, mas em meio essa confusão, em algum momento eu apaguei.

Acordei no sábado de manhã com um pouco de dor de cabeça, nada demais, já tive ressacas piores.
Levantei e tomei um comprimido para dor, depois da higiene matinal, eu fui tomar café da manhã, tentando entender tudo o que tinha acontecido nesta noite, ou o que não tinha acontecido...

Vi Elize saindo de seu quarto e acompanhei ela com os olhos, o cabelo escuro estava preso e a nuca a mostra, ela nem dirigiu os olhos a mim e foi até a geladeira.

— Bom dia pra você também. — eu disse.
E ela me ignorou, nem mesmo olhou na minha direção. Isso normalmente não me incomodaria, mas eu ainda precisava falar com ela, eu queria, de alguma forma, fazer ela acreditar que eu não estava fingindo merda nenhuma ontém.

— Vai me ignorar? Sério? Que infantil, Elize... — Eu disse, em uma última tentativa de faze-la falar. Mas ela apenas fingiu que eu nem estava ali, pegou uma maçã e saiu mordendo, depois se sentou no sofá, e ligou a TV, e colocou em um programa qualquer no qual eu não prestei atenção.

Para manter um pouco da minha dignidade e evitar ficar insistindo que ela falasse comigo, eu decidi sair do apartamento, para qualquer lugar longe de Elize, por que o silêncio dela estava me incomodando.

Fui até a casa de meus pais, que até pouco tempo atrás, também era minha casa.

Abri a porta e encontrei minha mãe na sala, que abriu um grande sorriso ao meu ver.
— Querido! Vem aqui, me da um abraço. —
Eu fui até ela e a abraçei.

— Como você está, como está Elize? —
Ela disse, enquanto nos sentavamos no sofá.
— Eu estou... bem. E Elize, eu nunca sei como ela está. Mas deve estar bem feliz, com o novo cargo... — Eu disse.
Minha mãe respirou fundo.
— Filho... sobre isso. Eu sei que você quer muito esse lugar na empresa, e você vai ter... um dia! Mas a Elize é realmente muito eficiente e... — Eu a cortei.
— Ok, ok mãe. Ela é melhor que eu e bla bla bla. Já sei. — eu disse, tentando encerrar este assunto e principalmente parar de falar de Elize.
— Eu não disse isso. — Ela fez uma expressão que parecia um misto de suspeita e curiosidade. — Aconteceu alguma coisa? — ela perguntou.
— Não. — Eu respondi.
— Eu te conheço desde que você estava no meu útero. E eu estou achando que tem algo estranho com você. —
— Você está imaginando coisas. — Eu disse. Ela pareceu não acreditar, mas mudou de assunto.
— Enfim, que bom que você veio aqui, precisava te falar sobre o Baile Beneficiente. —
Eu automaticamente fiz uma cara de quem estava prestes a negar. Esse baile, acontecia todo ano, e era organizado pelas socialites da cidade, e minha mãe era uma delas, então as vezes ela me obrigava a ir, mas era muito entediante.
— Neste ano não tem desculpas. Você e Elize devem comparecer, como um casal. É necessário para manter a imagem de vocês. — Ela deu um sorriso de vencedora.
Fiquei tentando pensar em como eu falaria isso para Elize se ela não fala comigo.
— Talvez você devesse ligar para avisar Elize... — Eu disse.
Ela juntou as sombrancelhas.
— Por que você não pode avisá-la? Moram no mesmo lugar. —
Eu não queria dizer para minha mãe sobre o gelo que ela estava me dando, por que teria que explicar muitas coisas, e tem coisas que eu não tenho conseguido explicar nem para mim mesmo, então arrumei uma desculpa.
— Quase não nos vemos... Estamos sempre fora. É complicado. —
Ela me deu aquele olhar desconfiado de mãe, mas parece que decidiu não questionar mais nada sobre isso, e eu internamente agradeci por isso.

Casando Com o Inimigo Where stories live. Discover now