Naturalmente

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Sai do meu quarto, fui para a sala e vi Liam no sofá, já sabia que ele estaria ali por que tinha ouvido a TV ligada.

Me sentei ao lado dele e vi que ele estava comendo pipoca, então peguei um pouco e comi.

— Ei! isso é meu. — Ele disse.
— Somos casados, tudo o que é seu é meu. — Eu disse, em tom de brincadeira.
— Isso só seria considerável se você também fosse minha. —
Eu segurei um sorriso e não encontrei nada para dizer diante disso.
Mas só conseguia pensar em como eu realmente queria ser dele. Só não queria admitir, assim do nada.
"Deixar as coisas acontecerem naturalmente" é o meu novo lema de vida quando se trata de Liam. Então eu tentei apenas assistir aquele filme com ele.

— Que merda de filme é esse Liam. — eu disse enquanto via na tela da TV um assassino de máscara matando uma garota, o sangue esguinchava por toda parte.
Desviei o olhar da cena nojenta.
— Estômago fraco? — Ele disse, rindo do meu pavor.
— Esse filme é nojento. — eu disse, ainda sem olhar para a tela.

— Acho que vou voltar para o meu quarto. — Eu disse ao perceber que o problema não eram só as imagens, os sons também eram horríveis.
— Ta bom, mais tarde eu passo lá. — Ele disse.
— Ok. — Eu respondi distraídamente.
Até que percebi o que ele tinha dito.
— Não, espera. O que? —
Ele riu e eu voltei para a minha cama.
Obviamente ele estava brincando, mas até que não seria uma má idéia.

Liguei minha TV e coloquei qualquer coisa que tirasse as imagens daquele filme de terror da minha cabeça.
O maldito filme que atrapalhou meu plano de "deixar as coisas acontecerem naturalmente" com o Liam.

Alguns minutos depois eu fui beber um pouco de água, e Liam já estava desligando a TV da sala.
Ele provavelmente estava indo dormir e em uma tentativa de fazer ele ficar ali eu procurei dizer alguma coisa.
— Como está indo o novo emprego? —
Ele olhou para mim, com expressão de quem estava estranhando. Provavelmente não estranhou exatamente a pergunta inusitada mas sim por eu estar puxando assunto depois de passar tanto tempo evitando ele.
— Bem. — Ele disse.
— Muitos relatórios? —
Ele olhou para mim com um olhar desconfiado.
— Você ta bem? — Ele perguntou.
— Sim, por que? Eu não pareço bem? —
Não, eu não estava nada bem. Eu estava completamente preenchida de arrependimento por ter afastado ele de mim e agora estava desesperadamente tentando fazer algo acontecer sem ter a mínima noção de como flertar com alguém.
— Está agindo estranho. — Ele disse, e então caminhou em direção ao corredor.
— Deve ser aquele filme horrível que você estava assistindo. —
— Você só viu uns 3 minutos do filme. — Ele disse rindo.
— Foi mais do que o suficiente para me causar pesadelos hoje. —
— Se você ficar com medo de noite pode vir pra minha cama. — Ele disse e então piscou um olho.
Senti meu rosto queimar com o que ele disse, sabendo que tinha como único intuito me provocar.
Ele sorriu e para minha tristeza, seguiu para o seu quarto.
— Boa noite. — Ele disse.
— Boa noite Liam. —

Eu fui para o meu quarto, e me joguei na minha cama, tentava não pensar no quanto eu sou idiota.
Eu poderia simplesmente dizer para ele tudo o que eu sinto, mas como dizer isso depois de ter dito que todos os nosso momentos não significaram nada?

Quando ele me provoca, eu sei que obviamente ele esta tentando causar em mim alguma reação, mas eu nunca sei se ele está brincando ou sendo sincero.

Acordei e ao levantar eu me troquei para ir na Ong, após tomar o café eu desci do prédio e fui até meu carro.

Dirigi até a Ong, agradecendo por ter de volta minhas manhãs livres após ter desistido do trabalho na Imperius.

Ao chegar, dei um bom dia para Anne na recepção e fui até a sala de utensílios, pois eu teria que verificar a validade de todos os medicamentos e anotar os que precisavam ser repostos.
Ao entrar, novamente tive um encontro indesejado, Ryan estava bem ali. Parecia procurar alguma coisa em uma das prateleiras.
Ele olhou para mim, e eu para ele.
— Não trouxe o babaca dessa vez? —
Eu senti um pequeno incômodo ao ouvir ele se referir a Liam desta forma.
— O nome dele é Liam. — Eu disse, começando olhar os medicamentos.
Ele riu.
— Agora você defende ele? —
— Ryan. Eu sei que você ficou magoado, mas já faz meses desde que aquilo aconteceu entre a gente. Não tem motivo nenhum para você agir dessa forma. —
Eu disse, quase como um desabafo.

Eu realmente me apaixonei por Ryan, e ele permaneceu no meu coração por um período, mas com o tempo e nosso afastamento, eu acho fui superando, por que ele não mexe mais comigo como antes.

— Eu sinto sua falta. — Ele disse.
Eu não soube muito o que responder.
Eu também sentia falta dele, mas como um amigo. Eu já tinha o magoado uma vez e não queria fazer de novo então eu permaneci em silêncio.

Algum tempo depois ele saiu da sala, e eu me senti mais confortável enquanto ele não estava ali.

Se eu soubesse que ele estaria aqui eu não teria vindo, para evitar um momento como esse. Por que ver ele, saber que eu o magoei, faz eu me sentir horrível.

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