ÚLTIMO CAPÍTULO ✓

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Percorremos o corredor estreito e sujo, escutamos alguns choros e logo estávamos em um longo quarto que abrigava berços velhos, e algumas camas.

- Qual é a Emily? – Perguntei a ela, que balançou a cabeça indo em direção ao primeiro berço.

Ao fazer isso escutamos um grito agudo, vindo do meio do quarto, ao que me pareceu ser um ato impensado ela foi até o berço, mas parou, tentando lembrar de onde veio o som. Como se soubesse o que estava acontecendo, o bebê repetiu o som.

E dessa vez Dinah foi até o mesmo, sorriu ao olhar a criança ali dentro, com cuidado abaixou-se e retirou a menina de lá.Vi que ela fez força tentando conter as lágrimas, o que foi em vão pois logo uma deslizou por seu rosto.

Talvez fosse por finalmente estar reencontrando a menina, ou por saudade. Ou fosse o fato de que a menina estava com roupas velhas, e um pouco mal cuidada, sabia que isso doía nela.

Essa imagem doía em qualquer
Um, fosse qualquer criança. Não
a pessoa tão má a ponte de não sentir pena de criaturas inocentes. E para Dulce ver ela ali, quando na verdade ela deveria estar na casa dela, sendo cuidada e mimada por ela, a feria ainda mais.

Eu estava feliz por dividir esse momento com ela.

- Desculpe por você esta aqui. Mas logo você virá comigo para minha casa e vamos ser uma família, ok? Prometo tentar ser a melhor mãe do mundo. – Ela a apertou contra o peito, e fechou os olhos, com a pequena menina nos braços.

Foi automático, logo meus pés davam passos rápidos até ela, me postei ao seu lado. Dez segundos depois ela percebeu minha presença e virou a menina,
para que eu a visse.

Linda. Possuía lindos olhos brilhantes, olhos puros e inocentes.

Ela deu um gritinho para logo em seguida começar a brincar com a própria língua, colocando-a para dentro e fora de sua boca.

- Ela é linda.

- Eu sei.

- Não gosto desse lugar. – Admiti depois de alguns segundos calada.

- Não tem como gostar, esse lugar esta em péssimas condições. Vou fazer uma doação, tentar ajudar de alguma forma. – Deu de ombros sem tirar os olhos de Emily.

Ficamos no orfanato namorando a Emily por um tempo, até vir uma mulher com aparência cansada avisar que não poderíamos mais ficar ali, já que era o horário do almoço.

Lauren relutou, mas por fim entregou Emily para a mulher,
não sem antes beijar varias vezes
a bochecha gorducha da menina,
que sorriu para ela. Obviamente
eu também não resisti e a apertei em meus braços também.

Pareceria clichê eu dizer que ela se encaixava perfeitamente bem ali? Em meus braços.

Ela me levou para casa, porem todo o caminho foi em silêncio.

Se despediu de mim com um selinho e logo foi embora, para a clínica.

a parte da manhã que passei ao seu lado, foi incrivelmente reconfortante. Em minha mente pintou-se o tão famoso quadro clichê, ou o típico comercial de margarina, onde tudo é perfeito e fácil, leve de levar. Onde tudo é fácil de se resolver.

A vida não é assim.

Eu não fazia idéia do que aconteceria comigo e com Dinah, não sabia o que ela faria a partir de agora, mas sei que de uma forma ou de outra, eu estaria com ela.

No dia seguinte 


Dinah narrando


- Sei que esta nervosa, mas se você parar de andar para lá e para cá, eu agradeceria. – Ao escutar a voz de Maite eu resolvi me sentar.

- Estou ansiosa... E nervosa. – Acrescentei.

- Não tem motivos, vai dar tudo certo, você vai ver. – Piscou o olho, como se dissesse : Confia em mim, e pare de ser idiota a toa.

- Eu posso conseguir ela, Maite, é importante para mim.

- Para mim também, lembre do que a Ana disse: Seja segura nas respostas, e mostre confiança, você tem muitas chances de conseguir. – Assenti.

- E a propósito, muito obrigado pelo que você fez, o quarto ficou muito bonito.

- Eu não fiz quase nada, só mandei pintar e achei aquele rosa muito bonito, aliás, e comprei algumas coisas, se tudo der certo, o que eu tenho certeza, nós compramos o resto. Emily terá um quarto de princesa.

- Claro.

- Você conversou com ally?

- Sim, nos acertamos, ela ficou muito chateada com o que aconteceu, terminamos brigando, relembrando coisas que deveriam estar enterradas, acho que precisamos aprender a lidar com certas situações. – Ela deu-me um meio sorriso.

- Com toda a certeza, eu e Chris não passamos por isso, mas estamos sempre discutindo por bobagens... ciúmes principalmente. – Ela fez uma careta adorável. – Então não vamos nos casar? – Fez um biquinho.

- Não sei, iria casar com você para ter a Emily, mas com a Ally.. Eu queria fazer quando realmente estivesse pronta sabe? Por amo e... – O toque do interfone me cortou.

- Será que é a assistente social?

- Não sei.

- Vai atender. Anda. – Levantei e fui até o aparelho e o atendendo.

Como previsto era a assistente social, Sra Gondon.

Maiye sorriu tentando me tranquilizar porem não deu muito certo não.

Cerca de cinco minutos depois, a campainha tocou, eu respirei fundo e ajeitei a gola de minha camisa social, Maite fez o mesmo alisando a saia longa que usava.

- Bom dia, Srta. Savinon. – A senhora baixinha e de aparência bondosa cumprimentou-me com um meio sorriso no rosto, terminei sorrindo, eu esperava mais uma mulher com aparência de bruxa
que faria de tudo para que eu não conseguisse a guarda de Emily.

- Bom dia, entre por favor. – Ela fez o que pedi, olhando ao redor e fizou o olhar em Maite que sorriu polidamente.

- Sua namorada?

- Oh, não essa é minha amiga Maite. – Estendeu a mão para Maite que a apertou cumprimentando-a em seguida.

- Entendo.

- Fique a vontade, sente-se. Deseja algo? Um suco? Café? Água?

- Não senhorita Savinon, não quero nada. Apenas fazer-lhe algumas perguntas. – Assenti, sentando-me perto de Maite.

No geral foi mais simples do que eu esperava, ela perguntou-me o que eu fazia, por que eu fazia, por que eu queria adotar uma criança mesmo sendo jovem, como eu cuidaria dela, se eu pretendia me casar.

Fui sincera em tudo, admitindo que sentia uma forte ligação por Emily, e que queria protegê-la. Ela também olhou o apartamento, e percebei que ela gostou quando entrou no quarto que seria de Emily, caso eu conseguisse sua guarda.

Quando ela estava prestes a sair
do apartamento, eu tive que me controlar e não dar qualquer tipo
de pulo, ou urro de alegria ao escutar ela dizendo: Bem senhorita Savinon, pelo que vejo aqui não há motivos que a impeçam de ficar com a menina, tenha um bom dia.




•••••••
E finalmente, finalmente tudo parecia que ia ficar bem agora.

 •Di̾n̾a̾l̾l̾y̾• √ L͟o͟v͟e͟  B͟y͟  A͟c͟c͟i͟d͟e͟n͟t͟ (ᵍⁱⁱᵖ)Where stories live. Discover now