•Di̾n̾a̾l̾l̾y̾• √ L͟o͟v͟e͟ B͟y͟ A͟c͟c͟i͟d͟e͟n͟t͟ (ᵍⁱⁱᵖ)

Capítulo: 03

Allyson POV

Alguém bateu a porta do quarto, não virei o rosto para ver quem era também não queria saber, ainda precisava digerir minha nova realidade.

Alguns minutos depois a porta foi aberta novamente, e o quarto foi preenchido com um aroma totalmente desconhecido para mim.

- Allyson? - Uma voz rouca e um pouco indecisa me chamou. Virei o rosto querendo ver quem era e prendi a respiração.

Uma mulher era incrivelmente bela, com os cabelos um pouco bagunçados de cor loira a pele branca parecia ser macia, a linha do maxilar era delicada . Mas eu parei em seus olhos. Seus incríveis olhos castanho.

E eu tinha absoluta certeza que esses incríveis olhos verdes, eram os mesmo olhos assustados verdes que eu vi antes de apagar.

- Sou Dinah Jane e...

- Você, você é a desgraçada que me deixou aqui? Que acabou com minha vida? - Minha visão estava vermelha, eu tinha ódio daquela pessoa que estava na minha frente, meus braços tremiam de raiva, e eu tinha certeza que se minhas pernas fossem capazes eu levantaria dessa cama e, com toda força que houvesse dentro de mim eu a estapearia.

Seu rosto que antes tinha uma expressão cautelosa agora estava assustada. Que se dane eu estava muito mais assustada.

- Não, eu não...

- Não me venha com conversinhas moles, à batida foi forte e me deixou paraplégica, mas ela não danificou minha memória. - Falei olhando em seus olhos.

- Eu não fiz nada, não tenho culpa, foi uma fatalidade. - Ela falava calmamente. Como ela podia estar calma? Ela matou uma pessoa... Me deixou paraplégica e ainda fica calma?

- Fatalidade? O que quer aqui afinal? Veio conferir o estrago que provocou em minha vida? Queria ver o quanto eu estou infeliz? Pronto. Já viu agora saia daqui, e eu espero do fundo do meu coração que eu não precise olhar em sua cara nunca mais. - Esperei ela sair do quarto, o que não aconteceu tão rápido quanto eu gostaria.

- Você esta errada Allyson, e Eu espero que você consiga ver isso logo. Sei que você tem muitas chances de voltar a andar. Espero que fique bem. E eu sinto muito pelo seu namorado. - Ela falou parecia estar sendo sincera, mas as pessoas fingem. Saiu do quarto.

Respirei fundo e deixei que as lágrimas que eu havia prendido durante toda conversa caíssem por meu rosto.

E o pior não foi ter que olhar o rosto dela. Não foi saber que ela estava mentindo.

O pior foi ela me lembrar da morte de Poncho.

Dinah POV

Sai do quarto um pouco abalada. Não esperava aquele tipo de reação de Allyson , eu não a conhecia, mas talvez... Pensei que ela fosse me escutar... Agi prematuramente, é muita coisa para uma garota de dezoito anos.

- Filha? Aconteceu algo? - Meu pai perguntou quando me viu imediatamente a mãe de Allyson levantou-se juntamente com minha mãe.

- Não esperava a reação que ela teve. - Admiti.

- Como assim? - A mãe da garota questionou.

- Ela... Ela acha que sou a culpada pelo que aconteceu. - Falei sem conseguir digerir as palavras.

- Ah filha, mas depois ela ira perceber que você não te culpa em nada. - Minha mãe falou carinhosamente e eu assenti.

- Eu vou ficar com minha filha. Adeus. - A mãe de Allyson falou.

- E obrigado por me deixar falar com ela. - Eu disse, ela assentiu e entrou no quarto.

- Vamos filha? Será rápido e Paul estará nos esperando na delegacia. - Meu pai falou, eu concordei e saímos de uma vez daquele hospital.

Queria pegar a estrada e ir embora daqui. Estava louca para voltar para casa e tentar esquecer tudo, absolutamente tudo o que aconteceu.

{...}

- Quero uma analise completa, sobre o que vimos hoje para a próxima semana. - O professor falou antes de sairmos da sala.

- Já to vendo o que essa analise vai ser, esse professor é um saco.
- lauren reclamou ao meu lado.

Mesmo que sem querer eu tinha que admitir que Ela estava certa.
O professor era mesmo um saco.

- O pior é que por mais que nos esforcemos ele, ainda consegue colocar defeitos e, com isso retirar décimos da nota. - Mai falou.

- Mas temos de aguenta-lo, vou para minha próxima aula. -Despedi-me de minhas amigas, já indo na direção contraria delas.

{...}

- Você só pode estar brincando.
- Lauren me olhava de olhos arregalados, do mesmo jeito estava mai.

- Não, eu queria estar brincando mais não estou.

- A garota realmente acha que você é culpada pelo que aconteceu?
- Mai indagou. Eu assenti.

- O pior é isso, eu sou tão vitima quanto ela, só que em proporções menores.

- Foi por isso que você mudou o curso? - Mai perguntou olhando
-me questionada mente.

- Acho que sim, foi impulso, mas não me arrependi. - Dei de ombros.

- Nem foi tão radical assim, de psicologia para fisioterapia.
- Laur falou dando uma mordida monstruosa em seu hambúrguer.

- Eu não gostei, agora estaremos em cursos diferentes. - Mai fez um bico e eu ri.

- Dinah... A garota, ela tem chances de voltar a andar? - Laur arqueou uma sobrancelha.

- Pelo que meu pai me falou sim.

- Foi por isso. - Ela limpou a boca com um guardanapo de papel.

- Por isso o que? - Perguntei.

- Que você trocou o curso. - Ela deu de ombros, Maite pareceu pensar um pouco e logo concordava com Lauren.

- Ela tem razão Dinah, acho que no seu subconsciente você se sente mesmo que um pouco de responsabilidade pelo que aconteceu, trocando o curso você poderá ajudar pessoas com o mesmo problema que a garota. - Ela concluiu por fim.

Eu suspirei resignada, porque no fundo eu sabia que elas estavam certas. Era uma forma de querer
me livrar do que aconteceu, mesmo sabendo que eu não tenho culpa de nada.

- Você até sabe que não é culpada, mas ao ver a garota naquele estado, e saber que ela perdeu alguém que amava te deixou abalada e, mudar o curso e escolher essa profissão é um modo de se sentir melhor. - Lauren falou ao me ver pensativa. Eu balancei a cabeça sorrindo.

- Vocês realmente escolheram a profissão certa.

- Que tal um cineminha? - Laur falou para quebrar o clima que havia pairado na conversa.

Eu assenti, agora era chutar a bola para frente e tentar ao menos esquecer essa história.