Capítulo: 33

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Dinah narrando



Troquei a estação do rádio, chega dessa música deprimente. Logo estaria em casa, e minha rotina voltaria a ser como sempre foi, voltaria para meu emprego,
voltaria a dar as aulas na faculdade.

Fiz a curva, mas pisei fortemente sobre o freio do carro, obrigando-o a parar, ele protestou alto sobre o asfalto.

O carro com toda certeza havia capotado as rodas estavam para cima, uma delas havia se desprendido e estava jogada a alguns metros, a estrada totalmente vazia. Também pudera, havia um atalho a duas entradas atrás, eu é que gostava dessa estrada vazia.

Sai do carro rapidamente querendo mais do eu tudo que quem quer que fosse dentro do carro, que estivesse vivo.

Corri até lá, abaixei-me um pouco para enxergar quem estava ali dentro.

No banco do motorista, estava um homem seus olhos estavam fechados, o sangue escorria de sua cabeça pingando no teto do carro.

Já no banco do carona uma mulher respirava arfante.

- Senhora? Pode me ouvir? – Perguntei.

Minimamente ela abriu os olhos castanhos claros, parecia estar totalmente fraca.

- Ajude... Ajude...

- Calma, eu vou... Tentar soltar seu cinto e vou ligar para uma ambulância e...

- Não, minha filha, salve... – Se engasgou com um pouco de sangue que saiu por sua boca.
– A salve, minha filha... Por favor... Cuide dela, por favor... Por favor...

Só ai me dei conta de um bebê no banco traseiro. A menininha estava com os olhos arregalados.

- Céus,- consegui abaixar o vidro e tirei a menina da cadeirinha dela, a bolsa dela veio junto.

Corri com a menina até meu carro. Observando-a bem, apenas um arrenhão supercial em sua perna.

Parecia um milagre. Um verdadeiro milagre, coloquei-a no banco traseiro de meu carro e saquei o celular, enquanto procurava um canivete para cortar o cinto e segurança e libertar a mulher.

- Emergência, em que posso ajudar?

- Estou aqui, na cento- e-um ja próximo da ponte, tem um acidente de carro aqui. – Eu disse um pouco ofegante, e respirei melhor quando peguei um canivete no porta luvas, olhei a menina. – Ainda tem gente no carro.

- Quantas pessoas no carro?

Hesitei um pouco.

A menina não estava no carro... Tecnicamente, então eu não menti.

- Duas.

- Uma ambulância estará ai em poucos minutos, e não se aproxime do carro.

A linha ficou muda, logo aquele toque chato foi ouvido, a mulher havia desligado.

Não se aproximar, nada.

Não dei cinco passos, o carro foi impulsionado devido a explosão sofrida.

Fiquei uns instantes parada até ouvir o choro da menina, ainda meio que em choque voltei até o carro pegando-a no colo.

Seu choro era alto, muito alto. Mas nem isso despertou meu leve torpor por ter presenciado aquilo... Havia uma mulher viva ali, e... agora ela havia morrido dessa forma.

 •Di̾n̾a̾l̾l̾y̾• √ L͟o͟v͟e͟  B͟y͟  A͟c͟c͟i͟d͟e͟n͟t͟ (ᵍⁱⁱᵖ)Onde histórias criam vida. Descubra agora