Capítulo: 42

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Pedi-la em casamento.

Ela realmente estava me perguntando isso.

E agora eu mesma me perguntava. Por que? A resposta poderia até ser fácil.

Nós acabamos de passar por uma terrível fase, pós termino, o termino causado por uma traição que não havia sido de minha parte. Uma traição que ainda doía as vezes, e só em raros momentos eu pensava nisto, para tentar curar uma ferida que estava cicatrizando.

Não a pedi em casamento, por que em primeiro lugar eu nem sequer havia cogitado essa possibilidade, em nenhum momento eu pensei que ela pudesse se casar comigo.

Não que eu não planejasse isso em um futuro próximo, eu queria uma família e ela sabia disto, tanto quero que estou brigando na justiça pela guarda de uma garotinha.

Como Maite disse um casamento precisa de confiança. Não digo que não confio nela, digo que minha confiança é como um espelho colado, tem falhas, é ainda mais frágil do que o normal e, não é necessário muita coisa para que
ela se quebre.

Eu não me importaria de casar com ela, e ao contrário do que estou planejando com Maite, talvez esse casamento durasse, talvez pudesse se tornar verdadeiro, e quem sabe assim eu tivesse uma família.

Mas, era algo tão simples e ao mesmo tempo complicado, por que em segundo lugar como eu sequer saberia que ela aceitaria uma proposta dessa? Se casar apenas para realizar um desejo meu? Como uma mulher que esta entrando agora em minha vida aceitaria isto?

Talvez se você tivesse perguntado e proposto a ela, ela teria dito.

Um casamento precisava de amor, eu possuía um verdadeiro amor por Maite e sabia que era correspondido... Mas amor de irmãs, amor fraterno e carinhoso, nada mais do que isso.

Eu amava Allyson, e sabia disso, talvez não um amor tão sólido a ponto de propor casamento, mas era amor, e o amor não precisa ser medido, apenas sentido, cultivado e cuidado. E nos olhos chocolates, eu via amor também e do mesmo modo que o meu, mas talvez não fosse forte o bastante para casar.

Se eu tivesse-a pedido em casamento, ela aceitaria por amor? Ou apenas para me ajudar? Por querer, ou por pena de meu desespero?

E no final das contas isso mudaria algo? Independentemente do amor, eu não estava querendo casar por ele, queria casar pela Emily, para tê-la e um dia ouvi-la me chamar de mãe.

E depois de tanto pensar, eu estava ainda mais confusa,e não sabia o que responder a ela. Eu a queria, e sabia disso.

Sabia que ela queria o mesmo, ou então não estaríamos juntas novamente. Talvez o que tenha acontecido foi apenas algo para provar se isso um dia daria certo.

A pergunta agora era: O que aconteceu provou o que?

Primeiro: provou que depois do acontecido a confiança sai abalada e o coração machucado.

Segundo: provou que mesmo depois do acontecido, nós poderíamos dar a volta por cima, e assim continuar uma vida. Uma vida juntas.

Mas também poderia simplesmente ser, uma prévia do que estaria por vir caso insistíssemos nesse relacionamento. A vida brinca conosco, nos faz andar por curvas, ao invés de uma linha reta.

O motivo? As coisas e as pessoas que deixaríamos de encontrar e conhecer. O caminho com curvas, é maior, a exaustão no final é maior, mas as coisas vividas e aprendidas ao longo do percurso talvez não fosse adquiridas em um caminho reto.

As pessoas não seriam interessantes, e depois não poderíamos mais retornar e começar novamente. A vida nos prega peças, e talvez assim, só assim nós vivamos corretamente, aprendendo e ensinando.

 •Di̾n̾a̾l̾l̾y̾• √ L͟o͟v͟e͟  B͟y͟  A͟c͟c͟i͟d͟e͟n͟t͟ (ᵍⁱⁱᵖ)Where stories live. Discover now