Mordi meu lábio com força quando a porta foi aberta. Meu coração bateu violentamente quando ela apareceu em meu campo de visão.
Estava com olheiras ao redor dos olhos, e a aparência cansada. Os cabelos mais bagunçados do que o normal. Usava uma regata branca e uma calça de moletom.
Nada importava ao não ser o seu olhar preso ao meu, senti-me uma idiota ali. De repente eu já não sabia
o que falar.
E com a maior cara de pau que eu nem imaginava possuir, eu me joguei em seus braços, apertando sua cintura.
Funguei em seu pescoço, suas mãos foram para mim cintura, agarrei-me mais a ela pensando que ela iria me afastar. Mas ela apenas suspirou e me abraçou de volta.
Depois de algum tempo, uma de suas mãos abandonou minha cintura, escutei a porta sendo fechada.
Ergui um pouco meu rosto, meus lábios querendo chegar nos dela, pensei que talvez ela cedesse, mas ela virou o rosto e saiu de meu abraço apertado.
Ela não falou nada, apenas ficou ali, me olhando. A um passo de distância. Novamente me senti uma idiota sob seu olhar. Talvez ela estivesse esperando que eu falasse algo, ou que iniciasse uma conversa... Ou simplesmente eu explicasse o por que de eu estar ali.
Manti meu olhar no seu, sem saber o que fazer, até me mexer parecia incomodo por que eu sabia que qualquer ato meu estava sendo observado por ela. Mordi meu labio fortemente, procurando falar algo coerente.
- Não vai falar nada? – Ela perguntou passando a mão nos cabelos.
- Queria encontrar algo para dizer... Acho que não consigo te dizer tudo o que queria, não teria como explicar. – Admiti torcendo as mãos em frente a meu corpo.
Ela parecia frustrada com algo.
- Você deveria ao menos tentar dizer algo... Não é isso que as pessoas fazem quando erram? Elas falam, dizem o por que de terem feito isso... Mas o motivo real.
- Eu já disse... Ele era muito parecido com o Poncho...
- Não, não era por que ele era parecido. Você ainda quer o seu ex namorado, não é? Se sabia disso por que simplesmente não se afastou de mim? Teria me poupado tanta dor e decepção. – Seu olhar não se abalava em nenhum momento.
- Eu juro, não quis em nenhum momento te magoar, se eu pudesse de algum modo reparar isso, eu faria, não importaria o que custasse. Nada, nada me faria mais feliz do que ter você novamente ao meu lado. Nada iria se comparar a ter seus olhares novamente, de escutar sua voz e sentir seus beijos. Eu nunca mais iria precisar de nada se você estivesse ao meu lado... Comigo, lutando, uma apoiando a outra, por que é isso que os casais fazem, não é?
Ela riu sem nenhum traço de humor.
- Isso quando ah confiança. Você acha que em algum momento, um casal pode ter confiança depois de passar pelo que passamos? Sempre terá a desconfiança. É idiotice tentar se desculpar, não resultará em nada.
Ela ficou de costas para mim, nesse ato vi um pouco de fraqueza. Ela havia quebrado o contato visual, perguntei-me o que tinha em seus olhos que ela queria esconder de mim.
Suspirei tentando encontrar algo, algo forte o suficiente para ela se balançar e pensar no que eu falar.
- Uma chance. Me dê uma chance, apenas uma será o suficiente para que eu provo que eu realmente amo você. – As duas últimas palavras saíram sem o meu consentimento.
Percebi que ela ficou um pouco tensa, me aproximei silenciosamente dela, com a ponta dos dedos o toquei delicadamente, com medo de que qualquer ato mais forte que esse, a faria dar um passo para frente e me mandar ir embora.
Segundos depois, reunindo o pouco de coragem e o restante de minha cara de pau, eu a abracei novamente pelas costas. Ela não se moveu. Não retribuiu meu abraço, mas também não se afastou de mim.
- Por que não parou? – Sua voz saiu baixinha, e tive a ligeira impressão de que se ela falasse mais alto ela terminaria chorando.
- O quê?
- Quando você me viu... Quando me viu na sua porta naquele dia, por que você simplesmente não parou aquele beijo? Por que não se afastou?
Naquele instante percebi que talvez, só talvez. O fato de eu ter continuado ali, continuado o beijo – e ido muito mais além- a tenha humilhado. Era idiotice minha fingir que isso era algo que pudesse ser ignorado.
- Desculpe. – foi a única coisa que saiu de meus lábios. Retirei minhas mãos dela.
- Desculpe? É só o que tem a me dizer? Não consegue sequer me dar um motivo?
- Acho que para isso não tem motivo... Te serviria de consolo se eu dissesse que ele foi embora no dia seguinte? – Perguntei.
- Eu já imaginava que você havia dormido com ele. E não, não serve de consolo. Eu jamais me sentiria melhor em cima da humilhação de alguém.
Ela virou-se para mim, um meio sorriso nos lábios perfeitos.
Sem ter medo, vergonha, ou qualquer outra coisa em mente, eu me joguei em cima dela, meus braços em volta de seu pescoço, e antes que ela pudesse ao menos pensar em reagir, eu colei nossos lábios.
Era apenas isso que eu queria para o resto de minha vida. Queria ela.
Ter ela. Para mim. Para sempre.
Quase que com desespero, forcei a entrada de minha língua em sua boca. Mas não obtive sucesso. Suas mãos seguraram minha cintura e me afastou dela. O rosto sério, os olhos a traiam. Um brilho intenso irradiava dos olhos verdes.
Não precisei dizer nada, ela mesmo me puxou de volta, beijando-me com a intensidade que eu queria. A língua forte invadiu minha boca com força, suspirei derretendo em seus braços, uma de suas mãos se manteve em minha cintura, a outra subiu para os cabelos de minha nuca, os puxando com força, fazendo com que meu rosto ficasse grudado no dela.
Isso não era necessário, eu preferia morrer ali, nos braços dela, morrer pela falta de ar causada por seu beijo arrebatador, há ter que me separar dela novamente.
Suspirei quando ela nos separou. Me empurrou levemente.
- Isso é uma droga sabia? É uma merda saber que não consigo resistir.
- Não resista. Nunca, nunca mais farei isso com você. Só deixe-me tentar fazer você feliz.
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•Di̾n̾a̾l̾l̾y̾• √ L͟o͟v͟e͟ B͟y͟ A͟c͟c͟i͟d͟e͟n͟t͟ (ᵍⁱⁱᵖ)
Fanfiction02 • C̳̳o̳̳m̳̳p̳̳l̳̳e̳̳t̳̳o̳ • ✓ ɴãᴏ ᴘᴇʀᴍɪᴛo ᴀᴅᴀᴘᴛᴀcᴀo √ ➪ ᴄʀᴇ́ᴅɪᴛᴏs ᴘᴀʀᴀ ᴄᴀᴘɪsᴛᴀ ➪ CamzLolo ̳S̳̳I̳̳N̳̳O̳̳P̳̳S̳̳E̳ Poderia você se apaixonar pela pessoa "responsável" pela morte do "amor de sua vida? "Poderia você se apaixonar pela pessoa "respons...
