Caminhou para a saída do apartamento, mas antes que ela chegasse até lá eu corri até ela e peguei em seu pulso para que ela não pudesse continuar andando.

- Não queria brigar com você, apenas não gostei do que você falou. – Com a mão livre eu acariciei o rosto dela, que fechou os olhos como se apreciasse o momento.

- Não estou chateada, eu te entendo. Sei que você e ela são muito amigas e não me importo, é bom ver que você tem alguém que quer o seu bem. Fico realmente feliz em ver uma amizade tão bonita. Mas... Você não confia em mim, percebi isso no que você falou, sei que a ferida ainda dói, e sei que é difícil, mas eu queria te pedir para que você tentasse superar isto, para tentarmos algo realmente sério, algo que progrida. Para sermos felizes. – Engoli em seco sem saber o que dizer.

Ela deveria aprender a respeitar a minha insegurança quanto ao nosso relacionamento. Eu deveria aprender a tentar deixar o passado no passado. Seria muito simples em qualquer discussão nossa eu jogar a traição na cara dela. Isso a magoaria e eu ficaria mal depois.

Ao colocar essa historia da traição em nossas discussões essa ferida nunca iria sarar.

- Sei disso... Só vamos tentar esquecer. Quero você comigo, você só tem que aprender a lidar com isso, com o tempo vai passar, eu garanto. – ela assentiu mordendo o lábio.

- Amo você. – Ela sussurrou e colou nossos lábios.

Deixei-me levar com o beijo, apreciando a sensação que era tê-la em meus braços, sentindo o corpo dela estremecer. Nos separamos ofegantes. Ela sorriu e acenou saindo do apartamento.

Fechei a porta, apaguei as luzes e fui para o quarto.

Não lembro de ter sonhado, apenas de ter dormido bem, muito bem, como a tempos eu não fazia. O sono dos justos eu poderia dizer.

_____________

- Você já vai? – Pousou o queixo em meu peito, mas ainda me encarando.

- Sim, Ana julia me ligou mais cedo, pedindo para que eu fosse me encontrar com ela. – Dei de ombros, ela assentiu.

- Tudo bem, hoje tenho consulta em uma fisioterapeuta, sabe?

- Tome cuidado ok? Essa fisioterapeuta pode ser uma tarada. – Sussurrei em seu ouvido. Ela riu um pouco.

- Ok. Tenho que ir, se não me atraso. – Se esticou e deu-me um selinho.

- Até mais tarde. – Murmurei soltando sua cintura.

Ela acenou e foi na direção oposta a minha. Sorri sem motivo, observando o seu caminhar.

Segui meu caminho em direção ao estacionamento da faculdade.

Iria falar com Ana julia, e correr para a clínica. Dirigi no limite maximo permitido.

Estacionei o volvo na única vaga livre em frente ao restaurante italiano que Ana havia dito. Não precisei falar o nome dela na recepção, na entrada eu já a havia visto.

- Hei, Ana. Algum problema? – Perguntei sentando-me na sua frente.

- Não. – ela parecia pensar em como falar algo.

- Então...? – Deixei a palavra no ar, querendo que ela continuasse.

- Aconteceu uma coisa, então eu vou direto ao ponto. Lembra do casal? – Franzi a testa sem saber o por que dela mencionar esse casal.

- Eles conseguiram a guarda da Emily, mas o que tem eles?

- Sim, eles adotaram a Emily, por que a mulher não conseguia engravidar, se não me engano engravidou quatro vezes, mas infelizmente não segurou a gravidez em nenhuma delas. – assenti.

- Eu não estou entendendo onde você quer chegar, poderia ir direto ao ponto?

- Semana passada, ela descobriu que esta grávida de três meses... E que são trigêmeos. – Arregalei os olhos.

- Nossa, três.

- E como ao que tudo indica ela terá uma gravidez saudável, com todo o tipo de acompanhamento, ela e o marido decidiram devolver a Emily para a adoção. O que quero te perguntar é: você ainda quer a guarda da Emily? Se você ainda quiser, temos chances de conseguir.

Meu coração batia como um louco, minha respiração estava acelerada e pensei que minha cabeça fosse explodir, tamanho o fluxo sanguíneo em meu cérebro.

- Você esta falando serio? Eu posso realmente conseguir a guarda dela?

- Tem chances.

- Entre com o pedido, faça o possível e o impossível. Não consigo acreditar nisso. – Passei a mão no cabelo, não contendo um sorriso.

- Já esta tudo pronto, só preciso enviar os papeis, algo me dizia que você ainda queria a garota. Se alguém lá em cima quiser, você será mamãe em breve. – Meu sorriso se tornou maior.

E em minha mente se formou a mesma imagem que eu havia visto meses atrás, assim que eu a tinha encontrado.

A menina me chamava de mãe, corria com os cabelos soltos, e sorria dando gritinho enquanto eu tentava pegá-la.

A única diferença, era que dessa vez, havia uma mulher de cabelos castanhos e olhos chocolates nos observando.

Tudo daria certo dessa vez.

 •Di̾n̾a̾l̾l̾y̾• √ L͟o͟v͟e͟  B͟y͟  A͟c͟c͟i͟d͟e͟n͟t͟ (ᵍⁱⁱᵖ)Where stories live. Discover now