Ela iria sair com ela. Ela iria para algum lugar com ela, e com certeza elas fariam algo que eu fazia força para não imaginar.

E novamente a pontada em meu coração se fez presente. Mais uma vez eu estava com aquela dor em meu peito.

Enxuguei duas lágrimas que escaparam sem permissão e sai da boate.

Ok, isso era normal. Ela estava tentando seguir a vida dela. Era o que eu deveria estar fazendo... Se eu não estivesse sentindo uma puta culpa, e me sentindo a pior das pessoas por ter feito isso.

Fiquei esperando um pouco, até que avistei um taxi, estendi a mão, e suspirei aliviada quando ele parou.

Entrei dando o meu endereço.

Respirei fundo. Eu não iria ter o perdão dela nem tão cedo, disso eu tinha certeza.


Dinah narrando


- Já pedi para que abastecessem a dispensa. – Eu sorri para Maite.

- Obrigado.

- Você vai mesmo de carro branquela? – Lauren franziu a
Testa. Rolei os olhos.

- A fazenda fica a no maximo quatro horas. Por que eu pegaria um voo? Eu gosto de dirigir, gosto de sensação.

- Ok, ok. Cuidado na estrada viu? – Assenti para Maite, mesmo não gostando de ser tratada como criança.


{...}


- Hum... Olá. – Eu falei hesitante, a mulher virou me olhando.

Tive a ligeira impressão de que eu a conhecia.

- Não lembra mais de mim Menina? – Perguntou se aproximando.

- Sinto muito...

- Não acredito nisso, quando vinha aqui, você verônica e Maite corriam pedindo por historias, e agora nem me reconhece mais. – Disse fingindo estar magoada. Forcei minha mente, e um pequeno sorriso brotou em minha mente.

- Jana! – A abracei apertado, fazendo com que ela risse e batesse em meu ombro.

- Como vai garota? – Perguntou quando eu a soltei.

- Vou bem. – Ou não tão bem, pensei comigo mesma.

- Não parece. – Comentou.

- Como vai você? – Perguntei ignorando a pergunta.

- Bem, a vida aqui é um sossego. Quando keana ligou, eu resolvi fazer uma coisa que a muito tempo eu não fazia. – Comentou indo em direção ao fogão.

- O quê? – Ri quando ela veio em minha direção com uma pequena vasilha em mãos.

- Lembro de como vocês ficavam pedindo para mim fazer, não queriam a do mercado, só comiam da minha. – Eu assenti pegando uma cocada e levando a boca.

- Tão boa quanto as de minhas lembranças.

- Por que não sobe e descansa um pouco? Você precisa ver como a fazenda esta ainda mais linda.

Assenti comendo mais um pedaço de cocada, e sai da cozinha. Peguei minha mala e subi as escadas do grande casarão.

Entrei em um quarto aleatoriamente. Deixei a mala em um canto e cai na cama.

Seria incrível estar aqui com a...

Bufei levantando, peguei uma boxer e uma calça de moletom juntamente de um top, e entrei no banheiro.

Tomei um banho rápido, e depois cai na cama. Tanto tempo dirigindo realmente cansa.


{...}


Sentei em um das pedras. Fechei os olhos sentindo apenas o vento suave. Escutava o som da água correndo, alguns grilos e pássaros, muitos pássaros.

- Vou te avisando que semana passada o capataz da fazenda matou uma cascavel ai. – Uma
voz feminina disse atrás de mim.

Virei encontrando uma mulher alta, seus cabelos eram pretos, impressionantemente pretos, a pele era bronzeada, lábios cheios e bem desenhados, olhos castanhos.

- Bom saber, assim não venho mais para aqui. – Disse levantando-me.

Ela riu um pouco e estendeu a mão.

- Sou Amanda.

- Dinah. – Apertei sua mão.

- Ah, você é a convidada da Srt. Perroni? – Perguntou.

- Sim, por que?

- Nada. – Deu de ombros.

- Você trabalha aqui? – Perguntei, ela começou a caminhar como se fosse voltar para a fazenda, caminhei ficando ao lado dela.

- Sou a veterinária, cuido de todos os animas da fazenda.

- Uau, nada cansativo em?

- Um pouco.

- Você mora aqui na fazenda? – perguntei, depois de trinta segundos de um puro silêncio.

- Sim, moro aqui há uns dez anos.

- Wou. Tanto tempo. – Ela riu assentindo.

- É, longa historia.

- tenho bastante tempo.

- Ok, bem, eu vim morar nos Estados Unidos com meu pai, quando eu tinha treze anos. Minha mãe tinha morrido, então éramos apenas nos dois. Meu pai se envolveu com o trafico e terminou sendo morto, obvio que eu fiquei com muito medo de morrer também, e não tinha ninguém em que eu pudesse confiar, então fugi. Acho que uma semana depois eu cheguei até aqui. Jana me deu roupas e comida, e depois o Sr. Perroni ficou sabendo e veio até aqui. Disse que eu poderia ficar, me comprou roupas, e pagava minha escola. Depois pagou minha faculdade, e aqui estou, ainda morando aqui.

- Ele foi muito generoso com você. – Eu disse, ela assentiu concordando.

- Fiquei muito triste quando soube da morte dele.

- Foi um baque para todos.

- Eu tenho que ir ao estábulo, uma egua esta com um ferimento na pata. O trabalho me chama. – Piscou o olho.

- Hum... Nos vemos amanhã? – Pergunte incerta.

- Claro... Que tal irmos a cachoeira?

- Perfeito.

Ela acenou e correu para os estábulos.

Ao menos eu não ficaria sozinha aqui.

 •Di̾n̾a̾l̾l̾y̾• √ L͟o͟v͟e͟  B͟y͟  A͟c͟c͟i͟d͟e͟n͟t͟ (ᵍⁱⁱᵖ)Where stories live. Discover now