- Passageiros do voo 3345 com destino ao Rio de Janeiro, por favor, embarcar no portão sete. – A voz soou por todo o aeroporto, e fez com que eu abraçasse Maite fortemente. Laur imitou meu gesto.

- Preciso ir. Amo vocês. – Ela sorriu.

Na segunda...

- Bom dia. – Cumprimente todos os alunos que estavam na sala. Meus olhos procuraram apenas uma pessoa. Fiquei satisfeita ao ver
que ela estava sem os fones e me olhava.

- Parece triste professora. – Ângela comentou.

- Só um pouco chateada. – Afirmei.

- Podemos saber o por quê?

- Uma amiga viajou, estou com saudades. – Eu sorri.

- Uma amiga? Sei... – Um garoto cujo nome eu não me recordo falou rindo.

Balancei a cabeça negativamente e sorri.

- Vamos deixar isso de lado. Alguma duvida algo que vocês queiram uma explicação mais aprofundada? – Perguntei, como ninguém se manifestou, eu mesmo iniciei o assunto.

Eu estava feliz, não sei o porque, mas o fato de ver Allyson prestando atenção em mim... Nos assuntos que eu estava explicando, causava -me uma sensação diferente em meu corpo, como se a opinião dela sobre o que eu estava fazendo fosse muito relativa... O que é verdade.

Allyson POV

Eu me sentia, um pouco mais disposta a ir assistir as outras aulas depois da aula dela. Dessa vez eu daria à mão a palmatória e, engoliria meu orgulho, a explicação que ela dava tornava os assuntos mais práticos de serem aprendidos.

Todos já haviam saído da aula quando eu começava a me retirar.

- Gostou da aula. – A voz rouca soou extremamente familiar aos meus ouvidos.

- Bem pratica. – respondi sem parar de mover a cadeira ou olhar para trás.

- Vejo você na fisioterapia. – Não me virei, e não entendi o motivo de meu coração ter dado uns pulinhos a mais quando lembrei-me de que eu a veria mais tarde.

Mas não era nada demais, isso só significava que eu estava ansiosa para ver os resultados da fisioterapia.

{...}

- Que cheiro é esse? – Angel perguntou ao entrar em meu quarto.

- Nada demais, porque? – Perguntei.

- É bom... Isso é perfume? – Ela perguntou desconfiada.

- Sim. Porque esta com essa cara?

- Nada não. – Podia jurar que eu havia visto um brilho diferente nos olhos dela.

- Podemos ir? – Perguntei.

- Claro, seu carrinho novo chegou. – Cantarolou feliz. Revirei os olhos lembrando-me do carro mais do que adaptado que meu pai mandou.

- Vamos logo.

- Sem pressa Ally, a Dinah não vai fugir. – Riu escandalosamente.

- Não estou falando dela...

- A fisioterapia Allyson, ela vai fazer a sua fisioterapia, do que acha que eu estou falando? – Preferi ficar calada.

- Dinah me falou que eu posso me livrar aos poucos da muleta. Não é demais? – Ela falou animada, nós estávamos a caminho da clínica.

- Sim, é ótimo. – Perguntei imaginando quando eu finalmente poderia me levantar.

- Logo, logo será você. – Garantiu e ligou o rádio, deixando tocar uma música pop que eu não conhecia.

Encostei a cabeça na janela e fui olhando os carros que seguiam o seu rumo.

{...}

- Sabe o que eu percebi? – Ela cutucou-me, fazendo com que eu largasse a revista que estava lendo.

- O que?

- Você não reclamou hoje...

- Reclamei de quê?

- De ter que olhar para a cara da Dinah. Você reclamava muito disso, sempre me disse que era ruim e...

- Eu estou amadurecendo e só. – Disse dando de ombros, notando que ela estava certa. Ou vai ver só era impressão.

- Allyson Brooke,  pode entrar, A doutora Hansen a aguarda. – A enfermeira disse, inconscientemente passei a mão no cabelo. Angel riu.

Bufei e girei a cadeira para ir em direção a sala. Antes que eu abrisse a porta, Angel abriu para mim.

- Vai lá. – Piscou o olho e voltou para o sofá.

Entrei na sala, fechando a porta em seguida.

- Boa tarde, Allyson. –Ela disse vindo até mim. Engoli em seco.

- Boa tarde. – Respondi da maneira mais normal que pude.

- Como você está? – ela perguntou. Essa simples pergunta fez com que meu coração se aquecesse um pouco, e fez com que um pequeno sorriso brotasse em meus lábios. O modo sincero como ela havia me perguntado me fez, mesmo que por um segundo, me sentir amada. O que não era verdade, pelo menos não por ela.

- Bem. Podemos começar?

- Sei que esta ansiosa para se livrar de mim, mas vamos devagar ok? – Ela sorriu.

Suspirei sabendo que Angel estava certa.

E eu sabia de algo a mais, sabia que ela estava se tornando especial. O que era ruim, por que por mais que eu estivesse aprendendo a conviver com ela, eu sabia, sabia o que ela havia feito, e certas cicatrizes nunca se curam.

 •Di̾n̾a̾l̾l̾y̾• √ L͟o͟v͟e͟  B͟y͟  A͟c͟c͟i͟d͟e͟n͟t͟ (ᵍⁱⁱᵖ)Where stories live. Discover now