– Meu nome é Ângela, e eu decidi cursar fisioterapia porque quando eu tinha onze anos sofri um acidente, e perdi os movimentos das pernas, fiz fisioterapia durante três anos, e decidi que queria fazer pelos outros, o que fizeram por mim. – A garota falou simplesmente.

Ela respirou fundo e me encarou.

– Você.

– Você não precisa ficar sabendo disso, e acho que se lembra de meu nome. – Eu falei calmamente.

– Ok, não são obrigados a falar, e você? – Perguntou a um dos garotos.

– Meu nome é Seth, e não tenho realmente um motivo para ter escolhido fisioterapia. – Ele admitiu com um sorriso.

E assim um por um foram falando. Todos sem exceção a não ser é claro por mim.

– E você professora? Nem falou seu nome. – Perguntou uma garota mais ao fundo.

– Desculpe, meu nome é Dinah Jane Hansen, bom eu cursava psicologia, mas aconteceu um acidente em que meu carro foi envolvido, um garoto morreu e a namorada dele ficou paraplégica, eu sei que eu não tive culpa, mas algo dentro de mim fez com que eu decidisse mudar o curso e fazer fisioterapia. – Ela suspirou.

– E não fez questão de procurar saber da garota não é? – Perguntei ironicamente, ela virou-se para mim.

– Esta enganada, eu sabia que ela poderia voltar a andar, falei com os pais dela para ver se poderia ajudar com algo, mas eu sabia que quando eu aparecesse para ela, ela me enxotaria gritando que eu era a culpada por tudo. – ela falou encarando-me.

Virou-se e começou a escrever algo no quadro.

Pareceu que uma década havia se passado quando finalmente podíamos sair da sala.

Quando estava prestes a sair à porta foi fechada.

– Quero falar com você. – A voz falou atrás de mim.

– Não temos nada a conversar, com licença. – Pedi o mais educadamente que pude.

– Olha Allison, eu sinto muito pelo que aconteceu, mas isso não é motivo para você querer se fazer de vitima. – Me virei para ficar de frente com ela.

– Fingir? Não preciso fingir, eu sou vitima.

– Pare de olhar para seu próprio umbigo, você não precisa disso, eu sei que você podia voltar a andar, se não esta andando a culpa não é minha, você deveria parar de bancar a menininha mimada, você acha que conseguirá o que fazendo com que a faculdade saiba disso? Ficará todas as aulas com a cara amuada? Eu sinto dizer mais isso não fará diferença nenhuma. – Ela falou firme.

– Não estou me fazendo de coitadinha, e se você quer saber eu fiz fisioterapia durante três malditos anos, e não fez diferença nenhuma. Você deveria parar de pensar que sabe das coisas quando não sabe. Por sua culpa minha vida dos sonhos se tornou um pesadelo, e justo quando estou tentando retomar minha vida você aparece tentando destruir tudo novamente. – Gritei a última frase.

– Você... É tão impossivelmente egoísta. – Ela falou descrente.

– Não irei comentar isso, você não sabe o que esta falando, você não sabe como é difícil para mim, pra você é fácil dizer, depois daquele acidente sua vida não mudou muito, a minha deu um giro de cento e oitenta graus, mas você não pode entender isso. – Gritei sentindo uma inútil quando senti lágrimas quentes deslizando por meu rosto.

– Eu gostaria de entender, mas você... – Sua frase foi interrompida quando ela pegou o celular no bolso, atendendo-o imediatamente.

– Estou indo pra ai, cuide dela Laur. Continuamos isso depois, e não adianta você ficar toda arisca Allison, isso só fará os outros terem pena de você, e acredite pena é o sentimento mais repulsivo que alguém pode ter por outra pessoa. – Dizendo isso ela saiu deixando-me sozinha, e ali naquela sala, permiti que as lágrimas caíssem logo, quando mais cedo caíssem mais cedo elas secariam.

Mas quem ele pensa que é? Limpei as lágrimas e sai da sala pronta para ir para outra aula e pedir desculpas ao próximo professor.

Não deixaria que ela estragasse minha vida novamente.

Sai da sala, sabendo que chegaria muito atrasada na proxima aula.

– Ei, estou falando com você. -
A voz ja conhecida e odiavelmente fina falou atras de mim.

– O que você quer? - Perguntei a garota da aula.

– Eu vi quando você ficou sozinha com a Dulce na sala. - Foi direta.

– E?

– Pode pedir para que ela ligue para mim? - Perguntou mexendo na bolsa. Não sei o que me tomou, mas não foi uma sensação muito boa.

– Claro, ela tem seu numero? 0800 vadia? - Sai de perto dela que me olhava de boca aberta.

Agora alem de aturar aquela idiota ainda teria a patricinha metida a besta me pedido favor pra conquistar ela? Acho que a faculdade não vai aquilo que eu esperava.

 •Di̾n̾a̾l̾l̾y̾• √ L͟o͟v͟e͟  B͟y͟  A͟c͟c͟i͟d͟e͟n͟t͟ (ᵍⁱⁱᵖ)Where stories live. Discover now