- Como ele está?

- Na mesma.

- Podemos ir? – Perguntei, ela assentiu.

{...}

O Domingo passou-se rapidamente, eu passei o dia inteiro e parte da noite com Mai no hospital, o pai dela teve algumas complicações e eu honestamente acho que dessa vez não tem solução.

Quando finalmente a segunda feira amanheceu eu suspirei preocupada, acariciei os cabelos de Maite e levantei-me.

Eu não poderia ir hoje ao hospital, pela manhã como havia prometido ao reitor eu iria para a faculdade, estava ansiosa por isso, e pela tarde e noite eu ficaria na clínica, foi uma surpresa perceber que os meus pacientes ao saberem que eu não poderia atendê-los pela manhã, mudaram para outro horário ao invés de mudar para outro médico.

Mas eu estava tranquila, Verônica me garantiu que poderia ficar o dia inteiro com ela já que estava de folga.

Fui ao banheiro onde tomei um banho longo e relaxante. Troquei de roupa e pus-me a preparar um bom café da manhã.

Fiz a massa da panqueca enquanto a frigideira aquecia no fogo.

- Bom Dia. – Mai apareceu na cozinha quando eu terminava de colocar o prato cheio de panquecas na mesa.

- Bom dia, venha tomar seu café.
– Ela fez o que eu disse, mas como acontecia desde que seu pai havia sido internado ela pouco comeu.

Comemos em silêncio, percebi que não adiantava pedir para que ela comesse.

Quando terminei deixei-a na cozinha e fui escovar os dentes, peguei minha pasta e algumas coisas que eu iria precisar. Voltei à cozinha encontrando Mai retirando tudo da mesa.

- Eu preciso ir, Laur vira busca-la, e qualquer coisa você pode me ligar ok? Eu venho logo. – Prometi a abraçando.

- Você é incrível. – Ela sussurrou contra meu Pescoço.

- Só estou cuidando de você, tenho que ir, se der eu passo lá. – Após me despedir sai do apartamento entrando no elevador, cumprimentando uma garota cujo nome eu não sabia.

Entrei em meu carro dando a partida, saindo do estacionamento rapidamente, dirigi um pouco rápido senão chegaria bem atrasada.

Ao estacionar o carro no estacionamento percebi o quão cheio ele estava, sai do carro ativando o alarme e em seguida entrei na faculdade.

- Eu gostaria de falar com o reitor Jonh. – Pedi a secretaria.

- Seu nome, por favor.

- Dinah Jane Hansen.

- Ah claro, o reitor o espera na sala, siga o corredor e depois dobre a esquerda, a sala será a última. – Ela indicou-me agradeci e fui para a sala indicada.

Bati e logo após escutar um “Entre” a abri.

- Você realmente veio Dinah. – Ele pareceu surpreso.

- Eu disse que viria. – Eu sorri e apertei sua mão, sentei-me em seguida.

- Como eu chamei vários alunos eu decidi que cada um ficara responsável por apenas uma sala, e que gostaria que fosse uma aula de uma hora como já havia dito, não acertamos nada sobre um pagamento e...

- Eu não estou aqui pelo dinheiro reitor, eu não preciso só quero fazer algo que vá ajudar os alunos. – Eu dei de ombros.

- Acertamos isso depois que tal?
Já falei com os professores e acertamos um bom horário de aula, os alunos já foram avisados, e a aula estará realmente na carga horária de todos. – Eu assenti.

- Ok, e eu começo hoje? – Perguntei.

- Sim, se não houver problema.

- Não problema nenhum.

- Ótimo, a sua será as nove e meia e ira ate às dez e meia. Uma vez ou outra eu irei lhe dar algo para que você se concentre naquilo com eles, mas geralmente as aulas serão ao seu rigor. Bom é isso alguma duvida?

- Nenhuma.

- Ok, pode ir vê relembrar a época de faculdade. E a sala que você ira é a 102 no primeiro andar. – Assenti.

- Tudo bem, obrigado.

- Eu que agradeço Dinah. – Apertei mais uma vez sua mão e sai de sua sala.

Fui para o grande campus que havia ali, tantas coisas boas aconteceram aqui, é ótimo poder relembrar.

- Dinah. – Me virei ao ouvir meu nome. Encontrei Jared um dos meus tantos colegas da faculdade.

- Tudo bem cara?

- Tudo, você também foi chamada? – Eu assenti. Fomos para um dos tantos bancos que tinham ali para conversar um pouco.

Conversamos muito sobre tudo, Jared sempre teve uma queda por Maite, não era culpa dele que ela fosse apaixonada por christopher, e ele tivesse se mudado para o Brasil.

- Tenho que ir cara, já é quase nove horas e eu preciso ir para a sala. – Eu disse.

- Eu também preciso, acho que hoje eu passo no hospital para falar com Mai. – Ele falou colocando as mãos no bolso.

- Faça isso ela precisa. Ate mais.
– Acenei indo embora.

Entrei na sala e fiquei esperando. Eu ri um pouco ao sentar-me na cadeira atrás do birô. Quando me imaginei desse jeito? Ensinando?
E agora cá estava eu pronta para começar a dar dicas para alunos que iniciariam seu curso de fisioterapia.

Ajeitei alguns papeis e olhei novamente as horas. Os alunos já deveriam estar chegando. Coloquei meu celular no silencioso. E logo os passos no corredor tornavam-se audíveis.

Logo alunos começavam a entrar na sala, vários.

Quando a sala estava cheia eu decidi falar, todos estavam quietos e logo entendi o por que.

- Você será a professora? – Uma garota perguntou.

- Vocês não sabem o que está acontecendo? – Perguntei.

- Não.

- Pois bem, o reitor convidou vários alunos de cursos diferentes que já estão formados, para que vocês tivessem uma aula extra, essa aula será uma revisão de tudo que vocês aprenderam e aprenderão.
– Eu simplifiquei.

Todos continuaram calados.

- Como hoje é o primeiro dia, eu
vou fazer mesmo que meu antigo professor fez, quero que cada um me diga o nome e o porquê de terem escolhido a fisioterapia como o curso superior. – Eu disse.

Escutei a porta sendo aberta e, como alguns anos de prática eu podia identificar perfeitamente o som de uma cadeira de rodas sendo movida.

Virei-me encontrando uma garota em uma cadeira de rodas, mas não foi isso que me deixou paralisada.

Eu conhecia aquela garota, e tenho certeza que ela se lembra de mim, já que em seus olhos eu pude ver nitidamente duas coisas:

Raiva e magoa.

 •Di̾n̾a̾l̾l̾y̾• √ L͟o͟v͟e͟  B͟y͟  A͟c͟c͟i͟d͟e͟n͟t͟ (ᵍⁱⁱᵖ)Where stories live. Discover now