Capítulo trinta e três

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— Se fosse da sua conta, eu contaria, mas como não é... — digo após mexer alguns papéis e mover a mão para a porta — Por que não sai por onde entrou?

— Credo! — Jane colocou a mão no peito em dramatização de mágoa — Quanta energia negativa e agressividade passiva, será que posso lhe ajudar de algum modo? Eu e Normani nesse final de semana frequentamos um acampamento budista e aprendemos o bastante, acho que posso transmitir o meu conhecimento para ti, vejo que está bem precisada.

Olhei bem para a cara da Jane. Acampamento budista? Isso não faz o seu estilo, provavelmente, ela tinha sido ameaçada pela Kordei a ir, já que a Jane é quase a personificação sexual de Lauren. Bufo, e levanto-me, pegando a minha bolsa em seguida e rumando a porta, sem lhe responder.

— Okay, seguimos com o tratamento passivo-agressivo, muito bem, Camila. Eu vou até bater uma palma e meia para você, por que não merece duas palmas completas. — disse e fez o movimento de palmas, e depois batendo como se tivesse cortando a mão em um movimento oco.

Ignorei mais uma vez. Tenho um encontro marcado e não seria a Jane que me deteria com as suas bobeiras.

Fiquei refletiva durante o voo como a Lauren estava transformando a minha vida um inferno com os seus desejos e choros contínuos. Na noite anterior, ela tinha me acordado aos berros que queria jujubas de iogurte, o sabor era específico: banana, leite condensado e morango. Quando indaguei que era realmente necessário, ela berrou se eu queria que nossa pandorinha nascesse com cara de jujuba. Tive que acordar o meu piloto para ir até a Florença e comprar as benditas jujubas, já que o comercio de Pienza era fechado durante a noite.

Tive que comprar várias caixas fechadas de jujubas e separar juntamente com o meu piloto as preferidas de Lauren para quando chegasse em casa, ela anunciasse em bom tom que não estava mais com vontade e sairia para o pilates.

Filha de uma...

Era uma forma de castigo, sou bem ciente disso, os seus desejos estrambólicos. Uma forma de chama a atenção, já que suas investidas não davam certo, e ela estava a ponto de bala, buscava algo para me atingir. Mal sabe ela que tudo me atingi.

Tudo me trai a Lauren. O meu coração era movido para associar ela em qualquer circunstâncias, e não dava para fugir disso. Sei que o nosso sentimento vai além do sexual, mas Lauren tá grávida, louca e agindo por comandos de hormônios. Não a julgo.

O helicóptero pousa no lugar de sempre, o piloto me ajuda a descer, e após sair do Heliponto, caminho pelas ruas de Florença com passos apressados, desejo estar usando um sapato mais confortável, o que é irônico, já que estou sempre no salto agulha.

Os meus pés estão espremidos, causando uma dor costumeira, não demora muito para chegar até o destino desejado. Sorrio para a secretária e espero para ser atendida, pensando em mandar uma mensagem para a Lauren, mas o incidente dessa manhã me mantém um pouco insegura.

Flashback on

Lá vem a minha patinha. Sorriu internamente ao vê-la se arrastando com sua barriga pontiaguda, faço um lembrete mental que tenho que providenciar o ensaio fotográfico da minha gravida mais preferida do todo o universo.

— Bom dia, lagartinha — desejo assim que ela se senta na mesa.

Lauren me olha com cara de pouco amigos, acho que tudo isso é pela tentativa de sedução frustrada, ela tinha feito tudo para me levar para cama, e eu tinha cedido até me lembrar do relato de Pablo, eu não conseguia. Era pressão demais para os meus neurônios conscientes raciocinar com minha vagina sedenta. Por muitas vezes o animalesco vence o consciente, o que não foi o caso.

Pregnant By AccidentWhere stories live. Discover now