Pregnant By Accident

Capítulo oito

                                                                         Autora narrando...

Camila sentia-se impaciente.

Talvez, fosse a sua consciência lhe recriminando por ter tratado tão mal a Lauren. Ela não queria tratar mal a morena, apesar de nutrir uma raiva contida pela mesma por estar carregando ousadamente o seu filho no ventre, não pretendia ser desagradável.

Antes de sair do hotel tinha chegado à conclusão de que apesar da Lauren ser cúmplice de Taylor, a trataria com respeito e civilizadamente por conta da gestação.

Falhou miseravelmente.

Mas ela não conseguiu se conter... Quando Lauren chegou no aeroporto com toda aquela mudança, exalando beleza e atraindo atenções, isso foi o estopim para a Camila. A bomba explodiu dentro de si, derramando um líquido venenoso pelas suas veias e artérias. Um sentimento tão poderoso e desconhecido que lhe deixou ardendo de ódio.

Ela queria que as pessoas parecem de admirar a Lauren. Queria que os homens parecem de fazer comentários indecentes. Queria que Lauren voltasse a ser aquela coisinha simplória e despercebida do início, justamente para ninguém lhe notar.

Foi o pensamento mais mesquinho que Camila tivera em toda a sua vida. Infelizmente, não analisou o que estava sentindo quando jorrou palavras duras e humilhantes para a Lauren. Quando percebeu a sua ação foi tarde demais, os amáveis olhos esverdeados estavam quebrados e apagados em uma dor que lhe deixou atordoada.

Fugiu para a sua cabine luxuosa e confortável, deixando a Lauren na classe econômica em uma poltrona simples e desconfortável para uma mulher grávida.

Quando comprou a passagem de Lauren na classe econômica foi um modo de castigá-la, e mostra-lhe que mesmo carregando o seu filho, a Lauren não teria nenhum tratamento especial. Se a morena fosse realmente interesseira, iria bater o pé e exigir o melhor, assim como a Taylor fazia quando elas saiam. Mas isso não aconteceu, Lauren nem mesmo titubear.

O que aumentou mais ainda a culpa de Camila por deixá-la lá e abriu uma questão em sua mente: E se Lauren fosse diferente de Taylor?

Disposta a consertar ou melhorar as coisas, assim que o avião se estabilizou no ar, retirou o cinto de segurança, desviou-se da aeromoça que tentava lhe oferecer algo, e caminhou até a classe econômica.

Estacou-se no corredor estreito ao ver um momento estranhamento íntimo entre Lauren e a desconhecida. Mais uma vez, o seu sangue borbulhou com aquele líquido venenoso. Quem era aquela mulher e porque estava beijando a mão de Lauren com tanto carinho?

Avançou na direção das duas, apelando para que Lauren abrisse os olhos e puxasse a sua mão da desconhecida. Mas isso não aconteceu, o que deixou a Camila mais furiosa ainda. Sentia todo o seu corpo tremer em fúria, aquela desconhecida não tinha nenhum direito de tocar na... Na... Na o quê? Na mãe do seu filho? Não, isso não. Na sua barriga de aluguel. Pronto!

Camila não quis transparecer a sua fúria, mas achou que tinha falhado um pouco na missão de ficar neutra, já que a desconhecida a olhava com receio. Quando os olhos esverdeados finalmente foram abertos e lhe olharam, a italiana sentiu-se mais culpada ainda por ver tanta mágoa refletindo neles, mas isso não foi capaz de aliviar a sensação fervente do seu sangue.

— Pegue as suas coisas. — Camila tentou pedir, mas saiu mais como uma ordem. Bateu-se mentalmente por isso.

— Pra quê? — Lauren perguntou com a expressão fechada, os olhos de repente, ficando endurecidos.