Capítulo dezenove

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Pergunto-me como alguém pode ser tão fingida desta forma.

A pergunta ecoava na minha mente, enquanto, a Hayden agarrava-se em Camila com um choro irritante. A tonta da Cabello a aninhou em seu peito, e lhe disse algumas palavrinhas consolativas em seu ouvido.

O meu coração espremeu-se mais dentro do meu peito, e controlei-me para que a decepção não transparecesse em meu olhar.

— Lauren? — Camila voltou a me questionar mantendo o seu olhar julgador — O que aconteceu aqui?

— A Hayden... — comecei, mas fui interrompida.

— Ela me bateu! — Hayden chorou dramaticamente, afastando-se para revelar o seu rosto avermelhado de ambos os lados. — Atacou-me do nada.

Camila franziu o cenho, apertando a Hayden mais em seus braços, como se quisesse a proteger de mim. Minha sensação de abandono aumentou profundamente. A minha vontade era de gritar: "Por favor, me abrace, eu preciso de você". Desviei o olhar e mirei a parede, engolindo o choro.

Não, eu não irei chorar. Tenho que ter um pingo de autopreservação.

— Como pode fazer isso, Lauren? — Camila recriminou. — Que espécie de selvageria é essa?

Sentir a raiva dominando-me com mais força, o sangue fervente concentrou-se em meu rosto, deixando-me praticamente um tomate. Minha vontade era de puxar os cabelos de Hayden, e abominar a Camila da minha vida. Minha visão escureceu um pouco, e achei que iria cair, pisquei algumas vezes, e voltei a olhar para a Camila.

— É mentira! — defendi-me com a voz trêmula de raiva. — Ela me atacou primeiro verbalmente, depois fisicamente. A minha reação foi o reflexo da ação dessa... dessa... Safada! — a palavra saiu com dificuldade.

Camila apesar de manter o rosto sério, repuxou os lábios para o lado. Juro por Deus, se essa italiana dos inferno estiver achando graça na situação, cometerei um crime de ódio. Não tem nada de engraçado aqui! Já a Hayden me lançou um olhar fulminante, rapidamente o seu choro sumiu quando ela avançou para cima de mim, mas Camila impediu de se aproximar o suficiente, a segurando pelo braço. Mantive-me na posição com os olhos semicerrados, e os punhos fechados.

— Do que você me chamou?

— De safada! — repeti a palavra sem pestanejar.

— Safada é você que não assume os seus atos! — Hayden gritou furiosa, os meus tímpanos doeram.

Engoliu um papagaio na goela, infeliz?

— Ah, pelo amor de Deus! — o tom da minha voz saiu surpreendentemente calmo em contradição ao que eu sentia por dentro, parecia que todos os meus órgãos estavam revirados pelo avesso. — Eu sou mulher o suficiente para assumir os meus atos, e estou aqui assumindo: Sim, eu lhe esbofeteei, mas porque você me bateu primeiro. Mas aparentemente, a verdade aqui é ignorada, então, continue com a sua vitimização, para mim é irrelevante, minha consciência está limpa e tranquila. — senti uma dorzinha fina na minha cabeça, pressionei a minha têmpora com as pontas dos dedos. — Eu não preciso nem mereço passar por isso, e não vou. — olhei significantemente para a Camila.

Camila encarou-me, soltando rapidamente o braço da loira. Os seus olhos mapearam o meu rosto em busca de algo, e quando encontrou, os castanhos lampejaram. Ela voltou a sua atenção para a Hayden com a aborrecimento.

— Hayden? — chamou a loira que a olhou rapidamente. — Pode me explicar o porquê disto tudo?

— Você vai acreditar nela? — Hayden esbravejou, ofendida. — Eu sou a sua amiga por toda uma vida, Camila, você não pode...

Pregnant By AccidentWhere stories live. Discover now