Capítulo vinte e dois

11.2K 845 841
                                    




Lauren Point of View

Tenho uma breve desconfiança que Camila está muito doidona.

De primeiro, não percebi isso. Ela tinha entrado como um furacão, soltado aquela frase maravilhosa que fez o meu coração derreter-se como uma manteiga em um milho quente. Nem tive tempo de reagir porque os seus lábios colidiram com os meus, causando um curto circuito em meu cérebro que lançou uma corrente elétrica por todo o meu corpo, deixando-me absurdamente excitada.

Era incontrolável, até mesmo constrangedor, mas o que eu podia fazer se todos os meus hormônios descontrolados imploravam por Camila? Eu não tinha mais controle e racionalidade sobre o meu corpo, nem das minhas atitudes. Desde que descobrir que estava grávida, parecia que todo o meu corpo tinha sido tomado para si nessa fase e com a pretensão de ser devolvido depois que essa onda passasse.

Por isso, puxei a Camila para cima da cama, grudando-me nela como uma segunda pele, as minhas coxas fixaram nas laterais do seu corpo, na altura de sua cintura e as minhas pernas cruzaram-se em suas costas. 

Não tinha consciência de mais nada, ao não ser os lábios deliciosos e voluptuosos de Camila, e o seu corpo pressionando contra o meu. Compartilhamos da mesma sede. Sua boca tornou-se mais exigente, e sua língua explorou a minha, sedenta, numa troca de fluídos maravilhosos. Soltei um suspiro ao sentir uma breve mordiscada em meu lábio inferior.

De um jeito desengonçado, a Camila conseguiu subir no leito, mesmo estando refém de minhas pernas. Acolheu-se bem entre as minhas pernas, o meu vestido tinha subido um pouco, mas o lençol que protegia-me do frio, impediu que o contato fosse direto, mas não impediu que eu sentisse o roçar firme do seu baixo ventre com o meu.

Gemi alto contra os seus lábios que me devoravam, e agarrei-me em sua blusa, impedindo-a de se soltar de mim. Ela não parecia disposta a se soltar, até que um apito constante e insistentemente alto, também como passos apressados se aproximando.

— Leito 2A. — alguém gritou ao se aproximar — Jesus Cristo! — a reprovação foi tão acentuada que Camila afastou-se de mim, os seus olhos embriagados e os lábios inchados.

Mantive por pouco tempo os meus olhos fechados, mas a minha respiração estava entrecortante. Nem parecia que umas horas atrás, eu tinha tido uma crise de hiperglicemia, que me fez passar muito mal. Pressentindo o clima pesado, abro os meus olhos, deparando-me com a equipe médica nos encarando-nos com rigidez e severidade.

Camila estava sentada meio de lado no leito, parecendo tão deslocada quanto eu.

— Silencie o aparelho de monitoramento cardíaco. — o médico pediu a técnica de enfermagem — Como podemos ver, a paciente não está sofrendo de nenhum ataque cardíaco. — lançou um olhar repreendedor que fez as minhas bochechas entrarem em combustão.

Percebi pela primeira vez que os meus batimentos cardíacos estavam sendo monitorados. Inferno! Ai que vergonha, meu pai! Por que a minha vida tem que ser entorno de algum mico? A vergonha pinicava na minha pele que estava ficando bem mais avermelhada. Ter todos esses olhos julgadores fazia-me mudar o pensamento de que animal eu gostaria de ser quando pequena. Nesse momento, eu queria ser um avestruz para enterrar a cabeça no chão.

Aos poucos, a equipe foi se dispensando resmungando alguma coisa, e para tornar a cena mais constrangedora ainda, os acompanhantes e até mesmo os adoentadas estavam nos olhando. Tínhamos nos tornando a atração principal da emergência do hospital. Mas que maravilha!

— O que vocês estão olhando? — Camila perguntou alto, fazendo-me encolher ainda mais no meu leito, por favor, não! — Vocês nunca ficaram empolgados com os seus companheiros? Vão caçar uma lavagem de roupa, bando de desocupados!

Pregnant By AccidentOnde as histórias ganham vida. Descobre agora