Capítulo treze

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Autora narrando...

Decepção. Sentimento de tristeza, descontentamento ou frustração pela ocorrência de fato inesperado, que representa um mal; desilusão, desapontamento.

O silêncio não durou muito, já que o barulho de uma cadeira arrastando despertou-os do transe.

Camila estava transtornada quando os seus olhos avermelhados de fúria e decepção fixaram na mãe.

— No meu escritório. — disse antes de se retirar pisando firmemente em seus saltos.

Estava tão furiosa que o seu corpo tremia descontroladamente. A sensação era tão horrível que fazia o seu estômago queimar, projetando a ardência em seu peito. Parecia que estava sendo esmagada.

Não sabia com quem estava mais furiosa. Com a sua mãe ou com si mesmo. Ela deveria ter defendido a Lauren. Tinha uma breve impressão que o encontro seria desconfortável por conta da Sinuhe, mas jamais imaginou que se tornaria intragável.

Estava tão decepcionada que os seus olhos pinicavam, e ela teve que piscar algumas vezes para afugentar as lágrimas desgostosas que queriam cair. Sempre respeitou a sua mãe, e acatava algumas ordens da mais velha, mesmo já sendo a dona do seu próprio umbigo. Sinuhe gostava de ter razão e por muitas vezes, Camila deixou que a última palavra fosse da sua mãe.  Por permitir que ela fizesse isso que agora estava com esse sentimento ruim dentro de si. 

A sua vontade era de ir até a Lauren para certificar como ela estava. Provavelmente, magoada. A italiana suspirou, sabendo como seria difícil encarar aqueles olhos esverdeados tristonhos e apagados.

Céus, ela não merece isso. O seu coração avisou, e Camila o escutou.

Abriu a porta e não fechou, sabia que a sua mãe estava atrás de si. Caminhou até a mesinha e serviu-se de uma dose de uísque, ignorando a variedade de vinhos em suas garrafas com o brasão da família Cabello.

Virou a dose, sentindo o liquido acobreado deslizando em seu esôfago como fornalha. Não se importou. Girou o corpo, e encontrou Sinuhe adentrando no escritório com o rosto contraído em desaprovação. Os olhos da mais velha pareciam adagas dispostas a dilacerar.

— Apenas dois dias na presença dela e você já está apaixonada. Não sei quem é mais patética, Camila, você ou essa aproveitadora.

Camila avançou na direção de sua mãe com o rosto em brasas de raiva, mas parou no meio do caminho, respirou fundo, levando as mãos trêmulas à cintura e virando-se na direção da janela, buscando algum controle. Ela nunca tinha se descontrolado com a sua mãe, era até estranho a sua atitude.

Sinuhe estava surpresa também pela atitude da filha, em vinte e oito anos, jamais tinha presenciado nenhum tipo de descontrole físico da Camila, por breves segundos, achou que sua filha iria lhe machucar. Ao invés de desmotivá-la, só alimentava o pensamento que deveria afastar a sua filha daquela mulher.

A selvageria de Lauren Jauregui tinha dominado a Camila. Pensou, mantendo-se parada no mesmo lugar com o rosto tornando-se mais rígido.

Camila ainda respirava fundo, diversas vezes, em busca do seu controle. Não seria irracional e não faria nenhuma besteira. Jamais que agrediria a sua mãe. Nem fisicamente nem verbalmente. Não era da sua índole, e nunca seria.

— Eu não estou apaixonada por Lauren. — disse, mas sentiu aquele reboliço dentro do seu ser, o ignorou.

— Se não está, realmente, por que estamos aqui? — a mais velha olhou para cabelereira da filha. — E olhe para mim quando eu estiver falando com você! — exigiu irritada.

Pregnant By AccidentWhere stories live. Discover now