Capítulo quatorze

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                                                              Lauren Point of View

Um singelo e frágil elo formou-se entre mim e Camila.

Para mim, é uma vitória. Nem em meus maiores delírios acharia que a paz e uma possível amizade se estabeleceria entre nós. Sempre achei que a nossa convivência seria de apontamentos e de humilhações.

Em parte, eu estava certa, mas felizmente, não eram vindos da Camila. Se inicialmente a própria não me aceitou, claro que a sua família também não iria. Que dizer, a sua mãe, já que o seu pai foi muito educado e gentil.

Tento não pensar muito nas ações de Sinuhe Cabello. Não quero que sua energia negativa aposse da minha alma e me pertube. Eu decidi desculpá-la, por tanto, não ficaria remoendo o passado.

Aprendo com o passado, mas vivo o presente. O que eu tinha dito no dia anterior a Camila tinha sido verdade. Tudo na minha vida tenho como aprendizado, não existe escola mais cruel e intensa do que a vida. Você não pode escapar dela, muito menos correr.

Só existe uma opção: Aprender.

Se não o fizer, ela vai te bater severamente até que você aprenda.

E das surras, eu já estava cansada.

Decidi que iria usar a minha energia com a minha relação com a Camila, a minha gestação e o meu King Snow. São três coisinhas que me deixam extremamente feliz.

Não consigo controlar o meu sorriso e o derretimento do meu coração ao pensar em Camila. O que tínhamos compartilhado ontem foi muito importante para a iniciação de um vínculo. Se ela contou algo tão íntimo, era sinal de que confiava em mim.

Fiquei muito triste com a sua história. Canalizei o seu sofrimento, imaginei como deve ser aterrorizante descobrir uma doença que pode mudar todo o percurso da sua vida. Com apenas quinze anos, ela ainda era uma criança, não merecia ter passado pelo o que passou praticamente sozinha.

Eu sei muito bem o que é precisar de uma palavra amiga e encontrar o nada. Já passei muito por isso até a Helena surgir em minha vida.

Desejei tê-la conhecido nessa época para abraçá-la e murmurar que tudo ficaria bem e que ela não estaria sozinha.

Felizmente, ela deu a volta por cima.

Mas a história não saia da minha cabeça, minha mente projetava uma menina franzina com lágrimas assustadas em um caminho perdido. Isso me assombrou durante a noite, e me fez acordar angustiada. Eu não queria ficar com aquela imagem na minha cabeça, era sofrido demais.

Chorei bastante de madrugada com aquele sentimento dolorido cavando em meu peito. Quando as lágrimas cessaram e a minha cabeça doeu bastante, o sono veio novamente com um acalento em meu coração.

Despertei horas mais tarde com um King Snow choroso, exigindo comida e água. Não tardei de alimentá-lo, até tentei ter um pouquinho de atenção ao acariciá-lo, mas ele nem me deu, devorar a ração estava mais interessante para ele.

Tomei um banho, vesti-me com uma vestido de tecido grosso e certifiquei-me de limpar a caixinha de areia perfumada do King Snow, jogando-os no lixo.

Ele tinha terminado de comer e estava esparramado na cama, de barriga para cima e com as patas abertas, exibindo sua barriguinha em um sono profundo. Minha vontade era de acaricia-lo até que ele criasse voz e gritasse: sai humana!

Mas decidi que não iria incomodá-lo, e sair do quarto.

O castelo estava silencioso, mas encontrei quem eu queria na sala de jantar. Ela sorriu para mim e antes que eu me desse conta, os meus lábios estavam repuxados em um sorriso de orelha a orelha.

Pregnant By AccidentWhere stories live. Discover now