Capítulo vinte e um

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Camila Point of View

O meu descontrole era palpável.

Desde a maldita ligação que parecia que todas as minhas terminações nervosas surtavam. O meu único foco era chegar ao hospital. Era de suma importância que eu a visse. Eu precisava disso, era o meu antídoto para todas reações negativas e dolorosas que me acometiam.

A única forma de me salvar desse redemoinho autodestruitivo era a Lauren.

Eu preciso senti-la... Ter o calor de sua pele contra as palmas das minhas mãos. Preciso sentir a intensidade dos seus olhos esverdeados sobre os meus. Até mesmo o sonido de sua respiração juntamente com o movimento provocado dos seus pulmões que movia o seu tórax era necessário aos meus sentidos. Eu tinha que ter noção de que Lauren está bem e salva.

Ela e o nosso filho.

As sensações eram esmagadoras, parecia que a qualquer momento as minhas costelas iriam quebrar de tão rápido que o meu coração batia. Como tudo isso tinha acontecido? Até ontem, eu estava lá, em seu quarto, dando-lhe um sanduíche juntamente com um suco, sendo presenteada por sua doçura.

Eu a tinha deixado em casa, em segurança! O choque ao receber a ligação ainda ecoava em mim. As palavras claras de que Lauren tinha passado mal era sufocante. Eu não quero que nenhum mal a atinja, nem por meios externos como internos.

Não quero saber que tenha sido o seu fisiológico entrando em parafuso. Não importa. Lauren tem que ficar sempre bem, era de suma importância a sua segurança e boa saúde. A minha paz dependia do seu bom funcionamento e gozo de toda sua plenitude.

Eu não tinha noção do meu querer por Lauren. Sabia que era intenso, e forte, mas jamais achei que se estenderia para o ilimitado, sem classificação. Eu não podia medir o tamanho do meu bem querer por ela em palavras, seria até desleal se o tentasse.

Aquele ditado que diz que só conhecemos as pessoas nos momentos difíceis. Era o ditado mais eloquente que já deparei em toda a minha vida. Nele, você descobre a importância e significância que a sua existência causa a outra pessoa.

E se ela estivesse ao meu lado nessa hora, saberia o que não era mais segredo para ninguém: Eu estou estupidamente e loucamente apaixonada por Lauren Jauregui.

A honestidade sobre os meus reais sentimentos só aumentou o meu choro silencioso. Era um choro de angústia, medo, preocupação, mas também de pura raiva e ódio. Minha cabeça estava uma bagunça de emoções que eu não conseguia assimilar muito bem.

Limpo o rosto com a palma da mão, e continuo olhando para o ponto nulo, enquanto, o meu coração massacrava o meu peito com batidas exageradas. Parecia que a qualquer momento as minhas costelas iriam se reduzir ao pó pela intensidade. Queria dizer a minha amiga que talvez, eu tivesse tendo um infarto fulminante, mas decidi não ser tão melodramática.

Parecia que a minha tataravó que tinha sido uma mexicana dramática, briguenta e apaixonante em toda sua essência estava entrando em ação, fazendo prevalecer as porcentagens da minha raiz latina. Ela se sentiria orgulhosa com a minha atitude digna da Televisa.

Em um dado momento, Dinah encostou o carro no acostamento sem se importar com o meu olhar de questionamento, pegou a sua bolsa no banco de trás e retirou um comprimido em formato de coração branco com a palavra "love" nele.

— Tome isso. — ofereceu-me o comprimido com uma garrafinha de água, retirada também de sua bolsa.

— O que isso? — perguntei com a voz trêmula do meu choro constante.

— Algo que lhe acalmará e lhe fará bem. — disse com a voz convicta e o olho sério. — Vamos, pegue!

A olhei desconfiada, e ela sustentou o olhar, transmitindo serenidade. Dinah não seria capaz de me dá alguma substância ilícita, não é?

Pregnant By AccidentWhere stories live. Discover now