—Vem mamãe...—ela direciona os braços em minha direção sorrindo.

Começo a chorar e caminhar em sua direção mas Rafaela aparece sorrindo e atira nela.

Não!—grito correndo em direção a menina

De repente a menina some e vejo Henrique chegar com os gêmeos

Fiquei mal por esconder meus planos de Henrique, mas temos que entender que é para um bem maior e assim o fiz.

Passei o mês todo planejando, procurei uma distância segura, três quilômetros, um lugar sem câmera. Um lugar alto, assim obteria maior precisão.

É o que Tanaka disse e eu também, sou boa no que faço, mas nem tudo que faço é bom.

—Vai ter volta doce Katrina.—obvio que ele estava me ameaçando. Mas tudo tem seu truque de mestre. E em breve ele conheceria o meu.

Mesmo sobre os protestos de Henrique sobre eu ter respondido sua ameaça, me mantive calma. Preciso ser fria. Ele está irritado porque Ricardo não tira o sorriso do rosto, mal ele sabe que a razão disso tudo é porque ele está alimentando uma ilusão de vingança.

—Reabrindo a sessão de julgamento do réu Rodrigo Mazzaropi, com a decisão, eu, Luiza Brandão, juíza da terceira vara crime, condeno o réu pelos crimes de organização criminosa; estupro de vulnerável; negligencia médica; tráfico de drogas; porte ilegal de armas; sequestro; exercício ilegal da profissão; violação sexual; abuso sexual na totalidade de todas as penas há quarenta anos de reclusão em regime fechado.—ela bateu o martelo após a pronuncia da sentença e deu como encerrada as audiências. Rodrigo sorriu em nossa direção.

—Vou ao banheiro e te encontro lá fora tudo bem?—aviso a Henrique e saio

—Certo.

Então a contagem regressiva começou. Com um carro alugado por mim a minha espera na esquina do quarteirão, me desloco até a construção de um prédio. Olho no relógio e vejo que tenho três minutos.

—Ok, Katrina, vamos devolver a cortesia pelo bem da sociedade.—suspiro em voz alta. Posiciono o rifle American sop num meio murro que acredito ser a varanda de algum prédio da construção.

Rifle que escolhi a dedo e com muito carinho para o momento. Quatorze milimitros de perfeição. Suficiente para o meu objetivo, precisão de cinco quilômetros e Com uma mira telescópica de 20 milímetros, posso ver a porta do fórum. Só esperar o momento.

Coloco os fones e começo a contar. Assim que os policiais saem com Ricardo, o ponho na mira. Quando vão abrir a porta para Ricardo entrar, atiro.

Dois segundos. Dois segundos foi o tempo de viagem da bala para acertar a cabeça de Ricardo que cai instantaneamente no chão.

Acabou. O pesadelo teve fim. Faço um crucifixo, não que isso vá aliviar meu pecado, mas em respeito a morte.

Desci as escadas correndo com o rifle, sentindo um pouco o ombro devido a pressão da arma e vou para o carro, deixo o carro próximo o outro quarteirão e entro no fórum pelo caminho alternativo o qual bloqueei os sinais de câmaras. Faço o caminho como se estivesse saindo do banheiro. De brinde, como álibi, encontro Luiza no estacionamento.

—Julgamento difícil.—comento.

—Nem me fale. Sinto muito, mas a justiça foi e será feita.—ela comenta abrindo seu carro.

—Sim, graças a nós operadores do direito.

Operadores do direito ou sua vingança a moda sniper? Minha consciência zomba e eu sorrio.

—Sem sombra de duvidas. Bom, até amanhã doutora Katrina.

—Até luiza.

Entramos nos nossos respectivos carros e seguimos nossos caminhos.

Dou a volta para pegar Henrique na frente do fórum, porque vinhemos em meu carro e o caos está feito. Todos se perguntam de onde partiu o tiro, os policiais ,assustados, a procura de detalhes começam isolar a área, os pais dele choram e no chão Ricardo com um buraco generoso na cabeça.

Bom inferno para você.

Henrique entra no carro chocado

—Meu Deus foi tão rápido.

—Fazemos nossas escolhas.—comento fria, colocando o carro em movimento.

—Por mais que eu ache merecido. Ele não merecia morrer assim.

—Ossos da más escolhas, meu amor.

Chegamos em casa e no estacionamento sou surpreendida por uma constatação inesperada:

—Katrina, você está indiferente ao que aconteceu. Não sei se é por choque ou por outro motivo. Acho injusto perguntar isso, até porquê temo a resposta, mas, você tem alguma coisa a ver com a morte de Ricardo?

Tive. Não só tive como fui eu quem o fez. Engoli essa possibilidade de resposta e com serenidade respondi

—Claro que não Henrique, mas acho que ele teve o que merece.Não vou passar por cima do que sinto para responder o politicamente correto, eu amei a morte dele. Vou dormir mais tranquila e se eu fosse você, agradeceria também.

Henrique levantou a sobrancelha arregalando seus olhos cerúleos, mas não contestou. Na porta do apartamento havia uma caixa e dentro um celular que conheço bem. Nele estava uma mensagem que após ser lida, junto com o aparelho se autodestruiu sem deixar rastros de existência.

"Bom trabalho. Continua tendo a mesma precisão. O carro já foi entregue e seu bebê monstro está no cofre. Devo confessar que ele é de responsa até estou com inveja.

Ele teve o que procurou. Era você ou ele. Fez certo.

Beijos Sam"

Treinada para não Amar_ Katrina[CONCLUÍDO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora