Talking to the moon

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JUNGKOOK

O vazio também transborda.

E eu estou assim agora, transbordando, com uma dor intensa e insuportável. Mesmo me sentindo tão vazio. Sem a pessoa que tanto amo.

A lua já se foi, agora só nos resta as memórias daquela luz.

Memórias dos melhores momentos da minha vida, ao lado dele.

Não consigo abrir a caixa, Namjoon já saiu daqui à horas, e eu ainda estou olhando para a pequena e delicada caixa. O que é tão importante dentro da caixa? Por quê sinto tanto calafrio e receio de abri-la?

É apenas uma caixa...

Com um grande receio e com as mãos trêmulas, peguei a caixa com a intenção de abri-la, minha visão embaçada por causa das lágrimas acumuladas que estou tentando conter, observei a caixa preta e com desenhos de planetas e estrelas, e claro, com o desenho da lua e do sol lado a lado.

No entanto, Junghyun e Hyoseong entraram em casa, eles estavam com olhares aflitos sobre mim. Hyoseong veio até mim, sentando ao meu lado e me abraçou fortemente.

Eles não disseram nada, apenas me abraçaram enquanto de repente eu voltei a chorar, sem conseguir controlar os sons dolorosos que saíam sem querer. Acho que nunca senti algo assim antes.

Como se mais nada no mundo importasse, a dor em meus pulmões toda vez que tento respirar em meio a um choro compulsivo, meu corpo inteiro sem forças sem conseguir me manter de pé.

A dor de perder alguém que amamos, é mais dolorosa que qualquer dor física.

Por isso, eu aceitei o abraço de minha cunhada e do meu irmão, pedindo para eles apertarem cada vez mais, para que aquela dor passasse, mas foi em vão.

— ... E então a Suhyun entrou com uma forma de bolo gigante! — Dizia Hyoseong enquanto estávamos jantando, meu pai já havia chegado e então ela e Junghyun estavam contando como foi a festa surpresa de boas vindas, depois que ela teve alta no hospital.

— O Kang combinou tudo antes, eu só dei algumas ideias para ajudar. — Completou Junghyun, Kang o irmão caçula de Hyoseong sempre foi muito legal, e não duvido nada que ele tenha mesmo combinado a festa surpresa "sozinho".

— Isso parece ter sido divertido, — Meu pai sorriu depois de beber um pouco de sua água, e me olhou, percebendo que eu estava apenas mexendo meu garfo no prato e espelhando a comida. — não é mesmo, Jungkook?

— É, claro. — Falei sem a mínima empolgação, e sem tirar o olhar de meu prato. — Olha eu... Estou sem fome, então eu vou para o meu quarto, tudo bem?

— Claro filho! Me chame se precisar de alguma coisa.

— Tá.

E sem dizer mais nada, eu penas voltei para o meu quarto onde é silencioso. Onde eu não preciso forçar um sorriso para deixar meu pai despreocupado.

Assim que eu fechei a porta e me apoiei sobre ela, me deparei com a caixa em cima da cama, ainda lacrada. Talvez esse receio seja pelo fato de que isso, a caixa ser entregue a mim, é muito importante para o Jimin.

E eu não sei muito bem, o porque é mais difícil sabendo ser importante para ele. Simplesmente é.

E com minha mente girando e girando, com medo e curiosidade além de saber que sim! Eu devo abrir a caixa.

Me aproximei da minha cama lentamente, minhas mãos esmagando a alça da bolsa de oxigênio, puxando pesadamente o ar limpo que sai do cateter nasal, tornando à me acalmar, eu peguei a caixa colocando sobre meu colo assim que eu sentei.

CONVERSANDO COM A LUA  •Jjk + Pjm • Leucemia Where stories live. Discover now