CONVERSANDO COM A LUA •Jjk + Pjm • Leucemia

A new star in the sky...

J U N G K O O K

Honestamente, estou com um grande pressentimento ruim! Tive pesadelos todas as noites, e eu sempre acordava com lágrimas no rosto e o meu coração disparado.

O que me assusta, é que os sonhos sempre são os mesmos, ou parecidos, e sempre são com o Jimin.

Ele sempre está de branco com um sorriso pequeno nos lábios, em um lugar completamente estranho, me abraçando fortemente, com os bips do aparelho cardíaco ecoando pelo local. E os bips vão parando, e o Jimin vai sumindo lentamente, até não haver mais bips, até o Jimin simplesmente desaparecer dos meus braços. O que me acalma é abrir os olhos e encontrar o Jimin em sua cama, dormindo serenamente, mesmo que esteja mais frágil que o normal.

Eu fiquei ao lado dele o tempo todo, sempre checando se está tudo bem, e o Jimin ficou a maior parte do tempo inconsciente, talvez pelo grande consumo de medicamentos sendo direcionados em suas veias — Toda vez que ele abre os olhos eu estou sentado bem próximo de sua cama, mesmo que a senhora Park insiste que eu vá para casa descansar — Eu não vou sair daqui, o Jimin estava certo, eu sempre vou estar ao lado dele.

Já fazem dois dias que ele veio para a UTI, nós tomamos um grande susto quando de repente enquanto o Jimin dormia, seus batimentos cardíacos pararam. Eu nunca senti tanto medo em toda a minha vida.

O doutor Taeil já nos alertou que se algo acontecer, ele não vai poder ajudar, tanto porque o corpo do Jimin já não aguenta mais, quanto o papel que ele assinou sem nos avisar dizendo que; Se algo acontecer o Jimin não quer que os médicos o ajude.

Eu sinto que falhei, em fazê-lo feliz e falhei em ajudá-lo a melhorar. Sinto que estou o perdendo cada vez mais e isso me mata por dentro.

— Viajando no mundo da lua, Jeon? — Eu estava olhando para o céu pela janela, quando ouvi Jimin, o que me fez sorrir por ele ter acordado.

— É, eu confesso que tava mesmo. — Falei me aproximando e beijei sua testa antes de me sentar na ponta da cama. — Como está se sentindo?

— Dá pra suportar, então to legal.

— Isso não é bom, você precisa estar bem!

— Nós dois sabemos que isso não vai acontecer.

Nós ficamos em um silêncio desconfortável, até a senhora Park entrar no quarto depois de mais uma conversa longa com o doutor.

— Oi querido, — Ela sorriu e beijou a bochecha do Jimin que lhe ofereceu um sorriso fraco. — Oi Jeon seu pai está no corredor, ele quer falar com você.

E sem demora alguma, eu saí do quarto para encontrar com o meu pai que provavelmente vai me dar um enorme sermão por não ter voltado para casa nesses últimos dias. Ele estava encostado na parede com as mãos no bolso de seu jaleco branco, e ficou me olhando enquanto eu me aproximava.

— Ah, oi! Quanto tempo Jeon, já tem uma família? — Eu revirei os meus olhos enquanto ouvia seu tom sarcástico.

— Que exagero pai, só fiquei aqui por dois dias.

— Sem contar com os últimos três dias que você só voltou pra casa para dormir, e no dia seguinte você saia de novo antes do café da manhã.

— Você continua exagerando...— Murmurei abaixando a minha cabeça, quando vi a expressão impaciente no rosto do pai.

— Eu sei que você quer sempre está ao lado dele, mas você também precisa se cuidar, me diz qual foi a última vez que você teve um refeição descente?

— Não sei.

Meu pai suspirou em frustração, eu sei que ele quer o meu bem, e não é de hoje que ele me trata como se eu fosse a coisa mais frágil desse mundo.