vinte e cinco.

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Escutei  toda a informação útil com calma.

— Porque o seu pai gosta tanto dele?

— Sei lá, ele diz que Haden o lembra o mesmo quando tinha a idade dele.

Senti calafrios. Devia ser doloroso para Haden ouvir isso porque, de acordo com o que falámos ontem a relação deles era superficial. O que fez-me concluir que o Sr. Robert só compara os dois por pura implicância. Ele trata Haden bem apenas para, de alguma forma, machucar o seu filho.

Que homem sádico.

— Então Theron sente ciúmes de Haden por ele ser o preferido do seu pai? — perguntei.

— Não — ela balançou a cabeça em negação. — Quer dizer, isso também contribui, mas o nosso pai tem uma forma quase sobrenatural de fazer com que nós nos sentamos mal por algo — suspirou. — E ele sempre faz isso com Theron de uma forma que me assusta — desviou o olhar do meu. — Eu juro-lhe que o meu irmão é uma boa pessoa, Falyn. No fim de toda essa loucura, você vai perceber isso.

Comprimi os lábios uns nos outros. Eu não iria mudar de ideia sobre o quanto odeio o irmão dela por submeter-me a isso. Ele é só um psicopata e eu não serei maluca que irá nutrir sentimentos por ele. Deus me livre de algum dia sentir afeto por ele.

— Só fala essas coisas porque não é a sequestrada — alfinetei.

— Tem razão — os seus ombros caíram.

— E onde eles estão? — perguntei, mudando de assunto e olhando para as cadeiras vazias.

— O meu pai provavelmente no seu clube e Theron em qualquer canto da casa — comeu um pedaço de bolo de chocolate. — Ele não queria que você o visse hoje. Para além do clima, ficar tenso você certamente o queimaria com chá.

— O quê? Não — neguei, indignada com o seu pensamento. — Isso poderia passar-me pela cabeça, mas nunca teria coragem de colocar em prática.

— Que bom! — ela riu.

Até que os seus olhos se concentraram nalguma coisa atrás de mim. Virei-me curiosa e vi Theron no início das escadas. Revirei os olhos e voltei o meu olhar para Greta.

A presença dele deixava-me com um gosto amargo na boca.

— Ele quer conversar com você — ela sussurrou, mas alto o suficiente para eu ouvir. — Continue com a sua falsa calma.

— Não irei conversar com ninguém — falei alto, para ter certeza de que ele iria ouvir.

— Falyn… — ela pediu.

Virei-me e o encarei no início das escadas.

— Não quero conversar com você nem agora e nem nunca. Por isso continue com essa distância.

— Nós precisamos conversar — insistiu.

— Vai conversar com o caralho — levantei-me de forma brusca da cadeira e andei em direção a saída da casa.

Fazia dias que eu não sentia o calor do sol e nem o venho fresco da manhã. Assim que saí comecei a andar sem rumo e com certeza em volta da casa. Prestei atenção em vários seguranças que andavam por aí e ignoravam a minha presença.

Andei até o jardim que via pela janela do meu quarto e fui sentar num banco com as pernas cruzadas a encarar os vários tipos de flores e rosas que ali tinha. A minha mãe iria adorar essa parte da casa e Keanu detestaria porque rosas e flores dão-lhe alergias. Tenho saudades dos dois — apesar de o meu amigo fazer parte do esquema de raptar garotas no fundo, ele é boa pessoa.

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