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Não irei pedir desculpas, pois o que fiz não tem redenção. Estou passando por uma fase muito difícil e quase não tenho tempo nem para viver... emprego puxado :( mas como presente de fim de ano, para os que ainda estiverem lendo isso aqui, segue um presentinho com o meu mais sincero obrigada.

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Lean desce comigo na porta da delegacia.

Olhar para este lugar me causa arrepios. Imagens dos dias anteriores povoam minha mente e tenho vontade de vomitar, mas sigo firme, sempre em frente, pensando que minha liberdade está próxima. Então, poderei buscar por Jayden e talvez, tirando o foco de mim, a polícia se concentre em encontrá-lo. São muitas hipóteses. Só sei que estou feliz por ele ter pensado em mim. Ele me salvou.

Olho para o lado. Lean me dá um sorriso encorajador.

— Vamos lá, Charlie, vai poder provar sua inocência finalmente — diz ele, segurando minha mão por breves instantes.

Sim, eu vou, contudo, algo me diz que está tudo muito fácil... Enquanto caminhamos rumo à entrada, sinto que alguma coisa está errada, não sei dizer o quê, mas o meu sexto sentido está apitando, principalmente porque há uma movimentação fora do comum na delegacia... algo como quando eu vim parar aqui pela primeira vez.

— Gostaria de falar com Laoghaire Donnelly, por favor — digo para a recepcionista que assente e diz que vai verificar se ela pode me atender.

Os minutos de espera me deixam ansiosa e quando ela aparece, sua expressão não está nada boa. Talvez não imaginasse que eu voltaria tão cedo — o que explicaria a surpresa em seus olhos —, ou talvez tenha algo mais, pois ela parece irritada também. Quando vou dizer o motivo de minha visita, ela acena e me indica uma porta. Sua sala. Realmente não era prudente tratar de algo tão sério na frente de outras pessoas, estava tão empolgada com a gravação que sequer pensei nisso. Lean parece um guarda-costas, sempre ao meu lado. Eu não sei expressar como estou me sentindo com toda esta atenção.

— Laoghaire, eu...

— Não estava em casa quando isso aconteceu? — ela me interrompe com um sorriso irônico se formando nos lábios. Sua reação me deixa confusa. — Imaginei que diria isso.

Balanço a cabeça sem entender e olho para Lean, ele parece tão confuso quanto eu.

— Eu tenho um álibi, Laoghaire. Está bem aqui. — Estendo-lhe o pendrive. Ela me olha como se eu fosse maluca.

— Um álibi para o que exatamente? Para a morte de sua tia ou para a morte de seu pai?

Um engulho forte vem até minha garganta. Não sei do que ela está falando, mas provavelmente meu corpo já compreendeu a informação que não quero aceitar. Deixo o pendrive cair, em choque, e desabo logo em seguida.

Como assim para a morte do meu pai?

O Quarto ao LadoWhere stories live. Discover now