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Se não pode com os inimigos, junte-se a eles.

Nelly estava empenhada em me conquistar e até fazia bolinhos todas as manhãs, fingindo ser a perfeita dona de casa. Ela tinha ligado para seu emprego e pedido transferência para a agência de nossa cidade e enquanto não saia a aprovação, estava, tecnicamente, de férias e se empenhando em ser a cópia mal feita da minha mãe.

Para completar, o ridículo do meu primo tentava a todo custo ser meu amigo, bancando o irmãozinho preocupado, sabe? E eu achava aquilo irritante. Cada vez que olhava para aqueles seus olhos de aparente inocência tinha vontade de arrancá-los com as próprias mãos. O tempo foi passando e eu não conseguia pensar em nada para afetar Nelly. Até que em uma tarde ela e meu pai foram fazer algum tipo de programa romântico e eu fiquei sozinha em casa com o pirralho do Jayden.

Ele se fazia de bom moço, menino calado e estudioso. Vivia com um livro na mão e não saia para canto algum. Não que eu estivesse saindo muito, já que estava de luto, mas ele era irritantemente correto. Nelly tinha muito orgulho disso, podia notar toda vez que lançava um olhar de admiração em direção ao seu querido Jayden e por essa razão, tinha certeza que não imaginava o quão sonso meu priminho era.

Estava na sala, entediada e sem nada para fazer, Jayden estava no quarto de hóspedes que acabou se tornando o seu e não fazia barulho algum. Era como estar sozinha em casa. Mandei uma mensagem ao Angus perguntando o que ele estava fazendo e fiquei surpresa quando ele respondeu dizendo que estava trabalhando. Tinha arranjado um emprego de verão para poder juntar grana para trocar o seu carro. Fiquei orgulhosa dele, mas não menos entediada.

Resolvi subir para o meu quarto e arranjar algo para fazer quando, passando pela porta do quarto do Jayden, escutei um gemido alto e era quase sofrido, como se estivesse com dor. O que será que aquele maluco estava aprontando? Fiquei preocupada, claro, não sou uma insensível e entrei no quarto sem bater mesmo, perguntando se ele estava bem. Para minha surpresa, o garoto estava com a mão no pau, masturbando-se com um vidro de creme hidratante ao seu lado. Na tela do notebook, um vídeo de sexo lésbico passava e não minto quando digo que Jayden quase teve um infarto ao me ver ali, olhando pra sua cara abismada e com a boca aberta em um perfeito ó.

— O que você está fazendo aqui?! — perguntou, exclamando e se levantando o mais depressa possível, guardando o pau na mesma hora. Mesmo dentro da calça, era possível ver a sua ereção e juro... a única coisa que consegui fazer foi rir.

O meu priminho inocente era um punheteiro! Aquela descoberta me fez rir tanto que chegou a doer a barriga. Bem que eu deveria ter ficado desconfiada quando ele ficou duro no dia em que me deixou na festa e entrei pela janela do seu quarto.

— Sai daqui, Charlotte! — gritou, vindo em minha direção e se preparado para me empurrar para fora do cômodo.

— A sua mãe sabe que você usa o seu hidratante da Victoria's Secret para se masturbar? — perguntei, ainda rindo e sem resistir à cara de horror estampada na face de Jayden. Parecia uma criança sendo pega no flagra e ele era mesmo uma criança.

— Sai daqui — disse entre os dentes, tentando se fazer de durão, mas eu podia ver o medo em seus olhos e vi naquilo a oportunidade perfeita para afetar Nelly. Eu usaria o seu precioso filho para isso.

Okay, podem me julgar, mas na minha mente de adolescente ferida e magoada, essa foi a melhor ideia que me ocorreu. Não pensei que poderia me trazer consequências tão... Bem, mais para frente vocês vão entender do que estou falando.

— Não pode me obrigar — rebati, cruzando os braços. — Além do mais, está fazendo tudo errado, garoto — provoquei, dando uma leve mordida nos meus próprios lábios. — E... para que eu não conte para a sua mamãe querida o que te peguei fazendo, vou cobrar um preço alto.

— Você... não faria isso! — Havia desespero na sua voz e eu tive que gargalhar alto.

— Eu faria sim. Você e sua mamãezinha arruinaram a minha família. Não pensou que eu ia deixar barato, não é mesmo? Tá na hora de mostrar o quão sonso você é.

Falava com um tom frio e cheio de raiva, mas confesso que a situação era muito engraçada. Pela cara de Jayden, ele realmente lamberia os meus pés se eu pedisse, só para a mãe não saber que ele batia punheta. Que problema havia naquilo, afinal? Ele já estava bem crescidinho e estava mais do que na hora de aprender a se virar.

O vídeo lésbico continuava a passar na tela do seu notebook e eu franzi o cenho quando vi uma das meninas enfiando um vibrador na outra. Deuses... ele era um pequeno pervertido mesmo.

— Sério que se excita vendo isso? — apontei para a tela. — É ridículo! Uma garota excitada nem geme desse jeito, que coisa mais artificial.

Aproximei-me do notebook e tirei o vídeo, voltando a olhar para Jayden que agora tinha o volume normal nas calças.

— Então é isso o que fica fazendo o dia todo... que menino mau! — Andei em círculos ao redor do meu primo e ele tinha as bochechas coradas de vergonha. Confesso que achei aquilo muito bonitinho. — Mas se eu fosse você, tentaria ser mais legal e conseguir garotas de verdades. Ficar se punhetando não é legal, Jayden.

Ele estava estático, eu juro que achei que ele iria chorar e só por isso, aproximei-me mais e levei minha boca ao seu ouvido. Não sei porquê fiz isso, mas comecei a gemer em seu ouvido igual quando transava com Angus e botei a mão sutilmente em seu membro que quase que instantaneamente começou a ficar duro de novo. Dei uma leve acariciada ali e gemi mais alto, roçando os meus seios no peitoral dele. Jayden era alto, então precisei ficar na ponta dos pés para fazer isso.

Quando ele soltou um gemido rouco, cheio de desejo, soltei-o e me afastei rapidamente, aos risos. Ele pareceu ficar superfrustrado e sentou na cama, trincando os dentes.

— É assim que uma garota de verdade geme, Jayden.

— O que você quer de mim? — perguntou, ofegante.

— Eu? Não quero nada, priminho... Na verdade, estou morrendo de tédio e acho que curtir com a sua cara é mais legal! — dei uma piscadinha e antes de sair do quarto, disse em tom intimidador. — Mas é bom que você passe a me agradar bastante, ou vai estar bem encrencado.

E assim eu saí batendo a porta, deixando para trás um garoto completamente assustado por ter sido descoberto em suas perversões masculinas.

Gostei de saber que o garoto tinha tesão por mim, estava na cara que eu não estava alucinando com isso, pois ele ficou duro na minha mão com um simples toque. Não sei ainda por quais motivos provoquei-o, mas quando entrei em meu quarto, estava ofegante e percebi que minha calcinha estava molhada. Jayden tinha conseguido me excitar com aquela sua carinha de sofrimento e isso era bizarro! Precisava me policiar mais, pois tive mais do que certeza de que ele era a minha chave para a vingança contra Nelly.

Eu só precisava fazer o meu priminho rastejar aos meus pés.

O Quarto ao LadoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora