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Rodei a cidade toda e nenhum sinal da Toyota vermelha.

Parecia que o carro simplesmente tinha evaporado e toda vez que tentei ligar para Jayden, deu caixa de mensagem. Desanimada, desisti de minha busca e voltei para casa. Estava sentada no sofá quando algo me veio à cabeça: eu estava sozinha! Eu podia verificar as coisas da megera!

Um sorriso espontâneo se apossou de meus lábios e eu corri em direção ao segundo andar a fim de vasculhar as coisas de Nelly. Comecei pelo seu guarda-roupa. Não havia nada de interessante ali. Depois passei para o criado-mudo, o banheiro, debaixo da cama... meu Deus! Olhei em todo canto e não encontrei nadinha! Talvez, o que eu precisasse não estivesse mesmo ali.

Decidi descer ao escritório e fuçar em seu computador. Mas é claro! Como pude ser tão burra? Nelly passava horas em frente ao computador resolvendo "assuntos" e eu tinha realmente ido procurar no quarto? Sherlock Holmes com certeza diria que eu era a negação da arte da investigação.

Liguei seu computador de mesa e fiquei esperando ele iniciar. Parecia que o sistema estava demorando um ano de tanto que eu estava ansiosa. Tinha medo de que, de alguma forma, ela voltasse e me pegasse no flagra.

— Pare de ser burra, Charlie! — disse para mim mesma, enquanto clicava na pasta de documentos da Nelly.

Ninguém iria chegar.

Meu pai estava trabalhando, Nelly tinha viajado e Jayden sumido no mapa. Era só eu e eu mesma. Respirei fundo e comecei a olhar seus arquivos; a maioria era realmente de assunto empresarial, outros eram rascunhos de coisas aleatórias e aparentemente não tinha nada comprometedor. Nada que a delatasse. Então pensei por mais alguns instantes e decidi verificar o seu histórico de navegação da internet, vai que tinha algo que me desse alguma pista?

Para minha surpresa, além do site do seu próprio emprego, Nelly tinha acessado muitas vezes seu e-mail pessoal. E quando digo muitas, é muitas mesmo! Aquilo me deixou curiosíssima e eu abri o website, dando um sorriso logo em seguida. Meu Deus! Alguém era mais burra do que eu! Nelly deixou a senha salva, então não foi nada difícil acessar sua caixa de entrada e, pasmem, ela tinha recebido milhares de e-mail de um tal de "T. Raikkönen"

Eu sabia que Raikkönen era o sobrenome do meu tio falecido, sendo, assim, consequentemente, o sobrenome de Jayden. Porém, nunca tive muito contato com esse meu tio, sabia apenas que ele era finlandês e tinha conhecido Nelly em uma viagem de negócios. Então, quem seria aquele Raikkönen que trocava tantos e-mails com Nelly?

Isso me deixou com a pulga atrás da orelha. Decidi abrir a mensagem e ver o que dizia:


"Não dá mais, Nelly! Temos que dar um jeito na situação. Precisamos nos encontrar. Volte para casa.

Att.

T. Raikkönen".


O que a mensagem queria dizer, bem, naquele momento, eu não sabia. Respirei fundo e olhei os outros e-mails, eram sempre no mesmo estilo. Pediam para que Nelly voltasse para casa, dizia para ela desistir do plano, pois não iria dar certo e mais um monte de coisa. No fim, sempre a mesma assinatura.

Enquanto eu mexia na caixa de entrada da minha madrasta, um barulho esquisito anunciou a chegada de mais um e-mail. Este possuía como assunto a seguinte frase: RESPONDA RÁPIDO. URGENTE! Senti os pelos do meu braço arrepiarem diante daquela mensagem, a dúvida entre abrir e não abrir começou a consumir o meu ser...

O Quarto ao LadoHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin