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Como tinha perdido as últimas aulas, decidi passar um e-mail para minha amiga Holly e perguntar o que tinha perdido. Ela respondeu que não tinha nada de mais e me passou as páginas que foram vistas das duas matérias. Também me avisou que o professor de química faria revisão antes do teste na próxima aula, o que agradeci imensamente.

Depois de me despedir de Holly, decidi fazer os exercícios para treinar e me estiquei na minha cama para tal, sentindo-me extremamente confortável para estudar de barriga para cima, com meu pijama de ursinho. Não tinha dificuldade em química, então logo embalei nas resoluções e quando dei por mim, já estava estudando o próximo conteúdo, o que me fez frear meu cérebro maluco e fechar o livro. Eu tinha que descansar, pois não queria chegar com cara de pão dormido no consultório. Tinha que passar uma excelente imagem ao Dr. Heughan, o que me lembrou que eu ainda precisava encontrar uma roupa bem comportada em meu guarda-roupas.

Porém, faria isso de manhã.

Deixei tudo no criado-mudo e apaguei a lâmpada da minha luminária para dormir, cobrindo apenas as minhas pernas, já que não estava frio. Porém, o sono não vinha...

Rolei de um lado para o outro da cama, sentindo-me exausta em tentar e nada conseguir. Irritada, levantei-me e decidi ir até a cozinha tomar um copo de água para me acalmar. Tentei não fazer barulho enquanto descia as escadas e passei pela sala rapidamente, sentindo a garganta seca de sede.

Quando acendi a luz da cozinha, quase soltei um grito de susto. Jayden estava sentado na bancada com um copo de água em mãos. Recuperei minha postura e passei por ele sem falar nada, abrindo a geladeira e pegando água para mim também. Percebi que ele me olhava e o espaço pareceu ficar pequeno e claustrofóbico.

— Sem sono também? — perguntei, apenas por perguntar.

— Sim.

Ele não estendeu o papo, o que me deixou aliviada. Entornei o copo de água sentindo algumas gotas escorrerem geladas por meu pescoço e descerem ainda mais, fazendo com que um arrepio perpassasse meu corpo todo. Porém, não foi isso que me fez arrepiar, de fato.

Senti as mãos de Jayden em minha cintura e sua respiração em minha nuca, minhas pernas até esmoreceram com a aproximação e eu senti a garganta seca de novo, o ar rarefeito.

— Jay... — comecei a falar, mas ele me interrompeu.

Shh! Não fala nada, Charlie...

As suas mãos adentraram o tecido do meu pijama, tocando minha pele e me provocando sensações indescritíveis. Seu corpo prensou o meu contra o balcão da pia de leve, fazendo-me ter consciência de todo ele.

— Como você é linda, Charlie.

— Para um garoto de 15 anos, você é bem atrevido! — protestei, tentando me esquivar dos seus braços.

— 16, Charlie. Você realmente não sabe nada sobre mim, não é? Eu já tenho até licença para dirigir, então, por favor, preste mais atenção em mim.

— Por que eu deveria? — redargui, sentindo um misto de alívio e felicidade em saber que ele dirigiu o meu carro duas vezes e não corri o risco de levar uma big multa. Okay, o momento não era adequado para isso, mas qual é, eu já estava encrencada o suficiente para querer mais um pouquinho de confusão. Porém, outro pensamento também invadiu minha mente.

Jayden já tinha 16 anos! Então... eu estava próxima dos meus 18. Uma nova fase se iniciaria em minha vida. Faculdade, trabalho, responsabilidades e mais um monte de coisas. Por que eu estava me sentindo tão perdida? Minha mãe havia me preparado para tudo aquilo, mas a aproximação era muito, muito mais assustadora.

O Quarto ao LadoWhere stories live. Discover now