AMOR ÀS AVESSAS - SPIN-OFF DE PAIXÃO POSSESSIVA - LIVRO 4 - FAMÍLIA WINSOR

CAPÍTULO 24

       — Pare de lutar tanto e volta pra mim, vamos recomeçar. 

       — Tô com medo, eu... Não consigo. 

       — Eu sei — Me abraçou apertado — Continuarei a cuidar de você estando juntos ou não, mesmo que se envolva com outra pessoa. Te amarei para sempre. 

        Ficamos tempo demais abraçados. 

        — Preciso de espaço, não é fácil conviver com você. Tô pirando. 

        Ele me soltou para me encarar e engoli em seco com a intensidade do seu olhar que queimava meu corpo e mente. 

         — O que você realmente quer de mim?          Engoli em seco novamente. Não posso responder com a verdade. Não sei se ele seria capaz de me machucar outra vez. 

         — Quero que vá morar em outro lugar — Respirei forte e saí atropelando as palavras que doíam, cada uma — Já pensei em tudo e essa é a melhor solução para nós dois. Não encontro outra saída.

        — A ideia de tentarmos ser uma família não te agrada?

       — Sim, mas não posso deixar que me toque, me beije se passam mil coisas pela minha cabeça.

       — É isso mesmo que quer?

       Tentei fugir do olhar dele. Meu coração o quer a todo momento, mas minha cabeça pede miseravelmente que eu não seja burra de novo. Tô perdida. Apenas assenti devagar e o olhar dele vagou pelo meu rosto por alguns minutos, talvez buscasse algo. Eu o magoei.

        — Vou atender ao seu pedido. Amanhã retornarei ao meu apartamento. Não se preocupe que sou um cavalheiro e não a obrigarei mais a tolerar a minha presença. 

         — Vou... vou fazer algo para você comer — Me levantei atordoada.

          Não era o que eu queria, mas o que eu precisava. Preciso me autoproteger dele. Até quando ficarei assim? Essa não sou eu. 

         Ele segurou no meu braço sem fazer força. Fiquei parada o observando que não mais me olhava. Eu queria que ele brigasse, lutasse por nós, que me obrigasse a ficar com ele, sei lá. Tudo é melhor do que essa expressão de dor estampada em seu rosto. 

        — Não se dê ao trabalho. Não estou com fome. Vou arrumar as minhas coisas e amanhã irei embora. 

         Tive vontade de gritar e pedir que ele não fosse, mas não consigo. Minha garganta travou quando ele jogou a mala na cama e foi até o guarda-roupa e começou a pôr as roupas no objeto. Eu amo tanto você, Matthew. Por que não me entende? 

        Ele me fitou como se lesse meus pensamentos. 

       — É isso que você realmente quer? Quer que eu vá embora? 

       Meneei a cabeça sem me dar conta. O desespero falava mais alto. 

       Ele se aproximou e tocou no meu rosto carinhosamente e fechei os olhos. 

       — Então, vou ficar e lutar por nós dois. Sei o quanto está machucada e farei de tudo para te curar. Sinto muito por tudo. 

       — Só me abraça.

       Ele obedeceu e fiquei presa em seus braços por horas. 

      

        Tomei café da manhã somente com Paige que perguntava insistentemente pelo pai. Eu também queria saber onde diabos ele se meteu. Não estamos dormindo no mesmo quarto e é uma merda porque quero tanto sentir sua pele contra a minha.