— Vou te desculpar, mas vai ter que me fazer um agrado. — Quon sorriu malicioso, virando Luhan para frente e deitou no meio de suas pernas, ali mesmo, no chão da cozinha.

Quando o alfa o puxou para si, Luhan sentiu que ele estava ficando excitado. Sabia que sua vulnerabilidade o excitava.

Alguns minutos depois, com Quon se movimentando em cima dele, Luhan chorava silenciosamente, era a única coisa que podia fazer.

Num relapso de memória, aproveitando que o marido estava distraído em cima de si, Luhan sentindo asco com aqueles toques, acabou esticando o braço e tateando a pia da cozinha. Estava cortando alguns legumes mais cedo, sabia que deveria ter deixado a faca por ali. Suspirou aliviado ao conseguir achar o objeto, Quon ainda gemia e o penteava, aquilo ardia e lhe machucava, mas não pensou naquilo, apenas pensava que estava perto de se livrar daquilo.

O ômega arrastou a faca e direcionou até o abdômen do maior com uma rapidez, até então desconhecida por si. Ele enfiou a faca nele, fazendo-o sair de cima de si. Enfiou bem fundo e voltou a tornar enfiar novamente. Continuou fazendo varias vezes até ele desmaiar.

Luhan vestiu suas roupas rapidamente e foi até o seu quarto, pegando um dinheiro que havia escondido no fundo do guarda-roupa. Lian havia lhe dado caso resolvesse ir embora algum dia. Encheu uma mochila velha de Quon com alguns pares de roupa e logo em seguida saiu de casa, e correu. Correu, correu e correu, sempre correndo cada vez mais que podia, até que suas pernas não aguentassem mais.

— Eu preciso de ajuda. — disse, assim que bateu na porta de Lian e ela lhe atendeu.

A garota olhou assustada para o amigo, mas entendeu o que estava acontecendo. Ele tremia muito, marcas de lágrimas ainda eram evidentes em seu rosto, algumas manchas de sangue manchavam a sua roupa, seu cabelo estava uma bagunça de fios.

— Espere um minuto.

Lian entrou na casa e segundos depois ela retornou, cheia de coisas em suas mãos. Ela arrastou o outro ômega até o carro, e começou a dirigir logo em seguida. Demorou cerca de meia hora para ela estacionar em um posto de gasolina.

— O que estamos fazendo aqui? — perguntou Luhan, enquanto a moça o arrastava.

— Temos que fazer umas coisinhas antes de você fugir.

No banheiro da loja de conveniência do posto, Luhan se despiu ao mandado da ômega e colocou suas roupas sobre a pia. Lian passou a chave que tinha ali na porta, ninguém os procuraria, o lugar era nojento e sujo, mas eram o que tinham no momento.

Enquanto a moça remexia nas coisas que ela havia trago, Luhan se olhava no espelho, nu. Deslizou os dedos pelos hematomas que tinha nas costelas e no pulso. Suas costelas estavam marcadas contra a pele e as olheiras davam ao seu rosto uma compleição quase cadavérica. Foi tomado por uma onda de fúria misturada com tristeza, à medida que imaginava quantas vezes havia apanhado, quantas vezes ele havia sido tocado sem a sua permissão, quando não queria.

— Desculpa, Luge. — a moça lamentou, antes de começar a passar a tesoura pelos fios negros e um pouco grandes do garoto.

Enquanto ela cortava os seus cabelos, o ômega sentia uma dor imensa em seu peito.

— Eu odeio ele. — sibilou, com a voz trêmula. — O tempo todo ele me agride e me humilha. — seus olhos estavam se enchendo de lágrimas, enquanto ele falava, Lian cortava seus fios em silêncio, mas atenta. — Me bateu porque eu tinha que fazer compras para dentro de casa. Disse que eu estava desperdiçando o seu dinheiro. Bateu em mim tantas vezes, com tanta força, que eu cheguei a vomitar e sangrei internamente.

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